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O enunciado é bíblico: a paz vem da justiça. Certamente a turbulência pela qual passa o Brasil decorre dos grandes desníveis sociais causados, antes de tudo, por situações de corrupção.
Não gera certa indignação, revolta, quando se sabe que, por exemplo, engraxates da câmara de vereadores de São Paulo ganham até 10 mil reais mensais, enquanto que muita gente estudada, formada nas mais supimpas universidades brasileiras, come o pão que o diabo amassou?
A situação está tão feia que até mesmo a criatividade precisa ser muito bem pesada, medida e meditada.
Num desses dias de muita atividade física, no Parque do Piracicamirim, conheci um cidadão, que pretendendo fazer um filme, pensou logo no script que continha, na trama, a história dum gato que tinha sete vidas.
- São sete vidas, sete histórias interligadas – dizia ele entusiasmado, enquanto caminhava ao meu lado, no parque.
- Se são sete vidas, sete gatos, certamente serão sete cabeças – ponderava eu.
- Sim. O tema não é inédito, mas imagine se essa história vira livro de sucesso, peça de teatro, filme... Saio logo da pindaíba, compro apartamento e até carro novo – contava ele, olhando pro chão, tentando desviar dos buracos do calçamento.
- É... Você poderia ficar mais famoso que o Rodrigo Santoro naquele filme “Bicho de Sete Cabeças” dirigido por Laís Bodanzky.
- É isso mesmo, cara! – concluiu o atleta de fim de semana. Já pensou na fama, no tanto de dinheiro, que isso tudo pode dar?
- Ah, sim, com certeza – confirmei. – Imagina depois disso tudo, a ventura, a felicidade, no romance, no amor, como o vivido com a Luana Piovani. Você não ficaria famoso só em Piracicaba. Mas no mundo inteiro também.
- A gente poderia incrementar a história colocando uma arena, touros bravos, capas vermelhas, toureiro barrigudo, muita cena de sangue, suor e cerveja... – continuava a divagar aquele esboço de diretor de cinema.
- Hãhã – concordava eu pensando no quanto os problemas provocados pelo arruinamento das relações familiares influiriam negativamente no imaginário e no comportamento das pessoas.
A língua descontrolada não deixa de ser uma tremenda chateação. E tudo fica mais angustiante ainda quando o portador dessa característica é analfabeto e crente nas superstições.
Há quem entenda o fenômeno como transtorno obsessivo compulsivo, hiperatividade ou que haja a ocorrência de lesão significativa na região do cérebro responsável pela fala.
Quando o paciente tem o vocabulário limitado, por desconhecer o alfabeto, ele repete as mesmas palavras da mesma forma que a impressora de uma gráfica, repete os impressos ao longo do tempo.
Há os que defendem e mistifiquem os portadores, bem como a própria anomalia.
O obsessor, falador compulsivo, busca o controle numa interação, não havendo lógica no seu "discurso"; o alívio da possível tensão minimizar-se-ia com a abstenção da ingesta do álcool, do tabaco e dos estimulantes.
Perceba que o ciúme, atuando como combustível, do portador da doença, torna-o cruel, maldoso e totalmente desprovido de compaixão.
Note que o paciente possuidor dessa afecção, objetivando impressionar as pessoas do seu convívio, controlando-as e obtendo delas o respeito, procura "influenciar" e "dominar" os vizinhos.
Não se pode deixar de admitir que os portadores desse tipo de transtorno sejam deficientes muito mal educados.
Não é incomum, de forma alguma, o aproveitamento dessas situações anômalas por políticos desprovidos de boas intenções. Geralmente as omissões na área da saúde pública e prevenção, ocorrem como retaliação à discordância das opiniões que interessam a eles.
O auxílio de especialistas pode trazer mais conforto para o doente e as pessoas que o circundam.
A loucura, a doença mental grassa por esse Brasil afora. Tem gente doente crente, em balelas de seitas, que chegou a rechear empadas e coxinhas com carne humana, vendendo o produto às pessoas da cidade.
Aconteceu em Garanhuns (PE), no começo desta semana. A polícia prendeu um trio que matou pelo menos oito mulheres, segundo o delegado Wesley Fernandes, usando a carne das vítimas para confeccionar coxinhas e empadas.
Os assassinos, que praticavam rituais, utilizavam os tecidos do tórax e das nádegas das vítimas na receita dos acepipes.
Para atrair as vítimas, os matadores valiam-se de promessas de emprego e davam preferência para as candidatas que afirmavam ser pessoas ruins, más.
A polícia informou também que o trio ocupou uma casa no bairro Rio Doce em Olinda, onde haverá busca de possíveis restos de cadáveres.
Há informações de que depois do assassinato, uma das componentes da quadrilha assumiu a identidade da vítima, comportando-se como se fosse ela, inclusive cuidando da sua filha, de cinco anos.
Cinco delegados estão envolvidos na apuração do caso: Paulo Berenguer, da delegacia de Olinda; Joselito Kherle, gestor do DHPP; Wesley Fernandes, titular do inquérito; Marcos Omena, delegado da seccional de Garanhuns, e mais um delegado do serviço de inteligência da Polícia Civil.
Os suspeitos dos crimes formam um triângulo amoroso composto por um homem e duas mulheres. Elas estão detidas na Colônia Penal Feminina de Buíque (agreste pernambucano) e o homem no presídio de Recife.
Publicamos ontem (03/04), em nossa rede de blogs (hum, que chique!) a matéria que noticiava o aniversário do nosso querido monitornews.blog.terra que completou seis anos de existência no dia 01 de abril.
Entretanto para que o nosso querido leitor sinta-se mais bem informado, sobre essa nossa atividade na internet, devemos dizer que não foi no monitornews.blog.terra que a história começou.
Foi no site www.usinadeletras.com.br do nosso querido Waldomiro Guimarães lá de Brasília. Por volta do ano 2000 um dos nossos primeiros textos foi ali inserido, abrindo um horizonte imenso de liberdade e auto-realização.
Ao longo do tempo publicamos 669 artigos, três cartas, 215 contos, 141 crônicas, um ensaio, 19 textos eróticos, 10 frases, 11 textos de humor, um texto com temática infantil, três textos de poesia, um de redação e 39 com temática religiosa.
Ao todo, segundo os numerais do site, foram 1.119 trabalhos publicados no usinadeletras. A última matéria foi dada a lume no dia 14 de outubro de 2009 às 12h51min; falava sobre a atriz Maitê Proença e sua “saia justa” ao gravar um vídeo “tirando o maior sarro” das coisas e costumes portugueses.
No vídeo, postado na internet e depois retirado do ar, a atriz global terminava sua “obra” com uma cuspida de desprezo numa fonte portuguesa. Para quem conhece a história da moça, cujos pais faleceram de forma bastante trágica, esse comportamento hostil pode parecer escusável.
Com a possibilidade de criação de blogs consideramos ser mais fácil essa iniciativa, sem no entanto, deixar expressa publicamente a nossa gratidão, imorredoura admiração e respeito por Waldomiro Guimarães e seu site www.usinadeletras.com.br.
Mas falando ainda dos tempos em que predominavam a falta de compromisso e a relativa responsabilidade, as horas de alienação eram vividas também no balcão da lanchonete Daytona, que ficava na esquina das ruas Moraes Barros e Boa Morte.
O que destacava o ambiente era a decoração feita com uma réplica de carro de corrida tipo Fórmula 1, vermelho, fixado no alto, na parede dos fundos.
Os mais bêbados chegavam logo depois das 8 da noite para beber muita cerveja, stanheguer e, de vez em quando, comer batatas fritas.
De lá, muitas vezes, só saiam após a meia noite, completamente nocauteados nos assentos traseiros dos carros, sob as vibrações do rádio em alto volume.
O DJ da moda era o Big Boy, da Rádio Mundial AM 860 KHz (Rio de Janeiro), que iniciava suas apresentações com o clássico “Hello Crazy People!!!”
Em Piracicaba, Atinilo José comandava o programa Varandão da Casa Verde, na Rádio Difusora, onde também trabalharam meus primos Roque De Lello e Arthêmio De Lello.
Para quem não sabe, Roque e Arthêmio eram filhos de Olanda e João De Lello, irmã e cunhado do meu pai; ambos foram preteridos numa questão de herança.
Aos desavisados como eu, era então surpreendente, mas muito surpreendente mesmo, ouvir no rádio, as músicas que se referiam ao que fazíamos em alguns momentos.
Assim, por exemplo, quando criança, depois que eu e alguns colegas chegávamos de um passeio pelo matagal, existente no final da Rua Ipiranga, era bem esquisito escutar “O que você foi fazer no mato Maria Chiquinha?”.
E no ônibus, a caminho do Ginásio Jerônimo Gallo, era desconfortável sentir que aquelas músicas e notícias, emanantes do rádio portátil do motorista, postado entre o para-brisa e o painel, tinham algo a ver conosco.
As questões mal resolvidas de herança começaram logo depois do falecimento do meu avô José Carlos Zocca, em 1943.
Mas nem tudo era sofrimento. Uma das gratas recordações que trago da infância é a de quando tomei a minha primeira limonada.
Isso aconteceu na casa da vizinha da minha avó Amábile Pessotto Zocca. O menino Paulo Zaia era um daqueles que brincavam conosco nas ruas. E um dia, quando chegamos suados à sua casa, a mãe dele, dona Lídia Zaia, tirando da geladeira uma vasilha com água, fez uma inigualável e inesquecível limonada.
Dona Lídia deve hoje estar com quase cem anos.
- Seu marido anda pulando a cerca, minha amiga? Você sabe quem seria a sirigaita? Ora neném não se apoquente. Não precisa ficar nervosa, neurótica, depressiva ou buscar ajuda lá no doutor Silly Kone. Nada disso. Relaxa e releve.
As palavras de consolo eram ditas por Van de Oliveira Grogue à Elza. Ambos partilhavam o almoço num local reservado do Bar e Restaurante do Bafão, o pioneiro em servir as primorosas e famosíssimas bistecas grelhadas de Tupinambicas das Linhas.
- Sabe que a tal zinha pode até ser casada? E se for mesmo você pode estar à beira de um escândalo daqueles! – profetizou Grogue sorvendo um gole generoso de cerveja.
- Essa carne está dura demais. – reclamou Elza. - Eu prometi que nunca mais comeria carne vermelha, mas não consigo segurar a vontade.
- Não se preocupe. Quem não come carne pode ficar anêmico. Sabe aquela cor pálida, o emagrecimento exagerado e a falta de ânimo? Então, isso pode ser consequência da carência de carne vermelha.
- Mas que ódio! Veja só as minhas olheiras! Faz 15 dias que não durmo direito. Veja as manchas escuras nos meus braços. – Elza falava e mostrava os cotovelos depois de ter apontado as nódoas arroxeadas debaixo dos olhos. Estou me acabando com tanto sofrimento. Eu nunca traí o sacana. Sempre tive o maior respeito pelo cara e olha o que eu ganhei. No meu prédio todo mundo sabe que o galinha anda com vadias.
- Não fica assim não Elza, minha querida. Olha, beba mais um pouco de cerveja que ajuda a acalmar. E, perceba, você não comeu a salada. Não gosta de alface? – Van parecia mesmo preocupado com a saúde da amiga.
- Estou emagrecendo por causa do nervoso. Já notei até pelancas. Está vendo aqui ó, debaixo do braço? Isso não é pelanca? – A moça tinha o tom choroso na voz.
- Para com isso. Imagina que uma princesa como você pode ter pelancas nessa idade. Mas nem 10 chifres do safado arreliado podem te fazer isso. Ora veja. – Acalmou Grogue pigarreando em seguida.
- Sabe Van me contaram que a mulher com quem o infeliz me trai é casada e tem dois filhos. – confidenciou a moça em tom baixo e lamentoso. – E que a filha da puta é empregada doméstica. – concluiu a traída.
- Não, não, não. Não se desespere, não faça nada que possa te comprometer. Talvez você se sinta melhor se pagar na mesma moeda. Entende?
- Não sei se tenho coragem. Nunca fiz isso em toda minha vida. – rebateu Elza ao tocar os lábios com um guardanapo.
- Eu não te aconselho a fazer coisas erradas. Se você quiser eu mesmo chamo o devasso e conto a ele que você já sabe de tudo. Ih, olha lá quem vem chegando. – Van fez um gesto com a mão chamando a atenção do moço que acabara de entrar no recinto.
O rapaz alto, esbelto e muito bem vestido, ao perceber o amigo sentado à mesa, com uma jovem, se aproximou.
- Olá Mauro, como vai? Você conhece a Elza? – perguntou, em tom cordial, o Van de Oliveira. E depois: - Elza, esse é o meu amigo Mauro. – ambos cumprimentaram-se deixando transparecer interesse mútuo. - Você não quer sentar-se? – arrematou Van Grogue.
Para a sofrida Elza que nunca esperara uma traição por parte daquele marido, a quem dedicara todo o afeto do mundo, abria-se a oportunidade de encontrar o tão esperado equilíbrio.
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