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É Perigoso Morar Aqui

por Fernando Zocca, em 10.05.10

Cidade pequena, provinciana, tem cada figura que impressiona. Imagine você caminhar por uma rua cujas calçadas são tomadas pela expansão do sentimento de poder de uma moradora.

                   É isso mesmo. O tempo que a pessoa permanece numa região dar-lhe-ia um sentimento de autoridade tal que lhe possibilitaria ocupar inclusive a calçada com “puxadinhos”.

                   Essas aberrações ocorrem com mais freqüência em Cosmópolis, terra do falecido ex-deputado federal João Herrmann Netto. Lá existem endereços diferentes, na mesma rua, mas com numeração semelhante.

                   Imagine o trabalho do carteiro ao ter de entregar correspondências nos números 30, 41 ou 39 da rua tal.  É que há dois 30, dois 41 e dois 39. Pra que essa confusão se instale e se difunda é preciso que  ocorra  a somatória do analfabetismo, superstição, egoísmo e muita venalidade dos políticos locais.

                   Aqui em Piracicaba é quase igual. Há pessoas que, por morarem na periferia, sentem-se os donos do quarteirão e autorizados, por isso mesmo, a maltratar a quem não simpatizam.

                   E eles, os malucos, não fazem pouco não. Promovem arruaças, ajuntam-se defronte o seu portão, tentam agredi-lo e o difamam nas igrejas, câmara municipal, prefeitura, delegacia de polícia e bancos.

                   Essas pessoas ou são retardadas mentais, degeneradas ou psicóticas mesmo. Conheci uma senhora enorme, mulher de um barbeiro, que nas horas de folga era funcionário público trabalhando como vigia no cemitério da cidade. A mulher era tão gorda, mas tão gorda, que quando  se sentava no sofá, pra ver a novela das oito, o pessoal que ali estava antes, tinha de se levantar.

                   A bruaca descontava a fereza, que lhe causava a prisão de ventre perpétua, nos filhos dos vizinhos que não tinha em boa conta.  

                   Se o conceito de loucura mudou com o tempo, fazendo parte da sua característica a agressividade danosa e o analfabetismo, então meu amigo, considere que a existência da maior concentração de dementes por metro quadrado, você  encontra aqui na Rua Napoleão Laureano entre a Samuel Neves e Fernando Febeliano da Costa, no  bairro Vila Independência em Piracicaba.

                   É perigoso morar aqui. Você pode ser agredido com tijoladas na cara ou ser punido diariamente com muito barulho e tinta spray que os mal formados injetam na sua casa.

 

 

Carro ardeu na Areosa

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publicado às 14:34

Surucucu: a serpente da mata Atlântica

por Fernando Zocca, em 07.01.10

 

A surucucu (Lachesis muta) é a maior cobra do continente americano e uma das maiores do mundo, pertence à família das Veperidae e à ordem Squamata. Este animal pode atingir até 4,5m de comprimento e suas presas chegam a medir 3,5cm.
 
O corpo é marrom e marcado com desenhos que lembram losangos marrom-escuros, revestidos por faixas esverdeadas. A cauda não tem guizos, como a cascavel, mas é capaz de emitir um determinado som, quando esfrega, contra a folhagem, um pequeno osso (parecido com uma espinha) que possui no extremo da cauda. Assim, como a cascavel, a surucucu também dá sinal de que está incomodada por terem invadido seu território.
Esta serpente é encontrada nas florestas úmidas da América Central e do Sul. Normalmente se alimenta, à noite, de pequenos animais e roedores como ratos. A surucucu é capaz de identificar o calor dos animais que caça, assim sendo, segue o rastro térmico de suas presas. Este acurado sensor de calor é a membrana que reveste internamente os orifícios entre as narinas e os olhos. (fossetas loreais)
A surucuru vive na mata atlântica dos estados do nordeste, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. É também encontrada no Vale do Rio Doce (na divisa de Minas gerais com o Espírito Santo). Dependendo da região, pode ser conhecida como bico-de-jaca, surucutinga, surucucu ou surucucu-de-fogo. O encontro entre homens e surucucus se dá habitualmente na beira de regiões que estão sendo desmatadas.
O comportamento da surucucu é agressivo e ela é capaz de dar um bote com aproximadamente um terço do tamanho do seu corpo. De outubro a março é que ocorre seu período de reprodução. Este animal põe ovos e o tempo de incubação é de 76 a 79 dias (em cativeiro).
É raro o encontro desta serpente com o ser humano (graças ao baixo número de gente no habitat natural deste animal), mas quando picado por uma surucucu, o homem apresenta o seguinte quadro: queda na pressão arterial, inchaço e dor no local da picada, diminuição da freqüência cardíaca, alteração de visão, sangramentos na gengiva, pele e urina, vômito, diarréia, necrose e insuficiência renal. O veneno da surucucu, de ação neurotóxica, é extremamente letal, deve-se procurar rapidamente ajuda médica no caso de um acidente. O soro utilizado contra a picada desta serpente é o antilaquésico/antibotrópico laquésico.
 

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publicado às 11:22


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