Ontem, sábado à noite no BBB 10, tentando proporcionar uma noite agradável aos brothers e ao público que acompanha o programa, uma banda cover dos Beatles se apresentou, não deixando boa impressão.
Os homens da casa, vestidos com ternos típicos dos anos sessenta e as gatas também com figurinos que remetiam àquele tempo, não se divertiram muito com as cinco músicas apresentadas, pela banda Black Bird.
Os componentes do grupo não disseram uma única palavra aos integrantes da casa. Nem na entrada, nem durante a apresentação e muito menos depois, no encerramento.
Estava mesmo muito esquisita a situação. Cadu, que demonstrou seu descontentamento explicitamente, ao tirar os sapatos disse que a camiseta recebida de um integrante da banda, serviria para treinar.
- Tiro a manga dela e serve para treinar. – afirmou o brother sentando-se no sofá e tirando os sapatos.
Foi Anamara quem percebeu “uma tristeza” nos “meninos”, tendo expressado sua percepção aos demais residentes.
Contrapondo-se ao descontentamento manifestado por Cadu, Dourado disse que era fã dos Beatles e que a banda fora bem na apresentação.
Fernanda não gostou muito não. Os sons do tema “Love, Love, Love” da festa, serviram pra sacolejar mal e mal a anatomia, mas não causaram o arrebatamento visto em outras festas.
Enfim, o clima deixado pela banda, depois da apresentação não foi dos melhores. Não que eles não tocassem bem. Não é isso. Não houve empatia, troca afetiva, entre os músicos e os brothers.
Talvez, numa próxima oportunidade a impressão que eles deixem seja melhor.
A Banda de Liverpool tocava assim. Dificilmente eles são imitados.
Dicesar atende o Big Fone e precisa escolher dois brothers, um de cada casa, menos a líder Fernanda, para ficarem algemados até a votação. No domingo, um dos dois será indicado ao Paredão pelo maquiador.
Onde você estava e o que fazia em 1964? Eu particularmente vivia em Piracicaba, estava com 13 anos de idade e como quase todo moleque rueiro do interior, pouco me importava com as críticas dos adultos que se preocupavam com o nosso futuro.
Não tínhamos televisão em casa e o rádio era usado por mim, mais para ouvir as radionovelas do que curtir as canções da época. Eu achava que Lupicínio Rodrigues, Maysa, Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves e os bambas do samba daquele tempo, tocavam músicas digamos, tristes para o nosso gosto.
Então além das aulas ginasiais no Jerônimo Gallo, da piscina no Clube de Regatas, dos passeios de catraia pelo rio Piracicaba, dos filmes nos cines Broadway, Palácio, Politeama e Colonial, das visitas aos colegas da vizinhança, nós curtíamos também as caminhadas a pé e as praças onde se podia descançar.
Numa ocasião um moleque vizinho, filho de um comerciante de armarinhos da Rua Governador Pedro de Toledo, na praça que fizeram defronte ao grupo escolar Barão do Rio Branco, trouxe um disco de um “conjunto” novo que fazia sucesso.
Na eletrola portátil, que minha mãe comprara pra ouvir os discos do Roberto Carlos, da Wanderléia, do Erasmo Carlos e toda aquela turma da Jovem Guarda, ouvimos aqueles caras que provocavam muito frisson entre as meninas.
Eram os Beatles.
Nós não entendíamos nada de política, renúncia do Jânio Quadros, de golpe de estado, militares tomando o poder, perseguição e morte de terroristas, muito menos compreendíamos o inglês. Mas o ritmo, a sonoridade e a alegria que se percebia no som daqueles caras, nos contagiou de imediato. Não é preciso dizer que ouvímos o LP mais de uma vez naquela tarde.
Os Beatles marcaram um momento de mudança nos costumes daquele tempo. Antes deles era todo mundo muito comportado, cabelos curtos, roupas discretas, os tabus eram tabus mesmo e um simples relar de braços ou dedos no braço ou dedos da irmã do nosso colega, quando sentados no sofá da sala, podia significar intenção de compromissos eternos.
Foram tempos muito bons e que não voltam mais. Pra você que viveu aqueles momentos lindos, relembre-os ouvindo a sonoridade que os carinhas aí do vídeo transmitem.
Os Beatles marcaram a transição dos costumes de muitos países na década de
1960