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Retrovisor

por Fernando Zocca, em 03.06.15

 

retrovisor.jpg

 

Corrupção é que nem gripe. A gente controla, combate os vírus, ela passa, mas volta.
Esse tipo de doença social não é privilégio só do poder público. Nas empresas, da iniciativa privada, ela também é comum.
É a exceção da regra, o caminho mais curto, o jeitinho mais fácil de trazer para si, ou para outrem, o que é do alheio.
Semelhante a outra aberração social, a prostituição, a corrupção enriquece poucos, deteriorando a qualidade da vida de muitos.
Quando não existe a punição dos culpados ela torna-se comum, e leva os que não a praticam, a serem condenados pelos que dela fazem uso.
Tanto a prostituição infantil, quanto o tráfico das drogas, os desvios das verbas públicas, precisam ser combatidos; os condenados devem ter a consciência de que a sociedade toda participa do conhecimento dos fatos.
Os corruptos de uma cidade, geralmente, quando percebem a aproximação perigosa da polícia, da imprensa, procuram logo despistar as atenções com problemas mais sensíveis e comuns.
Então não é novidade o desencadeamento das campanhas de caça aos pedófilos - por exemplo - por aqueles que com o rabo preso, nas maracutaias municipais, vê a pressão social aumentar perigosamente pro seu lado.
A dinâmica assemelha-se àquela que ocorre numa família com muitos irmãos. Quando um deles suspeita que a mãe está prestes a descobrir que ele anda comendo as bananas às ocultas, de madrugada, aguça as atenções da genitora sobre o usuário oculto, dos seus batons e cílios, como o verdadeiro meliante a ser punido naquela casa.
Quem não deve não teme, mas precisa ter o cuidado com os enredamentos que os verdadeiros culpados tecem para, nas contas dos bodes expiatórios, lançarem as culpas e sossegarem a consciência.
Hoje em dia, quando um candidato à maracutaia municipal, estadual ou federal, olha pelo retrovisor do tempo, não vê nenhum dos seus paradigmas ter se dado mal.
Quando a visão dos espelhos retrovisores mostrarem que as leis foram cumpridas, os suspeitos processados, os culpados punidos e as penas executadas, teremos a esperança de que o mundo será bem melhor para as próximas gerações.

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publicado às 18:15

Pra que tanta pose, doutor?

por Fernando Zocca, em 13.09.11

 

 

Perguntaram outro dia a um nobre deputado federal: Excelência o senhor não teria outra atividade mais útil ao povo, que justificasse de forma mais efetiva, os salários que recebe, do que participar das redes sociais na internet?

Do alto de toda aquela sua sapiência, segurança e sensação que lhe proporcionava o fato de ter recebido mais de 100 mil votos, ele pensou, pensou e... nem tchum deu ao indagador.

O eleitor ficou a matutar se o nobilíssimo legislador não teria percebido a atenção a ele dirigida. Imaginou também que talvez, por ser muito pobre e insignificante, não tivesse merecido qualquer resposta vinda de tão insigne, brilhante e monárquica autoridade.

Quem sabe até a justificativa para o tal “gelo”, fosse a conduta divergente daquele interrogador que, recusando-se a concordar com as insanidades cometidas nas licitações públicas, praticadas por integrantes do partido do senhor deputado, contasse aos quatro ventos, os crimes ouvidos aos sussurros, nos corredores da prefeitura.

Acreditou-se que uma coisa era bem certa. O senhor deputado só respondia a quem achava ser digno de ouvir as suas sábias palavras, buriladas pela cultura adquirida durante a vintena de anos, em que esquentou, com seu traseiro largo, os cargos públicos eletivos.

Alguns teclados digitavam o fato de que aquela excelência não dava mão a pretos, não falava com pobre e nem carregava embrulho. Pra que tanta pose doutor? Pra que tanto orgulho?

Pontes, fábricas de automóveis, recapeamento de ruas já calçadas, são menos eficazes, para o fortalecimento da população carente, da periferia da sua cidade, do que o investimento no ensino público, na contratação de médicos, para os postos de saúde e na adequação da alimentação escolar.

Mas o que traz votos é a aparência das pontes, das ruas asfaltadas, da publicidade que se faz, das fábricas de carros. E o que o senhor quer, deseja mesmo, é a reeleição, muito mais do que o bem estar do povo.

Não é mesmo senhor deputado?

 

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publicado às 15:37

O Kadaffi Tupinambiquense

por Fernando Zocca, em 29.08.11

 

 

             Tupinambicas das Linhas não era a Líbia, mas também tinha o seu Muammar Kadaffi. Era o vereador Fuinho Bigodudo, conhecido como Muar Fuinho Bigodudo.

             Da mesma forma que o ditador líbio insistia em não deixar o poder, mantido com injustiças e violência, o Muar Tupinambiquense também se negava a “largar o osso”, mantido com verbas substanciosas, aos comunicadores dependentes da cidade.

             Mas na manhã de domingo, no bar do Maçarico, quando já degustava a cerveja gelada, com a barriga encostada no balcão, Gelino Embrulhano pôde notar a presença espalhafatosa do Omar Dadde que vestindo bombacha, chapéu de abas largas, bota de cano longo, camisa azul pavão e um lenço de cetim amarelo, amarrado no pescoço, entrou em cena declarando:

             - Eu vou/Eu vou/Pra casa agora eu vou... – Dadde mal terminou sua mensagem matinal quando foi interrompido por Gelino Embrulhano, que falou ao Maçarico, em alto e bom som:

             - Pronto! Acabou o sossego! O chato acaba de chegar.

             - Mas, olha... Veja quem está aqui. É o sujeito mais mentiroso, enrolado e falso que a cidade já viu. – respondeu Omar Dadde, olhando irônico para o Maçarico.

             E depois ainda, aproveitando o silêncio que se fez, por alguns segundos no botequim, Dadde continuou:

             - Que mané chato, mano? Parece que não me conhece.

             Gelino Embrulhano respondendo a pergunta defendeu-se:

             - Onde eu estou você logo vem atrás. Parece boiolagem, tesão de argola; qual é a tua parceiro?

             - O quê? Tesão de argola? Ocê tá louco Embrulhano? Eu sou é muito macho, meu chapa – indignou-se Omar Dadde. A cidade é livre, eu também sou. Por isso vou onde quero.

             - A cidade pode ser livre e seus habitantes também – interviu Maçarico interrompendo a conversa entre os dois fregueses. Ele julgou que a rixa poderia descambar para a agressão física e o quebra-quebra.

             - Ouvi um comentário que esse tal vereador Fuinho Bigodudo fez uma lei que proíbe o funcionamento de todos os bares e restaurantes da cidade, depois das 10 horas da noite. Ele instituiu o famoso toque de recolher.

             - O quê? Ele fez isso? – perguntaram em uníssono os dois contendores.

             - Fez sim. E se não me engano, o projeto de lei está no gabinete do prefeito Jarbas, pra ser aprovado – completou Maçarico, vendo que os birrentos esqueceram as hostilidades por alguns instantes.

             - Isso quer dizer que ninguém mais poderá tomar seus birinaites nos bares, depois das dez horas da noite? – questionou Embrulhano.

             - Mas isso é um absurdo! Vamos iniciar um abaixo assinado pedindo a cassação disse Fuinho. Ô Sujeito maldoso! Votar nele é a mesma coisa que adubar erva daninha – proclamou Omar Dadde brindando com um copo de cerveja que acabara de encher.

             - Vamos depor esse Kadaffi tupinambiquense! – decretou Gelino Embrulhano.

             A partir daquele momento Maçarico teve a certeza de que o bar e a sua própria integridade física, estariam assegurados. 

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publicado às 14:18

A Exposição Ampla

por Fernando Zocca, em 12.04.10

            Se você encontra gorduchas pelas ruas, logo depois de ter fuçado sites onde viu milhares de obesas nuas;  se se depara com anúncios de concursos públicos oferecendo vagas para arquivista, logo após ter providenciado a impressão daqueles textos dos seus arquivos;  se seu blog aparece com modificações que você não fez e, se os seus escritos antigos são desencavados com alterações na grafia, pode ter a certeza de que seu computador está monitorado.

            A quem interessaria essas intromissões? A todos aqueles que se sentem atingidos pelo que você publica. Então ao deputado federal medíocre, mais falso que nota de mil reais, àquele prefeito fajuto, hábil em favorecer parceiros nas licitações, ao dirigente “religioso” frustrado com as predições horríveis feitas contra seus adversários, àquele banco safado, ordinário, que escorcha com os juros, explorando o trabalho dos ingênuos, a esses todos, interessaria o seu insucesso na internet.
            A incompetência da súcia, que pode não temer fazer juntar arruaceiros defronte sua casa e tentar invadi-la derrubando o portão, limitar-se-ia, em tese, a praticar esse tipo de ações ocultas. Esses velhacos jamais o procurarão para uma conversa franca. São covardes, tímidos, frustrados.
            As ações desses canalhas se assemelham às daqueles militares opressores que, em tempos ainda vívidos em nossas memórias, invadiam as redações dos jornais, empastelavam a tipografia e agrediam aos jornalistas.
            A eles interessaria a manutenção dos bons conceitos que gozariam junto ao público. E os escândalos do tipo das sanguessugas (ambulâncias), do mensalão do DEM (José Roberto Arruda) e outros, não deveriam ser expostos, por oferecerem perigo às futuras reeleições.
            E como agora as mídias impressas não são as únicas a publicar os assuntos favorecedores dessa gente fina, o jeito é apelar para as práticas sub-reptícias dos tais atos quebrantadores.
            Os milhões e milhões de leis editadas no Brasil de nada servem se não são obedecidas, postas em prática. Que proveito traria à sociedade, ao poder Judiciário, essa ampla exibição dos flagrantes delitos, em que os políticos, dentre eles um governador de estado, aparecem recebendo  fardos de dinheiro público desviado?
            Cadeia e tratamento psiquiátrico só não bastam. Os condenados devem devolver o que não lhes pertence.
 
Thame quer ser senador
 
O candidato espírita e os vícios materiais
 
Centro de Reabilitação: a pareceria SENAI

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publicado às 19:49

Tribunal encontra irregularidades nos editais do Santa Fé

por Fernando Zocca, em 06.04.10

O conselheiro relator do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Antonio Roque Citadini, emitiu parecer contrário à execução das obras de construção da escola municipal no loteamento residencial Jardim Santa Fé.

Concluiu-se que há irregularidades na licitação e no contrato celebrado em 2007, cuja concorrência foi vencida pela Construtora TEC Paulista Ltda. Ela apresentou a proposta de R$ 721.629,95.

 

Segundo o conselheiro, as irregularidades são as seguintes: a)  O contrato  estaria fora do prazo, conforme as instruções do próprio TCE;  b)  A empresa não apresentou estimativa trienal de impacto econômico-financeiro;  c)  A  prefeitura não apresentou cotação prévia de preços e d) A prefeitura não citou a fonte para definição do orçamento básico, prejudicando a análise da compatibilidade dos preços contratados com os praticados no mercado.

 

De acordo ainda com a sentença são os seguintes os erros no  edital:  a) data e hora para visita técnica, que restringiria a competitividade do certame; b) estabelecimento de exigência para que a visita fosse realizada por responsável técnico, caracterizando  a existência de vínculo anterior ao previsto em lei; c) obrigou a comprovação de capital social mínimo integralizado, extrapolando o artigo 31 da Lei 8666/93, configurando restrição, e d) exigiu que 20% dos funcionários que executarão a obra sejam da raça negra, pertencentes ao quadro de funcionários da vencedora, ferindo o princípio da isonomia.

 

A Prefeitura Municipal de Piracicaba  tem 60 dias para  prestar esclarecimentos e outras providências solicitadas, a partir do recebimento da intimação do Tribunal de Contas.

 

 "Cabe ressaltar que o fato do Tribunal de Contas julgar 'irregular' a licitação, bem como o contrato decorrente da mesma, não implica necessariamente que o processo (Tomada de Preços nº 16/2007) foi realizado de forma errônea. Na maioria das vezes, ocorre erros de procedimento, como não juntada de coleta de preços no processo, atraso na publicação do contrato no Diário Oficial do Município ou a remessa de extrato do contrato ao Tribunal, entre outros. Apuradas tais falhas, apresentamos justificativas ao Tribunal pela regularidade do processo",  afirmou o advogado Milton Sérgio Bissoli, procurador do município, em entrevista ao jornal A Tribuna.

 

Milton Sérgio Bissoli disse ainda que quando à exigência de cota, segue a Lei Municipal nº 5.202, de 7 de outubro de 2002, que assegura a reserva de 20% das vagas em concurso publico realizado na Administração Publica Direta e Indireta às pessoas da raça negra. "O art. 3º da referida Lei dispõe que os editais de licitação deveriam prever que as empresas contratadas pela Administração deveriam ter em seus quadros, prioritariamente, a mesma porcentagem de funcionários afrodescendentes. A Lei Municipal 5.202/2002 foi consolidada pela 6.246/2008, mas manteve a mesma disposição em seu artigo 95".

 

Hyundai lança o  Santa Fé no Brasil

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publicado às 14:32

Dourado amolece e perde a liderança

por Fernando Zocca, em 26.03.10

             Pelo andar da carruagem, parece que o Dourado vai mesmo sambar. O lutador ficou sozinho, isolado, tendo contra si Dicesar, Fernanda, Cadu e Lia.

            Se ele não tivesse bobeado na prova da empreiteira em que tinha de manter uma chave pressionada num botão, ele se tornaria o líder e poderia até chegar ao final da disputa.

            O antagonismo dentro da casa chegou ao ponto em que os contatos que deveriam ser cordiais foram substituídos pela animosidade indisfarçável. Durante a tal prova, em que Fernanda faturou um apartamento no Rio de Janeiro, Dicesar, a olhos vistos, secou  tanto  o fortudo porto-alegrense, que ele realmente amoleceu a mão.

            Em seguida à  alegria expressa pela vencedora Fernanda, carregada no colo por Cadu, o lutador gaucho, tomado pela ira, esmurrou de tal forma o gramado que teria revolvido a terra. Dourado ficou tão passado que, antes de dormir aceitou, na cama, os cafunés da Lia.

            Dicesar e Fernanda combinaram, antes da formação desse paredão, que se ela fosse a líder escolheria o próprio maquiador para a disputa no cadafalso. É claro que havendo uma aliança entre Lia e Cadu, ambos apontariam o colorado para a outra vaga, e foi o que aconteceu. Você acha que o Dourado volta?

            Parece que o Dicesar seria o mais indicado a receber a simpatia do público nesse momento histórico. Seria uma compensação, uma desforra, uma auto-afirmação que viesse a consolidar o que andaria balançado.

            Olha se não for o Dicesar, é bem provável que o vencedor desta edição do programa, seja o vascaíno Cadu, que é portador de numerosas possibilidades. Há muito mais do que a simples vitória e a posse do premio de R$ 1,5 milhão, em jogo nesta luta.

            Há ideologias, crenças a serem confirmadas, pontos de vista, ressentimentos, desabafos e auto-afirmação coletiva em jogo, além do prêmio ofertado pelos patrocinadores.

            Parece que a chave sobre o botãozinho, naquela casa em que tudo é visto e sabido,  derrubou mesmo o Marcelo.   O bom nisso tudo é saber que  o ganhador não precisará vencer qualquer licitação pra levar a bufunfa.

            E daí? O que ganha você, dentre os milhões de boquiabertos e passivos espectadores, além do direito às tais espiadinhas desgastantes?

 

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publicado às 13:17


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