por Fernando Zocca, em 05.12.09
Tanto os loucos filmados recebendo propina no Distrito Federal, quanto os que roubam bancos, usando a violência, e o jogador de futebol que põe a mão na bola, pra conseguir o gol, têm em comum algo que a grande maioria da população não consegue fazer: violar as regras.
Mas por que dizer serem loucos aqueles corruptos filmados descapitalizando o Estado brasileiro e os ladrões de banco? Porque louco é o excêntrico, o que está fora do contexto, das regras e que por isso é a exceção.
Mas o que acontece quando todo o sistema, conduzido pela intenção de ver vitoriosa a impunidade, é levado à corrupção? Ou melhor: O que pode acontecer quando o quebrantar as regras torna-se modelo?
Quando o transgredir as regras do agir, transforma-se em procedimento aceitável, ocorrerá com o Estado o mesmo que sucede ao corpo animal acometido pelas desordens metabólicas. Ou seja, instala-se o desconforto geral e o tempo de vida se reduz.
O sujeito portador do tipo de personalidade que elege prioritários os seus valores próprios, desmerecendo o bem estar do todo, dos demais, é capaz de, nas licitações de ambulâncias, por exemplo, apoderar-se da coisa que não lhe pertence, sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento.
Mas num bairro, numa comunidade, num condomínio, como saber se um sujeito tem a consciência do todo, do coletivo, do conjunto em que está inserido? Percebe-se que um cidadão tem o espírito, digamos comunitário, quando procura respeitar também a paz alheia.
Pode-se dizer então que o maluco bebedor que perturba a vizinhança, com suas festas, fora de horário, tem o mesmo germe que formata o ladrão de bancos e o louco descapitalizador do Estado. O que há de comum nesses extravagantes é o desprestigiar os valores alheios.
Para o doidão que leva o dinheiro público tanto faz, se ele fará falta na aquisição do equipamento hospitalar, se impedirá o asfaltamento das ruas empoeiradas ou se estorvará a instalação da rede de esgoto.
Em outros termos para o doido que enruste o dinheiro da administração, tanto faz se ele fará falta na aquisição do conforto daquelas pessoas que ele nem ao menos conhece.
Da mesma forma, para o psicótico que festeja durante as madrugadas, tanto faz se os ruídos que ele promove, causarão desconforto nos vizinhos que ele nunca viu ou com quem não simpatiza.
É comum nesse tipo de personalidade o fluxo verbal que busca justificar os comportamentos criminosos. A impunidade precisaria, durante algum tempo, uns dez anos talvez, ser substituída pela extirpação sumária. Do mesmo jeito que o agricultor desarraiga a erva daninha da sua horta, à sociedade caberia extrair do seu convívio, esses exemplos de crueldade.
Percebe-se perfeitamente a distinção entre o joio e o trigo, de modo que não haveria perigo de confundir um com o outro, durante o saneamento.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 21.10.09
Os escândalos no meio político do Brasil são tantos, provocam o maior bebuliço, mas, no entanto a impunidade vem logo em seguida, para fechar com aquelas suas chaves de ouro os estardalhaços, fazendo tudo voltar à calmaria novamente.
E o dinheiro público surripiado, o meu leitor sabe para onde vai, como é utilizado?
É claro que uma autoridade pública envolvida nesses escândalos nunca está só. Uma governadora de estado, por exemplo, dispõe de uma miríade de cúmplices com os quais deve repartir o produto dos crimes.
Os milhões e milhões de reais, além de acrescentarem mais e mais bens móveis e imóveis, ao rol das propriedades do corrupto, servirão também para o fortalecimento do grupamento que abriga o corruptor.
Sedes, mobiliário, veículos, serão adquiridos e pagos com o fruto dos esquemas minuciosos de burla elaborados contra o eleitor.
Campanhas publicitárias, veículos de comunicação social, produções artísticas, e doações a entidades filantrópicas serão receptáculos dos prêmios conseguidos com a audácia, a cara de pau e o maior cinismo.
Rádios, TVs, jornais, revistas, autores teatrais, e todos aqueles que possam contribuir com a limpeza da imagem pública do político flagrado roubando, serão arregimentados e remunerados com o dinheiro maldito.
Enquanto isso acontece, nos centros, nos palácios governamentais, sedes de governos estaduais, prefeituras municipais, a periferia indigente convulsiona-se com a escassez humilhante conducente ao comportamento antissocial.
Isso não é novo na história de humanidade. Na Rússia, no tempo dos czares a situação era assemelhada. Enquanto os mais espertos usufruíam os privilégios conseguidos com a injustiça, a população penava com a carência.
Não adiantou a revolução feita, os crimes todos cometidos e as vantagens alcançadas. Depois de 70 anos de um regime bem comunista, tudo voltou a ser do jeito que era antes.
Escândalos como os cometidos no Ministério da Saúde do governo federal, naquele tempo do professor Fernando Henrique Cardoso, não conseguem ter os responsáveis punidos.
Não poderia haver dúvidas de que a seiva nutridora da instituição, desviada para galhos mais receptivos, serviria também para serenar as poderosas forças antibióticas coercitivas.
A injustiça criminosa é notável, observável, destaca-se no cenário político nacional, mas não pode ser coibida. E é claro que essa tolerância com o delito estimula comportamentos criminosos parecidos.
Os crimes cometidos por traficantes nos morros cariocas equiparam-se às violações dos políticos bacanas, no momento em que ferem as normas jurídicas instituídas.
Os bandidos das favelas e os políticos corruptos estão em lugares diferentes, têm seus cotidianos diversos, mas possuem algo semelhante entre si: violentam as regras, transgridem as convenções, saqueando a moral e os bons costumes.
Não que o tráfico não deva ser reprimido, longe disso. Mas a corda poderia começar a arrebentar no lado que não fosse tão fraco assim.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 29.07.09
Adultos desequilibrados são na grande maioria, os responsáveis pelo espancamento de crianças, hoje em dia. Percebe-se a injustiça pela desigualdade na relação, colocando nos pratos da balança os elementos constituintes e formadores do grupo.
Comparando crianças com adultos vemos que estes têm maior peso, estatura, e experiências ainda não vivenciadas pela criança. Além disso, os menores dependem dos amadurecidos para sobreviverem.
A maioria das agressões praticadas por adultos contra crianças, ocorre por falta de controle de quem, justamente, deveria mostrar-se à altura de proporcionar educação digna ao pequeno ser.
Além das condenáveis agressões físicas as crianças estão sujeitas às ofensas morais gravíssimas quando, por exemplo, destaca-se o retardamento mental do guri.
Agindo com brutalidade o adulto agressor sinaliza que, tomado pelo estresse, não dispõe de condições convenientes para transmitir educação ao menor. A reiteração desse comportamento, injustificável, poderia suscitar providências restritivas da sociedade.
É necessário reabilitar o adulto agressor, sob pena de permitir que tal situação grave e injusta produza efeitos malignos ao ser em desenvolvimento e até mesmo para a comunidade, no futuro.
Nas famílias onde se observa a violência contra filhos e enteados, geralmente o limiar da “perda da paciência” é muito baixo. E que é comum o uso de estupefacientes tais como o tabaco, álcool e maconha. Nesses casos “o sistema é bruto” e a desculpa mais usada pelo agressor é: “comigo é assim, com meu pai era pior”.
A insônia do agente agressor somada à inatividade laborativa, tendem a agravar a insânia no relacionamento em que a pequena e indefesa pessoa vê-se em total desvantagem.
Esse sistema tosco de educação, não mais se justifica, hoje em dia, diante da publicidade das práticas pedagógicas modernas ao alcance dos responsáveis de boa-fé e bem intencionados.
Na era dos vídeo games como explicar a necessidade de agredir um enteado com a justificativa de conte-lo? A miséria material também não justifica nem autoriza a violência, afinal existem milhares de famílias despossuídas que educam com muito carinho seus filhos.
Quando você bate numa criança, ela aprende a bater.
Podemos observar que nas famílias onde existe agressão física e moral contra crianças há também a ausência das práticas religiosas.
Padrastos são apontados como os maiores vilões insensíveis e agressores de crianças. É comum ver enteado, vítima da violência, recorrer à mãe pedindo socorro, mas que por conveniência, e manutenção do status quo, no final, acabam aprovando ou minimizando a maldade usada.
Observa-se na família do padrasto violento que, geralmente o próprio pai, tem um passado criminoso em que se envolveu em arruaças e agressões físicas usando faca ou pedras.
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