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Crime e castigo

por Fernando Zocca, em 27.04.15

 

 

 

 

"fortuna magna magna domino est servitus" (Uma grande riqueza é para quem a possui um pesado cativeiro), dizia o escritor latino da Roma antiga Publilio Siro (85 a.C. 43 a.C.).
Quando você lê, ouve e se inteira sobre os caras que acumularam grande fortuna, pode imaginar que a vida deles não seria só "um mar de rosas", como aparentaria.
A existência do sujeito, detentor de muita grana, costuma ser pior até do que aquela do pobre saudável e feliz.
É que quando a pessoa ajunta muita verba, as preocupações em mantê-la podem ser tão intensas que limitam, ou tornam desprazerosas, as suas ações futuras.
Ele então fica praticamente temeroso de se mexer, a mercê dos fatores alheios a sua vontade.
Imagine como ficam as emoções do sujeito dono de, por exemplo, uma empreiteira, que digamos, devido a um "equívoco do destino", amealhou bilhões e bilhões de dólares provenientes das ações fraudulentas com o governo federal.
O cara pode consumir vinhos e champanhes caríssimos, caviar, passear de iates, comprar carros importados exclusivos, residir nas mansões adquiridas em cidades distintas, comprar aviões onde, durante os voos, toca piano, faz amor e come espaguete, sem se preocupar com as investigações da polícia?
O sujeito que ajunta muito cobre pode ser dono de milhares de cabeças de gado, possuir canaviais imensos, usinas de açúcar, indústrias de equipamento pesado e fábricas do que ele achar que deve ser fabricado, assim, despreocupadamente, sem receio de que, um dia, toda aquela grana possa ser "repatriada"?
Como o camarada que acumulou o suficiente para a vida nababesca, durante uma ou duas décadas, formando nesse período uma família com vários filhos, parentela enorme, amigos e popularidade, reagiria ao saber que seus esquemas fraudulentos foram todos desvendados?
Já pensou no vexame, na vergonha, que a descoberta pública do que aparentava ser não era?
Há quem considere ser o esclarecimento dos fatos o elemento de maior importância, para a saúde do malfeitor, do que os esforços usados por ele, para manter as aparências de legitimidade.
É que as forças empregadas em negar a existência das irregularidades, podem tirar o sono do cara, mexer negativamente com a libido, desequilibrar o metabolismo, danando-o para sempre.
Tudo pode aos que estão no poder. Mas será que os prazeres obtidos compensariam as penas posteriores?
O bom senso nos assopra que, em não havendo a impunidade, os bônus dos crimes não seriam mais vantajosos do que os seus ônus.

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publicado às 12:48

Durvalina cobra caro pelo aborto

por Fernando Zocca, em 15.06.10

              Durvalina, a barra pesada do bairro, será procurada hoje por Fátima que está grávida e deseja fazer um aborto.

 

                Na verdade as duas já se encontraram antes, mas Fátima ficou assustada com o preço do “serviço”; prometeu batalhar para conseguir o dinheiro e poder voltar.

 

                A moça, que engravidou por descuido, enganou a mãe dizendo que ia ao médico. Pegou o dinheiro da consulta e volta agora para pagar a Durvalina.

 

                No primeiro encontro ocorrido na sala da casa da dona Durvalina a conversa foi assim:  "Ai, meu docinho, sem dinheiro não dá, coração... sabe, eu tenho as minhas despesas, não posso fazer 'de grátis'... Caridade é só na Igreja, meu anjinho, mas acho que lá eles não vão resolver o seu problema..."

 

                Por ai já se pode ver que essa tal de dona Durvalina não é muito fácil; não é flor que se cheire. Ela fará o aborto em Fátima?

 

                Veja no flagrante abaixo o momento em que a dona Durvalina pede R$ 1.200 para fazer o aborto na Fátima.

 

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publicado às 14:32

O Demo

por Fernando Zocca, em 03.12.09

 

           Veja você o tamanho das encrencas que esses loucos arrumam. O sujeito que deixa seu animal latindo no quintal por horas, dias, semanas e meses seguidos, procurando depois, a pretexto de ensaio de banda musical, perturbar ainda mais o sossego dos vizinhos, tem algo em comum com essa gente flagrada recebendo propina no Distrito Federal: o desprezo pelo próximo, pelos valores que não sejam os próprios.
            O bandido que transtorna a paciência da vizinhança pensa antes de tudo em si mesmo, pouco se importando com o bem estar ou a paz de quem está ao lado. O egoísmo é preponderante no maluco bebedor de cerveja, que passa as tardes instigando seu animal a latir e a perturbar a harmonia alheia.
            Predomina o princípio do “Dane-se. Os incomodados que se retirem”. Tanto na mente do maluco perturbador da periferia, quando na do calvo mandatário político, a noção de que a formação de um grupo maior, cúmplice, traria imunidade contra as possíveis punições, parece ser idêntica.
            A irresponsabilidade herdada dos ascendentes, também devassos, reforçada pelas notícias de impunidade, estimularia gente desse tipo. Por meio dos boatos, falsos testemunhos, eles aliciam muita gente ingênua, formando um grupo totalmente equivocado que procura defender a postura criminosa.
            O transtornador seduz parentes, colegas de trabalho da concubina, gente de sindicatos, de casas comerciais e outras entidades civis da cidade com churrascos festivos nos finais de semana, durante os quais dissemina atoardas e falsidades referentes ao antipatizado.
            Na busca da formação da opinião pública negativa contra a vítima, tanto o maluco recebedor de propina, quanto o miserável tocador de teclado na periferia da cidade, objetiva negar a existência de qualquer necessidade que não seja a própria.
            Então, o doente mental que rouba o dinheiro público não consegue conceber que ele fará falta nas ações que visam suprir as carências da população, enquanto que o doido que martiriza com ruídos, não concebe que o silêncio pode ser imprescindível para as crianças e idosos.
            Ora, quem pode assegurar que esses criminosos, tanto os ladravazes dos dinheiros do povo, quanto os atormentadores de periferia, sejam inconscientes da gravidade dos danos que causam? Seria ingenuidade afirmar que os violadores desconheçam a importância dos bens por eles atacados.
            A vingança cabe ao Estado que aplicará a reciprocidade. O bandido que subtraiu terá também seus bens subtraídos e o perturbante do sossego público, terá contra si, no devido tempo, o mal que ele gerou.
            Os ladrões seguirão roubando e sendo roubados, enquanto que o maluco bebedor periférico prosseguirá pelas veredas do alcoolismo até encontrar pela frente a psicose. É claro que essas insignificâncias, durante o trajeto, não deixarão de projetar, nas suas pobres vítimas as qualidades percebíveis em si mesmo.
            O governante que não atentar para a nocividade desses focos infecciosos ou que incentivar a disseminação, com certeza será reconhecido como infrutuoso e desnecessário  para o bem comum.
           
Fernando Zocca.

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publicado às 15:27

O Derrotado

por Fernando Zocca, em 02.12.09

 

            O que não faz uma câmera oculta hein? Barbaridade! E depois quando todos que garantem a existência da corrupção desbragada, têm sua credibilidade sob suspeita, o crime recrudesce sendo ainda reforçado pela impunidade.
             Esquemas criminosos como o das ambulâncias, do Detran, e milhares de outros servem para enriquecer a apenas alguns, enquanto que a maioria formadora do conjunto, do coletivo, sofre com os males da miséria.
            Esses derrames do sangue nutridor da nação poderiam ser punidos de forma mais sucinta, rápida e indolor. A supressão desses carcinomas tenderia a proporcionar, talvez, alguns séculos de sobrevida à civilização brasileira.
            Quando você passeia pela periferia do Distrito Federal, pode ver o estado lamentável da população e do meio habitado por ela. E você poderá indignar-se ainda mais ao saber que os bilhões e bilhões de reais carreados para os bolsos, bolsas, meias, cuecas e pastas dos espertos, seriam insuficientes para proporcionar um padrão mais digno do eleitor pagador dos impostos.
            A cirurgia objetivando a extirpação dos tais tumores cancerígenos, nos países mais rigorosos como a China, por exemplo, equivaleria à execução sumária sem nem mesmo ouvir as desculpas esfarrapadas.
            Como reagiriam governos como os da Coréia do Norte, do Japão, de Cuba e de outros países menos dispostos a escutar os discursos escusadores fajutos? Será que a impunidade, que reveste esses casos não teria o condão de despertar nos julgadores a idéia de que “eu também quero e posso conseguir muito mais”?
            Ou melhor: será que a impunidade que encapsula esses casos não teria como suporte a noção de que “eu também quero e posso conseguir muito mais do que esses babacas pegos com a mão na cumbuca”?
            Não se sabe. É do conhecimento público que a corrupção é uma aberração hoje com a incurabilidade semelhante a do câncer. Esse desarranjo entranhado no âmago das instituições públicas desequilibra a distribuição da seiva, propiciando o gigantismo de algumas áreas e o definhamento de outras maiores e também importantes.
            Num grupo criminoso destaca-se o mais cruel. Ou seja o mais destrutivo será mais respeitado, mais temido e bajulado. Nessas quadrilhas de bandidos de colarinho branco, recebem os respeitos e deferências os que mais conseguem burlar os sistemas defensivos institucionais.
            E olha, é comum os tais larápios fazerem a opinião pública das pequenas cidades, de onde eles vêm, acreditar que eles são vencedores e não derrotados. Na visão dessa gente, que leva a grana de todo mundo, na maior cara de pau, o derrotado é a população que nem sabe da lesão que sofreu durante todo esse tempo, durante todas essas gestões.  
            Derrotado é o povo. Derrotada é a população que paga ingenuamente os impostos. Derrotada é a gente da periferia que, quando procura por serviços públicos não encontra.
            Vencido é o povo que por meio das suas leis e autoridades competentes não consegue castigar os infratores e impedir a ocorrência de novos surtos.
            Se eu pudesse escolher entre ser um vencedor que amealha sua fortuna subtraindo para si a coisa pública, ou um derrotado ciente de que os ladrões serão punidos, eu escolheria a segunda hipótese.
            Além de ter a consciência de que o ladrão que rouba o ladrão tem cem anos de perdão, eu ainda consigo crer que a justiça tarda, mas não falha.
 
 
 
Fernando Zocca.      
             

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publicado às 18:35

Funileiro Polui ar do Bairro

por Fernando Zocca, em 13.11.09

 

          O funileiro Carlos Harder Morais, vulgo “Carlão”, residente à Rua Napoleão Laureano, 164 no bairro Vila Independência continua poluindo o ar com a emissão de tinta automotiva, prejudicando a saúde de pessoas residentes na vizinhança.
 
            Na oficina não há regras e muito menos observância de horários de trabalho e descanso. A emissão de poluentes ocorre inclusive durante o período das refeições. Não são raras as vezes em que durante o almoço e a janta é-se surpreendido pelo odor forte de tinta e solventes prejudiciais à saúde.
 
            No dia 27 de Dezembro de 2007 na esquina das Ruas Fernando Febeliano da Costa e Napoleão Laureano Carlão agrediu com tijoladas um dos seus vizinhos. Na ocasião, sob surto psicótico, depois de jogar pedras no morador, o agressor chamou seus dois filhos para também perseguirem e agredirem a vítima.
 
            Os agressores Carlão, Gabriel e Carlinhos perseguiram o homem, que se queixava do mal estar provocado pelos poluentes, até a Lan House situada à Rua do Trabalho 356 onde, com muita violência quase derrubaram o portão da garagem.
 
            Um dos agressores já tem passagem pela polícia pela prática do crime de furto.
 

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publicado às 17:44

Homem mata a mulher e depois se suicida

por Fernando Zocca, em 15.10.09

 

Um homem matou a mulher a tiros e depois se suicidou por volta das 19h30 na Avenida Rebouças, na cidade de São Paulo, informou a Polícia Militar (PM). Ainda de acordo com os primeiros dados da PM, os dois morreram na hora e não chegaram a ser socorridos.
 
A polícia ainda não tem detalhes do suposto homicídio. O 15° Distrito Policial (Itaim Bibi) atende a região do fato e o caso deve ser encaminhado para registro nesta delegacia.
 2508081009
 

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publicado às 15:38


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