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No final da década de 1960 havia uma agência dos correios na esquina das Ruas Alferes José Caetano e 13 de Maio.
Nela trabalhava um funcionário responsável pelo telégrafo. Atrás de um guichê ele ouvia as palavras das mensagens que o remetente desejava transmitir, e manipulando o equipamento, as transmitia até a agência da localidade onde morava o destinatário.
Por volta de 1837 as comunicações por esse meio só eram possíveis graças às conexões dos pontos distantes, por fios e cabos. Mas depois do aparecimento do telégrafo sem fios houve a abolição dessa forma inicial, digamos, mais concreta.
Numa ocasião eu estava passando defronte aquela agência quando uma senhora, já bem idosa, me abordou pedindo que eu escrevesse, numa folha, as palavras que ela ditaria.
A mulher queria comunicar-se com uma parente distante e tinha ido àquele local dos correios para tal fim.
Acontece que o funcionário mandou ela escrever a mensagem num papel, que ele então a transmitiria, usando o código morse, pelo telégrafo.
Mas como ela tinha dificuldades com as palavras escritas, pediu logo pra mim, o primeiro que passava na sua frente, que as escrevesse.
Então ela começou a falar e eu a garatujar: "Neném, para com essas atrapalhações, com esses enganos todos, com essas histórias de Mandraque. Que coisa mais feia, minha filha. Não presta enganar os outros desse jeito. Tem prefeito mágico que faz sumir o dinheiro da prefeitura. Mas você pensa que ninguém vai saber? É claro que vai, minha filha. Para de sacanagem. Você precisa arrumar um marido decente, que goste de você e que tenha coragem de trabalhar para te sustentar. Cria vergonha na cara, minha filha. Olha, o povo todo já sabe desse seu negócio de ser, de dia, Maria e, de noite João. Arruma um serviço decente, minha nega. Passou o tempo da vadiagem."
Depois de grafadas as palavras no papel entreguei a ela, que logo em seguida passou ao funcionário. Quando ele viu o tamanho do texto, ficou abismado. Disse que a transmissão custaria uma fortuna, porque o valor a ser cobrado baseava-se na quantidade das palavras da mensagem.
Bom, voltando o texto para mim eu comecei a compactá-lo. Risca ali, rabisca aqui e pronto; achando que agora tudo ficaria dentro das possibilidades, passei o comunicado ao funcionário.
Mesmo assim, dizendo que a tarifa seria bem alta, ele resumiu ainda mais a mensagem da velha senhora que ficou mais ou menos assim: "Vai trabalhar, minha filha. Esse negócio de cinema não combina muito com você".
Por ter saído do lugar, durante as tratativas entre a usuária e o encarregado, não fiquei sabendo se houve ou não a transmissão do conselho.
Quantas dentaduras a secretaria municipal de saúde financiaria com R$ 6.375?
Pode o meu querido leitor ter a certeza de que não seriam poucas e nem poucos desdentados, desta cidade de Piracicaba, se sentiriam tão felizes com o cumprimento da mais sigela obrigação constitucional promovida pelo município.
Essa verba toda pode vir, em pouco tempo, dos bolsos do ex-prefeito de Piracicaba, sr. Barjas Negri (foto), que foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a pagar a importância de R$ 6.375, a título de multa por irregularidades licitatórias.
As inobservâncias da lei em 2009, quando Barjas Negri (PSDB) firmava o contrato, e seus aditamentos, com a empresa Nutriplus Alimentação e tecnologia Ltda, no valor de R$ 4,6 milhões, levaram o TCE a apontar os erros em março de 2014, e aplicar as penas cabíveis, reiteradas agora, com a confirmação da sentença condenatória.
As pesquisas deficientes dos preços, exigências indevidas de supostas irregularidades fiscais, cotação de preços das frutas não condizentes com as ofertas de abacaxi, maçã ou mamão, e notas de empenho, com números iguais/valores diferentes, foram alguns dos deslizes cometidos pelo prefeito, ainda nos editais da licitação.
Note que em fevereiro de 2015 a atual administração municipal homologou o contrato com a Nutriplus no valor de R$ 18,6 milhões.
Barjas Negri ocupou cargo relevante no Ministério da Saúde, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era presidente. Na ocasião um tremendo escândalo financeiro envolvendo o superfaturamento dos preços das ambulâncias desencadeou uma operação da Polícia Federal denominada "Sanguessugas".
Houve abertura de inquéritos, instalação de CPIs, mas ao contrário do que ocorre hoje, quando os crimes dos coarinhos brancos são investigados, e os culpados punidos, o então procurador da república Geraldo Brindeiro, opinou pelo arquivamento das investigações.
Esses jeitinhos, ocultações das falcatruas "debaixo dos tapetes", nos dão a certeza de que toda a fortuna, riqueza, ostentação, orgulho, saúde e felicidade de alguns senhores políticos, só são possíveis com a miséria e o sofrimento de milhões e milhões de outros irmãos brasileiros.
Van Grogue não era calçada portuguesa, aquela obra de arte feita para ser pisada, mas a população de Tupinambicas das Linhas cria que para ser feliz deveria melindrá-lo sempre.
Essa mania, de calcar o bêbado, nascera com a vovó Bim Latem a chefe de gabinete do prefeito Jarbas, o caquético testudo, espalhando-se ao longo do tempo e pela cidade toda.
Eu já lhes contei inúmeras passagens sobre a tal vovô Bim Latem. Ela era fã de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira; quando entrou para o funcionalismo público – onde trabalhou durante cinco anos e já está aposentada há cinquenta -, comprou com o primeiro salário que recebeu toda a discografia dos artistas.
Por ter o Van Grogue uma desavença com Luisa Fernanda, Célio Justinho que envolveu também o prefeito Jarbas, o vereador Fuinho Bigodudo e o deputado Tendes Trame, a vovó Bim Latem desejou, com todas as suas forças morais, poderio econômico e tráfico de influência, que o tal pingueiro fosse morar numa barrica a ser instalada em qualquer rua da cidade.
Numa das reuniões que aconteceram ao redor da piscina de Luisa Fernanda e Célio Justinho, onde também faziam churrasco e ensaiavam as apresentações da Banda Funileiros do Havaí, a vovó teria dito sobre o futuro do Van de Oliveira:
- Vai morar na rua entre os cães; de lá “meterá o pau” em nós e em nossas obras administrativas. Quando ouvir um sino sentirá vontade de perambular pelas vias, becos e vielas. Esse catinguento terá muita sorte se alguém se compadecer dele e o tirar da sarjeta.
Apesar de todo esse sortilégio lançado contra Van de Oliveira, a justiça agiu antes, tendo descoberto falcatruas imensas nas licitações da prefeitura tupinambiquense.
Jarbas, sua mulher, Fuinho Bigodudo e até mesmo Tendes Trame, tiveram de explicar como conseguiram tamanho acúmulo de bens móveis e imóveis, com os salários modestos que recebiam.
Para muitos a carreira política desses senhores havia chegado ao fim.
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O Ensaio
O PSDB, nestes últimos oito anos, foi o responsável pelo recrudescimento e generalização do assédio moral em Piracicaba.
Não se sabe se por ignorância, ou má-fé mesmo, esse nefasto partido permitiu a multiplicação das querelas pessoais de um jeito tal que a cidade inteira viu-se, de certa forma, neurotizada.
Ninguém duvida que o “dividir para governar” seja um dos lemas preferidos desses homens toscos, insensíveis e cruéis dessa tal instituição em Piracicaba.
Na verdade o PSDB, aqui neste local, é basicamente composto por seguidores evangélicos e espíritas, produzindo infelicidades tremendas para muita gente.
É certeiro que a intranquilização, e o incentivo constante dos cidadãos ao confronto, tenham sido formas escolhidas como “punição” para todos aqueles dissidentes não satisfeitos com as humilhações, rebaixamentos e “desobediência” às sugestões apresentadas.
Esses senhores “dirigentes” partem, nos seus raciocínios, de premissas falsas, desqualificadoras, obtendo no final, resultados inesperados.
Eu me lembro que numa ocasião – se não me engano em 2000 - quando fui candidato a vereador por essa sigla, de ter comparecido, a pedidos, à casa da professora Carolina Thame, mãe de Antônio Carlos Mendes Thame, que ficava à Rua Boa Morte, no centro de Piracicaba.
Na casa daquela professora, hoje falecida, havia uma espécie de QG do partido, onde se providenciava algumas soluções aos integrantes do grupo.
Naquele tempo eu jamais teria a noção de que um vizinho, réu numa ação judicial proposta por mim, obtivesse a simpatia, motivada por identidade religiosa, da direção toda do partido.
Pois foi no ambiente doméstico, travestido de escritório comercial, que usando meios indiretos e velados, dando mais valor para alguém alheio ao partido, me fizeram sentir ser o sujeito mais detestável do universo.
Então posso concluir que a covardia, seja também uma característica bem relevante desse partido tosco. É óbvio que com a temporada das eleições tenha havido certo comedimento nas ações insensatas desses senhores.
Olha, não posso mais duvidar que a quantidade dos votos por mim obtidos – 30 – tenha sido parte dos “castigos” impostos a mim pela cúpula da corja.
É preciso ter muito cuidado com esse senhor Antônio Carlos Mendes Thame.
Tanto nas idas quanto nas permanências e voltas, os loucos da cidade cercavam suas vítimas. Era uma regra.
Os dementes compunham a seita maligna do pavão-louco e não admitiam a estadia de qualquer pessoa discordante da política corrupta do prefeito Jarbas, o caquético.
Como era do conhecimento geral, o prefeito, seus vereadores, o deputado estadual e federal, aproveitavam-se das licitações, para enriquecerem seus patrimônios particulares. Essa verdade era mansa e pacífica.
Tanto era assim que em Tupinambicas das Linhas uma única empreiteira ganhara mais de 45 concorrências públicas, em pagamento do capital que investira na campanha, que elegeu o prefeito Jarbas.
Praticamente não havia quem não recebesse um “presente” do prefeito ou dos seus correligionários. Essa atitude evitava as queixas, as reclamações e amenizava a derrota das demais empresas que se aventuravam a participar dos certames públicos.
Participar de uma licitação na prefeitura era o mesmo que jogar com as cartas marcadas. Se o partícipe não fosse da “panela” não teria a menor oportunidade.
Era assim que essa espécie de “casta” política governava a cidade por gestões seguidas, sem que a oposição, aliás, bem fraca, tivesse qualquer chance de ocupar o poder.
Na cidade a combinação entre as religiões pagãs e a política, formava a equação usada pela gente que ocupava os cargos eletivos, por mais de trinta anos seguidos.
Dessa maneira nem as denúncias de fraudes, contra o erário público, apesar de comprovadas, conseguiam sacar dos tronos intocáveis, os vendilhões da legalidade.
O chamado “progresso material” da urbe, na verdade, não passava de oportunidade aos responsáveis, tanto políticos, quanto técnicos, para acrescentar aos seus bens particulares, parte da riqueza que pertencia à cidade.
Então, obras voluptuosas tais como pontes desnecessárias, asfaltamento de ruas já calçadas e prédios destinados às repartições municipais, eram feitas assim como nos passes de mágica.
Em Tupinambicas das Linhas não se poderia dizer, com relação às verbas públicas, serem elas pouco milho para muito bico. Na verdade, o montante do dinheiro desviado era tanto, que se podia afirmar, sem medo de cometer engano, ser muito milho pra poucos bicos.
Se não fosse mesmo assim, então como explicar as reeleições seguidas, dos candidatos miseráveis, que durante suas vidas de pobres ingênuos, só conseguiram alcançar o maior destaque, quando se tornaram professores, de cursos preparatórios de vestibulares?
Esses políticos usavam a riqueza, desviada da população, na ativação e manutenção dos mecanismos repressores aos seus críticos. E a seita maligna do pavão louco, era um desses “aparelhos”, cujos membros cercavam tanto na ida, quanto na permanência e volta as suas vítimas.
Era bastante espinhoso suportar as atitudes insanas dos corruptos da cidade.
Depois de um longo tempo em que deixaram José Serra sozinho, chegou enfim o momento no qual alguém deveria se apresentar para ocupar a vaga de vice.
Na minha opinião quem mais se identifica com o PSDB é o ex-deputado Roberto Jefferson do PTB. A bagagem política que o forma é bem característica da ideologia dessa coligação.
A experiência política do senador Álvaro Dias, convocado para o posto, está longe da apresentada no currículo do doutor Roberto.
Os eleitores do PSDB só têm a agradecer por tamanho acerto na escolha. Afinal, depois de um longo tempo com o PT em Brasília, nada como voltar ao corriqueiro.
Quem desejaria aquela espécie de “reinado” petista, semelhante ao do “imperador” Hugo Chaves na Venezuela?
Eu particularmente me abstenho de votar no PSDB. Sofri na pele, na carne, as consequências dessa política equivocada desenvolvida aqui em Piracicaba.
Valem-se dos meios escusos para conseguir os intentos. As safadezas são muitas, tantas que, em determinados momentos, dá vergonha dizer-se piracicabano. Talvez cometam tantos erros por ignorância.
Entretanto, com o devido respeito, a ignorância da lei não exime a culpa.
Quem não se lembra dos escândalos licitatórios? Quem não se recorda das induções aos erros, dos engodos, promovidos pela ânsia louca de permanecer no poder?
Vale tudo pra defender o uísque das crianças: até meter nas meias, cuecas, bolsas e bolsos as pacas e mais pacas de dinheiro destinado aos cidadãos.
Da mesma forma que o sujeito acena uma cenoura vistosa diante do burro, fazendo-o puxar a carroça, não seria enganoso dizer que acenam, aos ingênuos, com concursos públicos e a satisfação das quimeras novelescas, mobilizando-os a os elevarem aos mais profícuos cargos provedores.
Aviso: o blog
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Radioamador de Ribeirão Preto (SP) ajuda vítimas no Nordeste
Emília era corpulenta, lerda, portadora de um grau de deficiência que a destacava da multidão, onde, de vez em quando, se imiscuía.
Era uma espécie de morta-viva, um zumbi carente, que desde a adolescência não conseguira ninguém que se dispusesse a amá-la. Mas por ser assim, uma lesada, na opinião dos vizinhos, recebera o carinho de alguns médicos que se esmeravam em nutri-la, com os psicotrópicos considerados indispensáveis.
Então Emília tinha a firme convicção de que todos deveriam ser adeptos das tais pílulas mantenedoras, também da sobriedade do seu pai, um bêbado arrependido.
E nas reuniões festivas do bairro, se alguém destoasse das atitudes, que ela achava serem as ideais, aplicava logo a tal matrona, a etiqueta de “louco” no fulano.
Poderiam considerá-la lelé, mas a grandalhona não era besta a ponto de portar-se de forma que a demitissem do seu emprego público. Afinal a mamata era boa e, a presença diária na repartição, dispensável.
Por ter exacerbada a sugestibilidade Emília era usada pelos políticos, velhas raposas, assaltantes dos galinheiros públicos, na difusão das opiniões negativas sobre os inconformados com as rapinas.
O pai e a mãe da Emília passavam também seus dias sob os efeitos das tais pílulas mágicas. Os prescritores garantiam que elas substituíam as substâncias negadas pela natureza.
Por estar bem fofa, possuir a tez alva, e ter o corpo coberto pelos tecidos adiposos, seu aspecto bovino era inconfundível. Mas os excessos materiais faziam dela uma filantropa exímia.
Emilia tinha casa própria e vivia com os pais aposentados, credores de vencimentos respeitáveis. As despesas eram muito menores do que as receitas mensais no lar. Portanto com as sobras dos salários e cestas básicas excedentes, ela exercia uma espécie de poder, corrompendo algumas consciências, dirigindo opiniões.
Detendo esses atributos todos, Emilia era muito requisitada pelos interessados na manutenção ou obtenção dos cargos públicos. E isso era muito gratificante para ela.
Era tão satisfatório saber ser querida pelo deputado e prefeito decadentes, que ela não se importava de nunca ter sido beijada ou deseja por alguém.
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