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O Macaco Silvestre

por Fernando Zocca, em 26.12.11

 

No mafuá da usura, preso em candura, 
estiolado no cipreste, estava o macaco silvestre. 

Mas o que fizeste, pobre mico do agreste? 
Só por tua beleza e negrura, se vê sem soltura? Não te amargura o mal que te investe? 

Pobre macaco silvestre! 
O orgulho negociante que o poder tem nas mãos 
não se compadece. O quê fizeste? 
Malfadado macaco silvestre? 

A luta pelo dinheiro, poder e sexo, desmerece. 
Desanca e não enaltece. Prende e arrebenta até envilece. Pobre de ti macaco silvestre. 

Esqueceste da selva de onde vieste! 
Mas na prisão, em que tudo fenece, pior é a vida e não te apetece. 
Não desejavas contigo macacas silvestres? 

Usura liberta o macaco. Usura apieda-te e não investe. Usura: liberta o macaco silvestre!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 11:15

Caminhão atropela procissão e mata dez

por Fernando Zocca, em 10.12.11


 

Um caminhão desgovernado, carregado de areia, atropelou dezenas de fiéis durante uma procissão na quinta-feira (8/12), em Feira Grande, no interior de Alagoas matando dez pessoas.

 

O caminhão-caçamba carregado de areia, que pegou fogo, atingiu sete veículos entre motos e carros “Foi muito rápido, então não dá para a gente definir o que aconteceu, na verdade”, disse um morador.

 

Três motos foram arrastadas pelo caminhão, que só parou depois de capotar na praça principal da cidade.


“Todo mundo apavorado com o carro pegando fogo. Algumas motos explodindo, como a gente viu. Existiam essas explosões e as pessoas se assustavam. Mesmo assim, o pessoal muito solidário. Eles entraram mesmo, metiam a cara e jogando areia. Faziam de tudo para tentar resgatar os corpos”, contou o morador Edson Chagas.

 

O motorista do caminhão e outras nove pessoas morreram. De acordo com o Instituto Médico-Legal (IML), quatro das vítimas eram crianças. Uma delas morreu soterrada pela areia que caiu da caçamba. Outras quatro pessoas foram carbonizadas.

 

A todo o momento moradores chegavam à praça para tentar identificar parentes. “Recebi a notícia e fui logo para o IML, fui logo para a unidade de emergência, mas não localizei. Vim direto para ver se localizava. Estou abaladíssima. A família inteira. Isso é um choque”, comentou a funcionária pública Gildete Soares Bispo.

 

“Uma avenida dessas, cheia de gente, milhares de gente, acontece um negócio desse aqui. Foram muitas vidas”, lamentou o gerente de panificadora Marcelo Rocha.

 

A cidade de 22 mil habitantes no agreste de Alagoas está de luto. “Não dá nem para imaginar”, lamenta um morador.

 

Segundo a polícia, três mil pessoas participavam da procissão. As causas serão apuradas.


“Se a carga estava acima do permitido, se o caminhão estava em condições de trafegar e se o motorista estava em condições de conduzi-lo. São dados que só com a investigação poderão ser passados”, afirmou o tenente da Polícia Militar de Alagoas, Vanderlei Pereira Oliveira.

 

 

 

Mudando de assunto:

 

Que tal rever um dos carros mais famosos do meado dos anos 50?

 

Senhoras e senhores, com vocês o famoso Chevrolet Chevy 1954.

Curta o vídeo.

 


 

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publicado às 22:04

Aqui em baixo as leis são diferentes?

por Fernando Zocca, em 14.08.09

 

                      Tudo bem, você está numa praia, sente o vento na pele, o sol a lhe aquecer, a maciez da areia, o bate papo com os amigos, o prazer da saciedade que lhe dá a água de coco. Mas e se de repente não podemos voltar para casa?
 
                      Você percebe que o sol se põe, os pernilongos cercam-no zumbizando no seu ouvido, a temperatura começa a baixar e nada. Nada de paredes para desviar o vento, nada de banho com aqueles xampus cheirosos, sabonetes reidratantes, e a fome, muita fome. Sim porque ali não há o conforto de um fogão onde se possa fazer um Miojo confortador ou um café da hora.
 
                     Tudo bem, pode-se até comer alguns peixes, que ao darem bobeira na sua frente, sirvam para lhe aplacar o desprazer da escassez de alimentos. Mas será que o escovar os dentes ali naquela água, que não vem da torneira, tem o mesmo efeito, faz a mesma sensação?
 
                      Tudo é muito estranho, muito esquisito. Bom, mas você percebe que está cansado, tem sono, e sua cama não se encontra presente. Que dureza! E tem mais: antes de deitar sempre é bom faze xixi, higienizar-se de alguma forma. Mas onde está o “trono”, aquele papel esperto, o bidê purificador?
 
                     Sem esses apetrechos o homem volta a um estágio da civilização conhecido como idade da pedra, ou pra não exagerar muito, para um tempo em que ele dependia mais da força física do que da astúcia ou inteligência.
 
                     A sobrevivência própria, e da espécie humana, numa situação bastante adversa, hostil mesmo, foi possível graças a capacidade para diluir tudo o que impedia o curso normal da vida. Então, contornando o que causava desconforto, e aprendendo a controlar o prazeroso, viu-se o ser humano nesse atual estágio de desenvolvimento tecnológico.
 
                     Naquele tempo, quando as pessoas habitavam as praias a produção dos utensílios era manufaturada, isto é, feita por artesãos que se especializavam.  Então havia quem fizesse panelas, armas, urnas mortuárias, canoas, ocas e demais objetos para uso próprio, pessoal, ou para familiares.
 
                    Neste século XXI chegamos a evolução tal que até mesmo um simples canudinho com o qual se sorve a água de coco redentora, tem um processo especial de produção industrial. Tudo é feito pela indústria, em grande escala, para milhões de pessoas.
 
                    É mas a fila anda, ou tudo passa, ou ainda tudo se move. Em outros termos dizem que até mesmo essa era da indústria, da produção industrial, está passando. Gasta-se menos horas hoje no trabalho que mantém o sustento, do que naquele tempo em que não havia nem mesmo um radiozinho a pilhas ou televisor.
 
                    As condições de higiene e alimentação, naquela época dos nossos antepassados, não proporcionavam a manutenção da saúde da alma e corpórea que se pode obter hoje. Por conseqüência a longevidade aumentou.
 
                     Se naquelas condições precárias das praias desertas havia a incidência de muitas doenças hoje estão todas elas, praticamente debeladas. Então se vive muito mais e melhor.
 
                    O existir em coletividade implica reconhecer as diferenças entre os que estão “lá em cima” e os que estão “aqui em baixo”. Numa sociedade ideal, mais justa, mais igualitária, não haveria espaço para a afirmação de que “aqui em baixo as leis são diferentes”.
 
                     Numa sociedade honesta, sem trambiques, todos seriam iguais perante a Constituição. E o direito ao trabalho, reservado a alguns privilegiados, seria estendido a todos os demais cidadãos desse pais.
 
 
 
Fernando Zocca.
 
 
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