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As eleições municipais estão aí e é chegada a hora de você escolher pra quem vai dar as tetas públicas durante os próximos quatro anos.
São 48 salários (mais os esquemas de corrupção), verbas de gabinete, motoristas particulares, e mordomias, jamais imaginadas pelo eleitor.
A mamata é tão boa que tem gente que se especializou no ramo. Tem vereador, deputado federal, estadual e prefeito que não consegue pensar em outra forma de subsistência que não seja essa do cargo eletivo.
E o pior não é isso. O pior é que quando os caras estão há tanto tempo usufruindo dessas riquezas, eles se desconectam da realidade do eleitor que os mantém.
Os sujeitos, saciadíssimos e enfadados, tornam-se arrogantes, insensíveis e maldosos.
Quando atingem esse estágio de cronificação, eles não pensam em mais nada que não possa lhes assegurar a continuidade do fluxo das riquezas vindas do povo.
Aqui em Piracicaba você tem exemplos notórios: veja esse senhor João Manoel dos Santos. Há quanto tempo ele viceja na câmara municipal? E José Aparecido Longatto?
Na câmara dos deputados federais Antônio Carlos Mendes Thame envelheceu consumindo a seiva oriunda do labor popular.
Barjas Negri, apesar de envolvido no esquema vergonhoso conhecido como o escândalo das sanguessugas (Planam, Cicat, Abel Pereira, ambulâncias), foi eleito e reeleito prefeito de Piracicaba.
Esse fato é o mesmo que dizer “as investigações sobre corrupção aqui em Piracicaba não dão em nada. E besta é aquele que não aproveita pra levar o seu enquanto pode”.
Campinas, Limeira e centenas de outras cidades pelo Brasil todo, tiveram seus políticos investigados.
Por que não os de Piracicaba?
Zelão Mané, um sujeito macérrimo, tinha os cabelos negros e seu rosto era afilado. Abaixo do nariz um bigode tosco e ralo lembrava o das fuinhas.
Nas últimas eleições Zelão Mané se enroscara com Jarbas (o caquético-testudo), e ambos revolvendo formas de manterem-se nas mamatas do poder, acharam a fórmula: uniriam as crenças, antes antagônicas, em torno do projeto de destruição dum sujeito previamente demonizado por ambos.
Só pra situar meu nobilíssimo leitor, o tipo da quizumba era igual à existente entre o Carlos Lacerda e Getúlio Vargas, em 54.
A fuinha viera dum local ermo, lá do estado de Minas, completamente abandonado pelas autoridades locais. Ao Chegar em Tupinambicas das Linhas, resolveu freqüentar aulas onde aprendeu as primeiras noções da língua que falava.
Seus 12 filhos nasceram na cidade. Quando ele percebeu que trabalhar como empregado, não seria brinquedo, pois não tinha qualificação nenhuma, ponderou nas chances de se tornar vereador.
Ora, Tupinambicas das Linhas, sempre conhecida como a cidade concentradora da maior quantidade de loucos, jamais vista em qualquer outra parte do mundo, não se opôs ao projeto do pretendente.
Afinal, não existia gesto maior, e nem mais completo, de prova da hospitalidade, do que o de oferta dum cargo bom e vitalício.
Zelão Mané elegeu-se então uma, duas, três, quatro e cinco vezes, como o mais supimpa e festejado vereador de todos os tempos da cidade histórica.
Seus filhos todos, empregados na prefeitura municipal e nas demais repartições autárquicas, cresceram, casaram-se e quando se viram enrolados com os problemas causados pelo excesso de adolescentes improdutivos, dentro das suas casas, procuraram logo o presidente da câmara municipal de Tupinambicas das Linhas.
Acontece que os quadros funcionais da prefeitura, da câmara municipal, e do departamento de águas, estavam lotados. Ora, como a pretensão do Jarbas, de instalar logo a tecelagem Tupinambicas, não poderia concretizar-se, por motivos alheios à sua vontade, resolveram eles, reinaugurar o zoológico municipal.
No princípio haveria poucos animais, porém como o objetivo principal, não era esse, mas sim o da criação de cargos, com muito jeitinho, reconstruíram aquele próprio público.
Foi assim então que ajeitaram o destino de toda aquela safra nobre dos legítimos descendentes do mais vigoroso, hábil, prolífero e maquiavélico vereador come-quieto, jamais vista nas terras Tupinambiquences.
A fuinha bigoduda, um dia porém, cansada com tanta solicitação, achou que deveria tirar umas férias lá pros lados do nordeste.
Junto com dois outros vereadores, sacou 10 mil reais, (dez mil pra cada um), dos cofres da câmara municipal e partiram numa caravana alegre, em direção às praias paradisíacas.
Durante o trajeto o vereador pensava em implantar um plano que objetivava enfraquecer os adversários: Em Tupinambicas das Linhas os critérios de apuração do consumo d água, não seriam os numerais dos medidores, mas sim o comportamento dos consumidores. Se suas opiniões políticas divergissem da dos governantes, pagariam mais, devido às anotações superestimadas, feitas por correligionários, e aplicadas como punição.
Esse projeto de sangria deveria ser estendido, num futuro próximo, aos departamentos de energia elétrica e aos de serviços telefônicos.
Quando o grupo chegou, perceberam que a imprensa toda tinha noticiado o fato. Houve burburinho e vozes clamavam pela punição dos edis.
À pergunta do repórter, a um matuto, sobre o que fazer com tanta gente daninha, roubando as instituições públicas daquele jeito, ele respondeu: "Ah, tem que tacá na oréia desses cara aí, ó!"
O piracicabano revoltado e a câmara de vereadores
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