por Fernando Zocca, em 14.05.10
Imagine experienciar uma quizumba num bairro de periferia de cidade pequena. Ciente de que você tem direitos a serem preservados, dirige-se rápido a delegacia de polícia.
Então pensando que com as providências da autoridade policial, a situação se acalme ao seu redor, depois de cumpridas todas as formalidades que lhe cabem, tenta esquecer o caso.
Mas veja que situação: ao invés de arrefecer os estados de espírito belicosos você nota que tudo ficou pior, os ânimos se exaltaram mais ainda.
Chega o momento em que você acha que não deveria ter ido à delegacia de polícia. E como entender que as pessoas investidas nas funções de funcionários públicos, possam agir em desacordo com o direito? Como explicar isso?
Você já ouviu falar em tráfico de influência? Pois é. Numa cidade pequena, onde quase todas as pessoas se conhecem, num auê entre vizinhos, um vereador, deputado estadual ou deputado federal podem solicitar à autoridade policial, favores em benefício de alguém, e detrimento dos direitos de outrem.
Entende?
Então numa desinteligência acontecida entre vizinhos, por causa da omissão de impedir os latidos incessantes de uma cadela, a vítima pode, ao dirigir-se à repartição policial, encontrar lá um clima completamente desfavorável.
Esse é o que se chama de tráfico covarde de influência. Esse crime pode ser praticado com o abuso do poder econômico. Ou seja, o tal vizinho meliante, que por ter entre os seus amigos gerentes bancários, acha que pode mandar e desmandar num bairro, passando inclusive sobre os direitos fundamentais das outras pessoas.
Esse tipo de comportamento injusto favorece a descrença nas autoridades, nas leis, e faz com que a vítima seja atingida na sua auto-estima.
E você acha que as injustiças e as lesões aos direitos das pessoas param por ai? Nada disso. Depois de ser “trucidada” num departamento policial, a vítima pode ainda ser denegrida no Fórum, nas casas comerciais do bairro, bancos, igrejas e por ai vai.
Quem conhece os mentirosos sabe que para manter uma mentira o fulano tem que contar outra mentira. E para defender suas posições deve mentir, mentir e mentir cada vez mais.
Isso acontece até o momento em que “a casa cai”, ou em que toda a verdade vem à tona.
Com a injustiça é a mesma coisa. Para defender os bens e a posição injusta, o indivíduo precisa seguir em frente praticando outra e outra injustiça, até o momento em que tudo se volta contra ele mesmo.
O ressarcimento financeiro, cremos nós, cessaria esse círculo vicioso maligno. Pelo menos mudaria o sentido do cenário.
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por Fernando Zocca, em 11.03.10
Os políticos de Piracicaba conduzem a cidade numa direção contrária a do resto do mundo desenvolvido. Nas regiões mais evoluídas o meio ambiente é a prioridade, pois se sabe que com a degradação do local onde se vive, degrada-se também a população ali existente.
Um veículo usuário de combustível, feito com a matéria orgânica, retirada do subsolo e transformada em gases na superfície, produz o equivalente a cinco toneladas de material tóxico por ano.
Enganam-se aqueles que acham que não seja nociva, para a saúde, a absorção desse lixo gasoso pelos organismos biológicos. Isso sem falar no espaço ocupado por um carro, geralmente contendo uma só pessoa.
Os gênios da política caipira desejam trazer para a província uma fábrica de automóveis. A justificativa principal é a de que o empreendimento trará aproximadamente 5.000 mil novos empregos.
Sim. Mas para quem? Para trabalhar numa fábrica dessas é necessário ter experiência, conhecer o manuseio das máquinas utilizadas na produção dos componentes dos veículos. E ao que nos consta, trabalhadores hábeis nas oficinas mecânicas, especializadas na fabricação e manutenção de usinas e peças de usinas de açúcar e álcool, não seriam os mais indicados.
Na engenharia também o processo é o mesmo. Os projetistas e desenhistas experts na criação de maquinário utilizados pelos usineiros nas suas propriedades, não teriam o mesmo preparo que os profissionais das fábricas de automóveis.
Isso ocorre também com o pessoal da burocracia. Os trabalhadores de colarinho branco, encarregados dos trâmites relativos aos escritórios, das usinas de açúcar, teriam uma rotina completamente diferente, na indústria automobilística. As experiências são diversas.
Portando para a fábrica, que pretende se instalar em Piracicaba, mesmo recebendo gratuitamente as áreas de terras e a isenção de impostos por muitas gerações, seria mais lucrativo trazer, de fora, os trabalhadores de que necessita.
Então, que vantagem levaria a nossa querida província com instalação desse empreendimento, se ele não proporciona direito a impostos, não emprega as pessoas nascidas no local e não contribui para a melhoria do meio ambiente?
É suficiente para o ego do cidadão piracicabano dizer: “Esse carro foi feito em Piracicaba”?
Além do prestígio para os políticos, que atualmente ocupam os cargos eletivos, aliás, há um bom tempo, em nada mais serviria esse projeto pobre. Na verdade isso se compararia a um espetáculo de palco, a um show pirotécnico, onde os “Maquiavéis” do PSDB exercitariam suas capacidades prestidigitadoras.
Aos homens públicos interessa a manutenção dos cargos por causa dos lucros. Em tempo de eleição não se pode duvidar da existência de prefeitos que inaugurariam até pontes de safena, se isso lhes rendesse votos.
A proteção do meio ambiente conduz a indústria automobilística a desenvolver projetos que utilizam energia limpa.
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por Fernando Zocca, em 05.12.09
Tanto os loucos filmados recebendo propina no Distrito Federal, quanto os que roubam bancos, usando a violência, e o jogador de futebol que põe a mão na bola, pra conseguir o gol, têm em comum algo que a grande maioria da população não consegue fazer: violar as regras.
Mas por que dizer serem loucos aqueles corruptos filmados descapitalizando o Estado brasileiro e os ladrões de banco? Porque louco é o excêntrico, o que está fora do contexto, das regras e que por isso é a exceção.
Mas o que acontece quando todo o sistema, conduzido pela intenção de ver vitoriosa a impunidade, é levado à corrupção? Ou melhor: O que pode acontecer quando o quebrantar as regras torna-se modelo?
Quando o transgredir as regras do agir, transforma-se em procedimento aceitável, ocorrerá com o Estado o mesmo que sucede ao corpo animal acometido pelas desordens metabólicas. Ou seja, instala-se o desconforto geral e o tempo de vida se reduz.
O sujeito portador do tipo de personalidade que elege prioritários os seus valores próprios, desmerecendo o bem estar do todo, dos demais, é capaz de, nas licitações de ambulâncias, por exemplo, apoderar-se da coisa que não lhe pertence, sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento.
Mas num bairro, numa comunidade, num condomínio, como saber se um sujeito tem a consciência do todo, do coletivo, do conjunto em que está inserido? Percebe-se que um cidadão tem o espírito, digamos comunitário, quando procura respeitar também a paz alheia.
Pode-se dizer então que o maluco bebedor que perturba a vizinhança, com suas festas, fora de horário, tem o mesmo germe que formata o ladrão de bancos e o louco descapitalizador do Estado. O que há de comum nesses extravagantes é o desprestigiar os valores alheios.
Para o doidão que leva o dinheiro público tanto faz, se ele fará falta na aquisição do equipamento hospitalar, se impedirá o asfaltamento das ruas empoeiradas ou se estorvará a instalação da rede de esgoto.
Em outros termos para o doido que enruste o dinheiro da administração, tanto faz se ele fará falta na aquisição do conforto daquelas pessoas que ele nem ao menos conhece.
Da mesma forma, para o psicótico que festeja durante as madrugadas, tanto faz se os ruídos que ele promove, causarão desconforto nos vizinhos que ele nunca viu ou com quem não simpatiza.
É comum nesse tipo de personalidade o fluxo verbal que busca justificar os comportamentos criminosos. A impunidade precisaria, durante algum tempo, uns dez anos talvez, ser substituída pela extirpação sumária. Do mesmo jeito que o agricultor desarraiga a erva daninha da sua horta, à sociedade caberia extrair do seu convívio, esses exemplos de crueldade.
Percebe-se perfeitamente a distinção entre o joio e o trigo, de modo que não haveria perigo de confundir um com o outro, durante o saneamento.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 02.12.09
O que não faz uma câmera oculta hein? Barbaridade! E depois quando todos que garantem a existência da corrupção desbragada, têm sua credibilidade sob suspeita, o crime recrudesce sendo ainda reforçado pela impunidade.
Esquemas criminosos como o das ambulâncias, do Detran, e milhares de outros servem para enriquecer a apenas alguns, enquanto que a maioria formadora do conjunto, do coletivo, sofre com os males da miséria.
Esses derrames do sangue nutridor da nação poderiam ser punidos de forma mais sucinta, rápida e indolor. A supressão desses carcinomas tenderia a proporcionar, talvez, alguns séculos de sobrevida à civilização brasileira.
Quando você passeia pela periferia do Distrito Federal, pode ver o estado lamentável da população e do meio habitado por ela. E você poderá indignar-se ainda mais ao saber que os bilhões e bilhões de reais carreados para os bolsos, bolsas, meias, cuecas e pastas dos espertos, seriam insuficientes para proporcionar um padrão mais digno do eleitor pagador dos impostos.
A cirurgia objetivando a extirpação dos tais tumores cancerígenos, nos países mais rigorosos como a China, por exemplo, equivaleria à execução sumária sem nem mesmo ouvir as desculpas esfarrapadas.
Como reagiriam governos como os da Coréia do Norte, do Japão, de Cuba e de outros países menos dispostos a escutar os discursos escusadores fajutos? Será que a impunidade, que reveste esses casos não teria o condão de despertar nos julgadores a idéia de que “eu também quero e posso conseguir muito mais”?
Ou melhor: será que a impunidade que encapsula esses casos não teria como suporte a noção de que “eu também quero e posso conseguir muito mais do que esses babacas pegos com a mão na cumbuca”?
Não se sabe. É do conhecimento público que a corrupção é uma aberração hoje com a incurabilidade semelhante a do câncer. Esse desarranjo entranhado no âmago das instituições públicas desequilibra a distribuição da seiva, propiciando o gigantismo de algumas áreas e o definhamento de outras maiores e também importantes.
Num grupo criminoso destaca-se o mais cruel. Ou seja o mais destrutivo será mais respeitado, mais temido e bajulado. Nessas quadrilhas de bandidos de colarinho branco, recebem os respeitos e deferências os que mais conseguem burlar os sistemas defensivos institucionais.
E olha, é comum os tais larápios fazerem a opinião pública das pequenas cidades, de onde eles vêm, acreditar que eles são vencedores e não derrotados. Na visão dessa gente, que leva a grana de todo mundo, na maior cara de pau, o derrotado é a população que nem sabe da lesão que sofreu durante todo esse tempo, durante todas essas gestões.
Derrotado é o povo. Derrotada é a população que paga ingenuamente os impostos. Derrotada é a gente da periferia que, quando procura por serviços públicos não encontra.
Vencido é o povo que por meio das suas leis e autoridades competentes não consegue castigar os infratores e impedir a ocorrência de novos surtos.
Se eu pudesse escolher entre ser um vencedor que amealha sua fortuna subtraindo para si a coisa pública, ou um derrotado ciente de que os ladrões serão punidos, eu escolheria a segunda hipótese.
Além de ter a consciência de que o ladrão que rouba o ladrão tem cem anos de perdão, eu ainda consigo crer que a justiça tarda, mas não falha.
Fernando Zocca.
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