por Fernando Zocca, em 16.03.13
Olha, não quero ser chato, mas Piracicaba se parece com um playboy dependente da mesada do papai milionário.
Veja que um fator importantíssimo, que pesa a favor de qualquer candidato, no tempo de eleições, é o livre trânsito que ele teria nos palácios governamentais.
Então, candidato bom é aquele que pode trazer mais dinheiro para a cidade.
Ora se é assim que funciona, não seria condenável dizer que a cidade só funciona à reboque da economia estadual e federal.
Pois não é que, só pra saúde, o Governo Federal destinou mais de oito milhões de reais?
Se não me engano um deputado Estadual publicou na imprensa - rádios, jornais TVs e internet - que havia conseguido mais não se sabe quanto dinheiro para a cidade.
É um dá-dá-dá que não acaba nunca. E esse esquema não é semelhante ao do mocinho milionário, que vive às custas do trabalho do avô, do papai e dos titios?
Engana-se e muito, quem diz que não.
Como é que se pode obter arrecadação da fábrica de automóveis, e da de tratores, se para que elas venham para cá, doa-se-lhes os terrenos e se lhes concede isenção de impostos por um ou dois séculos?
Em outro dia, conversando com um colega no Fórum, ele me disse que a Prefeitura acabara de ajuizar quase 30 mil execuções fiscais.
São cobranças de Impostos prediais, de circulação de mercadorias, taxas de poder de polícia, taxas de iluminação e por aí vai a montoeira de papéis.
À minha pergunta sobre a despreocupação do poder público com a morosidade nas cobranças, o meu interlocutor respondeu que a prefeitura não se preocupa muito com esse tipo de processo, porque pega mal para a imagem do prefeito, a característica de cobrador.
Seria difícil para ele, e seus apoiadores, ganharem eleições se ficassem conhecidos como cobradores implacáveis de impostos atrasados.
Então, em sendo a arrecadação mensal dos impostos insuficientes para o pagamento das despesas de manutenção das máquinas administrativas (executivo e legislativo), o governo municipal, igual ao filhinho de papai, corre ao estadual e federal pedindo-lhes o necessário para o pagamento das contas.
Não acho que seja desonroso para a cidade esse tipo de dependência. E nem diria, levianamente, que o esquema assemelha-se ao do chupim.
Mas não difere. Compreende?
O PSDB investe adoidado na construção civil pública, alegando dentre outras coisas, que proporciona empregos a milhares de trabalhadores.
A preocupação dos burocratas com as obras é tão intensa, mas tão intensa que eles não atentam para as nulidades das licitações públicas e muito menos para todas as demais instituições da cidade como saúde, educação e segurança.
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por Fernando Zocca, em 24.11.09
A Folha de São Paulo publicou nesta terça-feira, (24/11) matéria sobre o uso do dinheiro público por pelo menos sete deputados federais, nas eleições de 2008, pelas quais elegeram prefeitos e vereadores em todo o Brasil.
Segundo a reportagem os listados Fernando Gabeira (PV-RJ), Jader Barbalho (PMDB-PA), Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), Narcio Rodrigues (PSDB-MG), Giovanni Queiroz (PDT-PA), Fábio Ramalho (PV-MG) e Paulo Rocha (PT-PA), usaram o numerário da Câmara dos Deputados para o pagamento dos aluguéis de aeronaves, carros, e hospedagem dos seus assessores durante o pleito.
Os recursos utilizados pelos parlamentares foram criados em 2001 e serviriam para o reembolso das despesas dos legisladores com a alimentação, hospedagem, gastos com escritórios, combustível e todos os demais relacionados ao exercício do próprio mandato.
Gabeira gastou R$ 6.600 no aluguel do carro que o transportou durante a disputa pela Prefeitura do Rio. “Os caras andavam comigo em um Gol, não dava para colocar quatro pessoas”, disse o parlamentar. “Gabeira disse não considerar incorreta a atitude, porque a Câmara permite o aluguel de carros e porque ele repassou um carro seu (um Gol) para uso do gabinete”, informa a reportagem.
Jader Barbalho apresentou R$ 22,8 mil em notas fiscais de uma locadora de veículos. Um dos sócios da empresa relacionou o aluguel a ônibus e caminhões, e o gabinete disse que eles não foram utilizados em campanha, de acordo com a reportagem. A Folha de São Paulo lembra que o deputado participou entre outras, da eleição que elegeu o peemedebista Helder Barbalho, filho de Jader.
Paulo Abi-Ackel disse que “transferiu o gabinete de Brasília a Governador Valadares”, sua base eleitoral, para coordenar as campanhas do seu partido em Minas. O deputado gastou R$ 8.898,52 com a hospedagem de sua equipe em uma pousada. “Se você é deputado, tem de participar das eleições municipais. Esse tipo de atividade é atividade do parlamentar. Eu não era candidato a nada”, afirmou Abi-Ackel.
Segundo a reportagem, repercutida também pelo G1 de Brasília, Narcio Rodrigues apresentou R$ 2 mil em nota de hospedagem, em Minas, dois dias após o primeiro turno das eleições. “Toda minha base de campanha é na região de Frutal, é a minha terra. É muito difícil você dizer em que hora você está no exercício do mandato e em que hora você está em uma atividade partidária”, disse o deputado.
“Giovanni Queiroz gastou R$28.296,00 em cinco empresas de táxi aéreo”, informa a Folha. “[Se] eu negar que tenha voado para o encontro de demandas eleitorais, estarei mentindo”, disse o parlamentar.
A reportagem informa que Fábio Ramalho foi reembolsado pelo aluguel de helicópteros para “percorrer municípios de sua região nas semanas anteriores às eleições”, mas não divulga o valor. “Usei porque eu posso usar para deslocamento. Não é vedado. A não ser que fosse para a minha campanha”, disse o legislador.
Cinco dias após o segundo turno, Paulo Rocha gastou R$ 4.960,00 em um hotel de Belém, onde participou da campanha de José Priante (PMDB) à prefeitura, diz a matéria da Folha de São Paulo.
Segundo a reportagem, “Rocha disse que seus assessores não atuaram na campanha, mas em trabalhos relacionados à sua atividade parlamentar”.
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