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Não são confortáveis as lembranças que podem trazer os cocos e os coqueiros, especialmente para aqueles que, quando crianças, foram coagidos a cavalgar no pelo, por um longo percurso, um caquético cavalo branco.
- Mas o que teriam a ver os cocos, e os coqueiros, com os galopes desenfreados do cavalo magro na estrada rudimentar de terra? - perguntaria meu leitor inteligente.
Para o pessoal habituado com a TV e internet quase nada. Mas para os que ouviam as radionovelas, na década de 1960, a percussão das cuias (meia casca do coco), pelo pessoal da sonoplastia, dava a ideia do galope dos cavalos.
Dai então, o sofrimento.
O bater no bumbum das crianças traquinas, naquele tempo, era prática comum. Mas esfolar o fiofó do cara, numa cavalgada longa, denotava sofisticação na arte de castigar.
Mais sublime seria ainda o castigo, se o "delito" praticado pela criança, fosse forjado por adultos ressentidos.
Você sabe que numa relação adulto/criança, a parte mais vulnerável, fraca, é sempre a criança.
E que quando os adultos frustrados, desgostosos, vingativos, não conseguem "descontar", nos causantes dos seus desprazeres, os maus humores terríveis, acabam cometendo injustiças com os pequenos seres, justamente aqueles, que não teriam nada a ver com a lambança da tal gente grande.
Procurar repetir no adolescente, os traumas sofridos por ele, quando bebê, só pode ser coisa de maluco.
Sabe aqueles doidos especialistas em simular situações constrangedoras principalmente nos banheiros? Os caras mostram-se motivadíssimos nas tais práticas, se uma figura importante, do mundo dos negócios da cidade, cometeu o suicídio num local daqueles.
Para quem furtava dinheiro do caixa dos açougues do pai e avô, botando a culpa nos outros, a tessitura das artimanhas comprometedoras, contra a gente inocente, não era complicada.
A elaboração das patranhas todas, era mais fácil até do que navegar com os barquinhos feitos de junco ou pilotar aeromodelos a cabo.
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