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Jarbas o caquético testudo, quando prefeito de Tupinambicas das Linhas, afirmava que o vereador BCO (boquinha de chupar ovo), trabalhava mais na defesa dos interesses próprios do que na dos cidadãos que o elegeram.
Realmente, a mais recente estatistica publicada no combativo Diário de Tubinambicas das Linhas, informava que em 99% dos projetos do BCO, a motivação girava em torno da liberação dos anseios populares pelas festividades desbragadas.
Desta forma BCO (boquinha de chupar ovo) dedicava seu tempo mais às manobras que visavam - por exemplo - a derrubada das leis proibitivas dos ruídos depois das 22 horas, do que questionar os aumentos abusivos nas contas de água.
O caquético testudo, depois do expediente, numa reunião informal, no bar A Tijolada, em ato contínuo duma dose dupla de tequila, afirmou em alto e bom som, para todos os presentes ouvissem:
- BCO trabalha num projeto que pune com multa pesadíssima o cidadão que não deixa seu cachorro latir durante as madrugadas.
Billy Rubina que também estava no botequim, naquela noite, respondeu:
- Esse edil contratou um escritório de contabilidade só pra requerer a patente do churrasco de carne moída que ele inventou.
Durante o burburinho causado por essa declaração destacou-se a afirmativa de que "para fazer o que o Boquinha de Chupar Ovo faz, qualquer um faria, sem no entanto onerar os cofres públicos do jeito que ele onera".
BCO gostava de se vestir bem, com muito esmero. Numa reunião ordinária, da tal casa legislativa, ele apareceu trajando um vistoso terno listrado.
Sentado à sua mesa, no plenário, Fuínho Bigodudo, que já exercia o sétimo mandato, cochichou ao colega do lado:
- A lá... Tá vendo o terno novo? Depois da sessão vai direto pra casa da amante. Ele me disse que apesar do namoro parecer uma luta infindável de boxe, aqueles momentos com ela são impagáveis. O Zécílio Demorais sempre comentou que o BCO não é marceneiro, mas que também gosta de pegar no batente. Você acredita?
O Boquinha de Chupar Ovo achava que a função de vereador era a mais fácil forma de ganhar dinheiro, de vencer na vida, sem fazer força nenhuma.
Ele gostava de capoeira mas não sabia nem o que era um berimbau.
O deputado Tendes Trame considerava o BCO um tremendo trambiqueiro mentiroso, mas não podia fazer nada que o impedisse de concorrer às eleições.
Em busca da comiseração popular, da compaixão do povo, durante os momentos da vigência daquela certeza de que suas mentiras não surtiam mais o efeito, na manutenção da sua credibilidade no eleitorado, BCO simulou uma cirurgia cardíaca em que supostamente teria sofrido paradas cardíacas.
Parece que o engodo, divulgado a preço de ouro, nos jornais, rádios e TVs da cidade, causou o efeito desejado: o aporte de gente solicitando informações sobre seu estado de saúde encorajou-o a continuar com as patranhas.
Foi quando então a aquisição do terno novo listrado marcou o início da retomada do seu desejo de lutar por mais uma reeleição.
No final da década de 1960 havia uma agência dos correios na esquina das Ruas Alferes José Caetano e 13 de Maio.
Nela trabalhava um funcionário responsável pelo telégrafo. Atrás de um guichê ele ouvia as palavras das mensagens que o remetente desejava transmitir, e manipulando o equipamento, as transmitia até a agência da localidade onde morava o destinatário.
Por volta de 1837 as comunicações por esse meio só eram possíveis graças às conexões dos pontos distantes, por fios e cabos. Mas depois do aparecimento do telégrafo sem fios houve a abolição dessa forma inicial, digamos, mais concreta.
Numa ocasião eu estava passando defronte aquela agência quando uma senhora, já bem idosa, me abordou pedindo que eu escrevesse, numa folha, as palavras que ela ditaria.
A mulher queria comunicar-se com uma parente distante e tinha ido àquele local dos correios para tal fim.
Acontece que o funcionário mandou ela escrever a mensagem num papel, que ele então a transmitiria, usando o código morse, pelo telégrafo.
Mas como ela tinha dificuldades com as palavras escritas, pediu logo pra mim, o primeiro que passava na sua frente, que as escrevesse.
Então ela começou a falar e eu a garatujar: "Neném, para com essas atrapalhações, com esses enganos todos, com essas histórias de Mandraque. Que coisa mais feia, minha filha. Não presta enganar os outros desse jeito. Tem prefeito mágico que faz sumir o dinheiro da prefeitura. Mas você pensa que ninguém vai saber? É claro que vai, minha filha. Para de sacanagem. Você precisa arrumar um marido decente, que goste de você e que tenha coragem de trabalhar para te sustentar. Cria vergonha na cara, minha filha. Olha, o povo todo já sabe desse seu negócio de ser, de dia, Maria e, de noite João. Arruma um serviço decente, minha nega. Passou o tempo da vadiagem."
Depois de grafadas as palavras no papel entreguei a ela, que logo em seguida passou ao funcionário. Quando ele viu o tamanho do texto, ficou abismado. Disse que a transmissão custaria uma fortuna, porque o valor a ser cobrado baseava-se na quantidade das palavras da mensagem.
Bom, voltando o texto para mim eu comecei a compactá-lo. Risca ali, rabisca aqui e pronto; achando que agora tudo ficaria dentro das possibilidades, passei o comunicado ao funcionário.
Mesmo assim, dizendo que a tarifa seria bem alta, ele resumiu ainda mais a mensagem da velha senhora que ficou mais ou menos assim: "Vai trabalhar, minha filha. Esse negócio de cinema não combina muito com você".
Por ter saído do lugar, durante as tratativas entre a usuária e o encarregado, não fiquei sabendo se houve ou não a transmissão do conselho.
Manifestantes protestam contra o aumento das tarifas de ônibus. Na Câmara cerca de 20 dos 23 vereadores aderiram aos apelos dos eleitores. Foto: monitornews.blog.terra
Diante dos equívocos administrativos todos resultantes no aumento das tarifas de ônibus, 20 dos 23 vereadores da Câmara Municipal, decidiram concordar com o pedido do vereador José Antônio Fernandes Paiva (PT), ao prefeito Gabriel Ferrato, para que revogue os reajustes.
Teoricamente todos os vereadores juntos representam as intenções de aproximadamente 56 mil eleitores, e é exatamente esta parcela da população piracicabana que roga, ao prefeito Ferrato, o gesto de equilíbrio, de bom senso.
O Ministério Público já solicitou a instauração de processo a fim de elucidar a legalidade do decreto, o abuso no percentual dos reajustes e as condições precárias dos serviços prestados pelas concessionárias.
Os preços cobrados pelas passagens são mais elevados do que o de todas as cidades com o mesmo porte de Piracicaba.
As razões que levaram o então prefeito Barjas Negri (PSDB) a majorar as passagens no dia 29 de Dezembro, não expressam a realidade dos fatos; são incoerentes com as necessidades, tanto dos usuários, quanto das empresas prestadoras do serviço.
Seis protestos públicos promovidos pelo sindicato dos bancários, movimento Pula Catraca, mandato do vereador Paiva e outras entidades representativas da população puderam demonstrar o desagrado que o decreto causou.
A revogação desses aumentos todos significa muito mais do que a vitória ou a derrota no embate das opiniões, das razões: representa um alívio há muito buscado para a população usuária do transporte coletivo desta cidade.
A câmara de vereadores, os milhares de usuários dos ônibus, as 28 entidades sindicais, o sindicato dos bancários e o movimento Pula Catraca, representando mais de um terço da população de Piracicaba pedem ao prefeito Gabriel Ferrato que os atenda com justiça.
Revoga doutor!
Está vendo como são as coisas? Todo mundo deseja ter telefone celular e isso não seria problema pra ninguém se os especialistas, em algum dia do passado, não tivessem impedido as instalações de antenas nos locais necessários.
Fizeram campanha, passaram abaixo-assinados, foram às rádios, buscaram os jornais, furtaram o material que estava previamente depositado, em alguns locais escolhidos, participaram dos debates acalorados e conseguiram impedir a multiplicação das antenas de telefonia celular na cidade.
E agora diante da expansão do setor, e do seu travamento total, não haveria outra solução sem as antenas.
Não é que eu seja chato, mas impedir o desenvolvimento industrial por birra, ciúmes ou burrice mesmo, não é coisa de politico inteligente fazedor do bem comum.
Eles estão ai de novo, pedindo o seu votozinho que lhes dará o direito de mais e mais decisões nem sempre muito corretas. Se não tivessem tido a teimosia de cercear a expansão dos empreendimentos, certamente não haveria agora a necessidade de reformulação das posições, que com certeza, implica no reconhecimento da própria culpa.
Eu não sei não, mas acho que tem agente político dando murro em ponta de faca. Não é possível.
Veja se compensou politicamente entrar numa "roubada" dessas. Por que impediriam a instalação do material sob a alegação de que seria cancerígeno? Ingenuidade? Interesse financeiro? Interesse político? Obstinação?
Fizeram e aconteceram e agora são obrigados a reconhecer, às vésperas das eleições, que estavam redondamente equivocados.
Ainda que mal lhe pergunte, meu querido leitor: será que já não é chegada a hora da renovação total do capital politico da nossa honrada e querida Câmara Municipal?
Você acredita em político? Os caras passam os mandatos inteiros ferrando-te, e quando chega o tempo da renovação do "contrato de trabalho", se aproximam prometendo o mundo e os fundos.
Para mim, se dependesse da minha vontade, eles não teriam direito a mais do que um salário mínimo mensal e, se precisassem de tratamento médico, poderiam contar com o SUS.
Eles são insensíveis, pensam só nos interesses próprios e se puderem destruir, literalmente, a quem a eles que, com ideias, se opõem, não titubeiam.
Os caras buscam o poder público visando a "salvação" própria e a dos seus familiares. E quando os interesses da família se contrapõem aos do público, sem dúvida nenhuma se definem pelo ego.
Eles sabem tudo da sua vida, das contas que você tem pra pagar, o quando você ganha por mês, quem são os seus parentes, as suas propriedades, os remédios que você toma ou tomou, da história sua e a dos seus familiares.
Aliás, os caras contam pra você, a sua própria história, como se fosse a deles.
Criando dificuldades, na maior parte dos mandatos, surgem agora com as caras de pidões, na época da renovação do direito às tretas, prometendo a solução de toda a problemática.
Não contem comigo. Não contem com o meu voto. Se em quatro ou cinco gestões, deixaram de resolver os conflitos, por não lhes ser da alçada, não será agora que terão a minha confiança.
São 16, 20 anos que usufruem de todos os benefícios proporcionados pelos privilégios negados aos demais cidadãos.
Não tenho interesse nenhum em deixar de falar o que sempre falei, muito menos de parar de publicar o que venho publicando.
Não será pelo que digo ou deixo de dizer, que as tretas e mumunhas serão extintas. De forma nenhuma. A população sabe o que quer. Se o nobre edil "confia no seu taco" não tem porque calar este ou aquele discordante.
Se tiver de ser reconduzido à sua cadeira no legislativo ele o será independente de esta ou aquela pessoa falar ou escrever qualquer coisa sobre ele.
Afinal, meu amigo leitor, haveria algo mais veemente que diga quem é o cidadão, que agora lhe pede votos, do que tudo o que ele fez até agora?
Cena 01/interior/dia
Fechado dentro do seu gabinete, na câmara municipal, o vereador presidente da casa está nervoso. Aflito ele olha pro filho que espera dele uma solução.
Vereador:
- Noi precisamo fazê arguma coisa. Assim não dá mais. Assim não pode.
Filho:
- O que noi vai fazê pai?
Vereador:
- Tá sujeira. Negadinha já tá sabendo que noi robamo os notebook e parte do dinheiro da merenda escolar.
Filho:
- Mas e dai? O que noi vai fazê?
Vereador:
- Vamo fazê uma simpatia.
Filho:
- Como assim, pai?
Vereador:
- É. A coisa tá suja. Noi precisa limpa tudo. Noi precisa de muito sabão e detergente. Vamo fazê o seguinte: hoje à noite noi vai alivià a fábrica de sabão do João Mané. Noi vai carrega o que for possível e depois noi vende esse produto lá em Minas. Quem sabe dá certo.
Filho:
- Será, pai?
Vereador:
- É craro. Convide seu irmão e seu primo pra noi fazê o serviço hoje a noite. Falô?
Filho:
- Falô, pai.
Cena 02/interior/noite
O vereador, seus dois filhos e um sobrinho, colocam caixas de detergente e sabão dentro de um carrinho de mão, que pretendem levar pra caminhonete, estacionada nas sombras do estacionamento interno da fábrica.
Vereador:
- Vamo rápido, molecada. Chega de sujeira.
O filho:
- Num sei não, pai. Acho que vai melar.
Vereador:
- Melar nada. Roubar todo mundo rouba.
O sobrinho:
- Tio, acho que o caldo vai engrossar. Parou um carro ali fora. Deve ser os home.
Vereador:
- Será?
Cena 03/exterior/noite
Dois agentes da Guarda Municipal saem da viatura apontando suas armas.
Guarda Municipal:
- Estejam todo mundo presos.
Filho:
- Eu num falei, pai?
Vereador falando baixo:
- Que nada. Eles aceita um mimo.
Guarda:
- Negativo inoperante. Conosco ninguém podosco. Vai todo mundo em cana.
Chega mais uma viatura da polícia. Os guardas algemam e colocam os presos dentro do camburão.
Cena 04/Exterior/dia
Um grupo de homens reunidos na praça comentam as últimas notícias sobre a prisão do presidente da Câmara Municipal.
Velho de cabelos brancos:
- Mas que vergonha! A gente votamos nesses caras e olha aí no que dá. Tá vendo só?
Velho de cabelos pretos, paletó e um jornal na mão:
- Esse assunto não compete a nós. Isso é coisa de armação política. Eles que se entendam. A gente não tem nada com isso.
Silêncio geral. O grupo se dispersa. No rádio a notícia de que o juiz concedeu o alvará de soltura para os presos, traz de volta a rotina da cidade.
Zoom da câmera no relógio da matriz que faz soar as doze badaladas do meio-dia.
Fim.
05/06/12
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