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Foi feliz quem pôde brincar

por Fernando Zocca, em 28.07.10

 

 

                                      Já lhes falei, noutra ocasião, sobre os dias  que se sucedem rapidamente e que quando nos apercebemos pronto, já era: o tempo passou assim, num instante. Em um piscar de olhos nos observamos com as mesmas características dos vovôs, que encantaram a nossa infância.

 

                         Pois o que me inspirou a lhes falar sobre isso foi um passeio que fiz, outro dia, aos locais onde vivi a meninice. Não posso lhes garantir tivesse sido eu um cara assim tão feliz.

 

                        Mas também não afirmo que fui um sujeito obtentor só de maus êxitos. Não, minha infância não foi diversa da de muita gente, que nasceu e que ainda vive no interior.

 

                        O que resta, muita vez, é o arrependimento pelo tempo perdido nos auês, nas quizumbas e nas incompreensões. Elas poderiam ter sido trocadas por períodos de maior alegria e conforto.

 

                        Mas enfim, o importante mesmo é que chegamos, graças a Deus, a momentos em que, ao observarmos de longe, as atitudes belicosas, nos damos conta do quanto um dia se arrependerão, os beligerantes.

 

                        “Paz e amor” pediam todos os desejosos de  mundos melhores, de vizinhanças amistosas. “Faça amor, não faça a guerra”, preconizava outro refrão apaziguador.

 

                        Sim, meu amigo, mas nem tudo é possível. Enquanto os milagres esboçam-se nas proximidades, não deixamos de relembrar os velhos tempos que não voltam mais.

 

                        Feliz de quem teve infância, que pôde correr pelas ruas, brincar de “pega-ladrão”, jogar bola, nadar no rio Piracicaba, pular do trampolim que havia por lá, e nadar às escondidas na piscina do colégio Piracicabano.

 

                        Foram felizes os caras da turma que, nos cruzamentos em que paravam os caminhões, carregados com cana de açúcar, puderam apoderar-se de muitas delas degustando-as em seguida.

 

                        Você já viu alguém descascando cana nos dentes? Pois nós fazíamos isso. Hoje em dia a história é bem diversa.

 

                        Foi muito feliz quem teve infância, quem pôde brincar.

 

 

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publicado às 20:54

Esquecer é permitir. Lembrar é combater

por Fernando Zocca, em 28.07.09

Passamos por tempos tensos, bastantes difíceis mesmo. Creio que isso não tenha sido novidade também para as pessoas das outras eras, de outras épocas e lugares. Porém tanto nos dias atuais, como nos dias passados, existem e existiram diversas formas de aliviar-se das angústias.

                       Alguns preferem os bares, onde na companhia dos amigos livram-se das “neuras” e maus humores. Outros preferem passar horas divagando sobre tolices sem a preocupação com o futuro ou atividade responsável.
                        Muitos se utilizam das drogas, para em bacanais, descontarem e abusarem de crianças indefesas, mas que podem suportar a agressividade louca dos insanos impunes.
                        Por falar em violência contra crianças indefesas veio-me à memória um caso muito conhecido no Brasil, ocorrido em Vitória, no Espírito Santo em meados da década de 70.
                        Trata-se do crime contra Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, que desapareceu no dia 18 de maio de 1973, quando regressava do Colégio São Pedro, para a sua residência, em Vitória.
                        Ela trajava vestido azul com blusa de manga, tendo  as iniciais SP grafadas em vermelho. Seu pai, Gabriel Sanches Crespo, pensando tratar-se de seqüestro, distribuiu fotografias da filha aos jornais, com o anúncio.
                        No dia 24 de maio o corpo de Araceli, nu e desfigurado com ácido, foi encontrado em um terreno baldio, junto ao Hospital Infantil de Vitória.
                        Segundo os jornais os suspeitos do crime eram Paulo Helai e Dante de Brito Michelini, jovens membros da alta sociedade capixaba, conhecidos por promoverem festas nos seus apartamentos e, na Praia do Canto, num local conhecido como Jardim dos Anjos onde drogavam e violentavam meninas.
                        Paulo e Dantinho lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.
                        Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. A mãe de Araceli, Lola Cabrera Sanches viciada em cocaína, foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.
                         A amante de Paulo Helal, Marisley Fernandes Muniz declarou em Juízo que Araceli  foi dopada com forte dose de LSD e violentada. O perito carioca Carlos Eboli constatou que a causa mortis fora intoxicação exógena por barbitúricos, seguida de asfixia mecânica por compressão.
                         Apesar da cobertura da mídia e do empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta.
                         O Dia Nacional Contra o Abuso e a Exploração Sexual Infanto-juvenil foi criado em 18 de maio de 1998 para manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade em garantir os direitos de todas as crianças brasileiras.  O lema do movimento é “Esquecer é permitir. Lembrar é combater”.
 
 
 
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publicado às 18:40


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