O governo da petista Dilma Rousseff tem como objetivo maior a política voltada ao povo.
Essa orientação diverge das ações do governo em exercício que demonstra privilegiar a classe política dirigente.
Na filosofia da primeira notamos os programas projetados para a satisfação das necessidades populares. Então O Minha Casa Minha Vida não tem outro escopo que não seja o de contemplar, com habitação própria, a milhões de pessoas hoje ocupantes dos cortiços e favelas.
O Bolsa Escola favorece, com incentivo financeiro, as famílias que têm crianças na idade escolar e não teriam como mantê-las estudando sem esta atenção especial do governo.
Da mesma forma, com este mesmo espírito de auxílio, de colaboração, existe o financiamento da agricultura, voltado aos agricultores familiares e às pequenas empresas do ramo.
O programa Mais Médicos objetiva a arregimentação dos profissionais da área da medicina dispostos a atenderem as populações residentes nas regiões mais afastadas dos grandes centros industriais e populacionais.
Veja que a neutralidade do governo central relacionada às investigações da polícia federal que tem investigado, levado a julgamento, obtido a punição dos culpados envolvidos nos atos de corrupção, demonstra também que vale menos a salvação dos malfeitores do que a satisfação da sede e senso de justiça do povo.
Percebemos, por outro lado, a política direcionada às elites, à classe política dirigente, quando as intenções de abafamento das investigações contra a corrupção, e até mesmo com a promoção de mudanças na lei da delação premiada, pelo chamado “governo golpista”, começam a tomar vulto.
A política não pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou dá ao povo o que é bom para ele ou a César o que o revigora.
Neste sentido, desta forma, notamos que a intenção ingênua de agradar aos dois senhores, com as isenções fiscais feitas às indústrias, pelo governo federal, não trouxeram nada mais do que déficits de caixa dos tesouros públicos com a consequente necessidade de socorrer-se das reservas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, quando do pagamento dos seus programas sociais.
É bom relembrar que essas operações bancárias não são consideradas irregularidades. Foram feitas por governos anteriores não questionados sobre o assunto.
Diante do quadro econômico mundial atual podemos perceber que a situação brasileira não é a única. Os países vizinhos da América do Sul, bem como vários outros da Europa, também passam por dificuldades econômicas semelhantes.
Desta forma seria bem duvidoso atribuir somente às diretrizes financeiras do governo federal a atual situação considerada bastante crítica.
A saúde monetária do país é o resultado da comercialização das suas produções agrícolas, industriais, dos seus prestadores de serviços, tanto no território nacional quanto no exterior com as exportações.
Ora, se não há produção, ou se há, mas não existe o consumo, a venda, a exportação, estabelece-se uma estagnação bastante insuportável para alguns setores mais sensíveis.
A fórmula para a saída, desta chamada crise, não é difícil de entender: basta gastar menos, economizar e produzir mais.
Quando o governo golpista, autorizando aumentos salariais ao poder judiciário e para pagar também as suas contas, imprime dinheiro, pinta papéis, está na verdade incentivando a inflação; desvaloriza a moeda colocando bilhões e bilhões de reais sem lastro em circulação.
E, meu amigo, para um país como o Brasil não haveria nada mais desagradável do que a inflação incontrolável. Já vivemos isso no passado. Rezemos para que esse mal não se repita.
- Diante deste quadro, você não pode se queixar se alguém a chamar de "arrombada". - É grave doutor? - quis saber, num tom choroso, a moça tentando olhar o médico, por cima o lençol que lhe cobria as pernas suspensas e abertas. - Há lesões no esfíncter... Vasos rompidos... Lacerações no reto. Você terá muita sorte se não houver infecções. - Nossa... Que tristeza! - Como aconteceu isso. Foi estupro? - Não. Eu que deixei. No começo eu disse que não queria, mas ele insistiu muito daí eu permiti. - Ele foi violento. Machucou bastante. - Nunca mais eu faço isso. - Olha, vou usar medicação tópica. Vou receitar anti-inflamatórios e analgésicos. A dieta, durante os próximos 30 dias será de líquidos, sopas, compreendeu? - Ai que dor. Sim, senhor - respondeu a paciente levantando-se da maca. Depois de vestida, a moça, sentindo frio, sentou-se delicadamente na cadeira defronte à mesa do doutor aguardando as receitas. Ela usava um lenço de papel para retirar os últimos traços da maquiagem. Ao sair, passando pela secretária, pagou a consulta, discando logo em seguida, pelo celular, para um taxi. Defronte ao seu prédio, e ao descer, ela encontrou-se com uma amiga que vinha pela rua. Meire carregando sacolas plásticas cheias - uma em cada mão - alegrou-se ao perceber a presença da moça, mas achou que ela estava muito magra. - Luisa, que satisfação em ver você. Há quanto tempo querida... Me dá aqui um abraço. - Oi Meire. Estou um pouco doente. Acabo de vir do médico. - O que aconteceu? Gripe? - Nada, querida. Vamos entrar que eu te conto. As duas amigas entraram no edifício, passaram pelo porteiro cumprimentando-o, e tomaram o elevador. Luisa procurou na bolsa as chaves do apartamento, abrindo a porta. Ao entrarem um aroma de incenso que impregnava o ar impressionou Meire. - Hum... Já vi tudo. Ele esteve aqui? - Veio no sábado, foi embora ontem. Trouxe vinho, caviar e aquela conversa de sempre. - Foi aquela maior farra. - Como sempre. Mas no sábado a noite quis inovar. E eu deixei. - Inovar? Como assim, querida? - Ele quis botar atrás, sabe? - E você deixou, sua tonta? - Eu já estava grogue. Ele passou vaselina e mandou relaxar. - E daí? - Foi bruto. - O sistema era bruto? - brincou Meire gargalhando. - Me machucou muito, mas muito mesmo. Não sei se vou poder fazer cocô. O médico mandou tomar só sopa, durante uns 30 dias. - Bem feito, sua idiota. Onde já se viu deixar entrar por onde tudo sai? Já imaginou enfiar o bico da bomba de gasolina no escapamento dos carros? - Não ria. Não brinque com a minha dor. Não consigo nem sentar direito. - Isso é pra você aprender. Mas e daí? Rendeu mais alguma coisa? - Ele jogou um pacote de dólares no canto do quarto e mandou que eu tirasse o que quisesse. - E você tirou? - É claro, lindinha. Como você acha que vou pagar a próxima viagem pro Japão? - Ainda bem. A dor logo passa. As viagens são inesquecíveis. Vale a pena. - Foi rendoso, mas não sei se vai durar muito. Ele reclamou, de novo da mulher. Sabe a outra mulher, essa nova, a mais recente? Disse que ela já desconfia de alguma coisa. - Mas sobre o apartamento não há dúvida nenhuma, né? - Sobre o apartamento, não. Todo mundo sabe que foi a minha mãe que me deu. Na verdade ele me disse, numa ocasião, que estava com medo dessas operações da polícia federal contra a corrupção. Ele acha que podem pensar que os prêmios que ele dá na TV tem origem nos desvios das verbas e superfaturamentos nas obras públicas. - Vai ver tem mesmo, né querida? - Eu também desconfio, mas não quero nem pensar nisso. - Então está bom. Te cuida, neném. Olha, quando estiver no Japão me manda lembranças tá? - É claro, querida. Meire saiu do apartamento e já na rua, sentindo o vento frio no rosto, imaginou quantas feridas anais financiariam viagens pelo mundo.
Alguns especialistas, dentre eles psicólogos, sociólogos e também antropólogos atribuem a extremada popularização do futebol à inegável equiparação entre o gol e o ato sexual.
Em alguns casos o fanatismo é tão arraigado que o torcedor, diante da situação tensa, nos momentos em que antecedem a uma grande decisão, crendo que a prática da cópula, levará seu time à marcação no placar, sem dúvida nenhuma, se dedica a esse ato.
Uma torcedora paulistana "assoprou-me" que, por admirar o Alan Kardec, afeiçou-se ao Santos Futebol Clube e que seu namorado carioca, apesar de fã de um time do Rio de Janeiro, torcia para que o Corínthians conseguisse sagrar-se campeão da Taça Libertadores da América.
Ela "segredou-me" que não podia imaginar o porque da tamanha insistência dele em levá-la pra cama, justamente naquela tarde em que o Corinthians enfrentaria o Santos na Vila Belmiro, durante a primeira partida, da série de duas, que definiria quem seguria para a próxima fase da competição.
Havendo ou não, alguma relação entre o sexo praticado entre eles, naquela tarde, no apartamento dela, e o gol marcado pelo Corinthians, na casa do adversário, a coincidência só fortaleceu a crença do "corintiano" na tal simetria.
Algum tempo depois, já convencida da "veracidade" da correspondência, a moça garantiu que, se toda vez que se dedicasse â prática sexual, seu time vencesse, ela certamente se entregaria à luxúria sem pejo nehum.
Com a desculpa de que o que ela queria era "ser feliz e que o resto se danasse", a moça justificava a prática sexual, com o namorado, mesmo que isso significasse a vitória do time dele.
Ora, se ambos eram solteiros e concordes com as tais práticas, o que lhes restava era somente manter o cuidado para que não se contaminassem mutuamente.
E já que viviam intensamente essa situação, em que a cada ato sexual praticado, equivalia a um gol do time do coração, por que não equiparar a taça conquistada, no final do campeonato, ao neném, provável filho do casal?
Nunca antes na história deste blog percebeu-se tanto os desejos de verem-no deletado.
As pobres almas sofredoras, que assim se manifestam, sabem que existem no mundo bilhões e bilhões de blogs; entretanto, por evidenciarem o nosso, algumas culpas indisfarçáveis, preferem-no vê-lo desaparecido, como se isso, remisse também os muitos pecados cometidos.
Com a publicidade você proporciona ao mundo a sua versão da história, que muita vez, não é essa que pregam por aí, aos cochichos, às ocultas, na calada e nas trevas da noite.
O cinismo dos ímpios é tanto que chega a atribuir à vítima de uma apropriação indébita, o cometimento de crimes ou de ser ela portadora de afecções espirituais.
Esse defeito moral, produtor de comportamentos lesivos, pode ter sua origem na infância, quando ainda se definia os padrões da sexualidade.
Situações mal resolvidas, que geraram sentimentos e sensações sedimentadoras de opiniões equivocadas, conduziram sem dúvida, à formação de personalidade mórbida, doentia, capaz de danar com o patrimônio alheio.
Então, quando há, por exemplo, a prática de uma apropriação indébita, com a qual o réu objetiva pagar suas dívidas, ele certamente sabe que contrai outra maior ainda, e que a morte do espoliado, não o livrará das consequências funestas.
Uma atitude bem correta que se espera de quem ficou com o que não era seu é a de procurar o credor e firmar com ele um acordo, antes que os equívocos todos o mandem para a prisão, de onde não sairá até que pague o último centavo.
Mara K. Utáia deixara vencer mais uma conta do condomínio sem que pudesse pagá-la. E essa negligência toda repercutia no bolso dos demais moradores do prédio. Os valores não recolhidos pela esquecida seriam acrescentados aos boletos dos vizinhos.
Por isso quando a mulher entrava, átrio adentro, desejando descansar os pés calejados e libertar os joanetes das contenções opressivas, daqueles seus sapatos velhos, percebia os olhares tortos do porteiro de plantão.
“Esse maluco é da turma do síndico safado. Fazem contas fantasiosas e procuram tomar o dinheiro de quem trabalha honestamente” – pensava K. Utáia ao transitar pelo hall gelado e sem vida, buscando a porta do elevador.
“Inventam despesas, inflacionam o consumo de água, de luz, de gás, os cambau. Querem mesmo prejudicar. E depois ainda dizem que não cumprimento ninguém, quando estou no prédio. Ò gente ruim da cabeça”. – ruminava Utáia esperando a chegada do elevador.
Um grupo de crianças se aproximou da mulher que, segurando com força a bolsa azul, mantida sob o sovaco do braço direito, demonstrou desprezo ao vê-las.
“Essa molecada sem educação. Não sei onde vai parar tudo isso. No meu tempo de menina, se falasse merda já levava o maior cacete. Agora não. Veja como são mal educados. Ô gentinha”. – Mara transpirava. Seu pulso denunciava problemas circulatórios que a incomodavam.
“E esse dente agora? `Mardito`! Justo agora que deu pra doer? Assim não tem quem agüente. E aquele morfético que não paga a pensão? O desgraçado atrasa de propósito, só pra chatear. Ô camarada ruim!”
As crianças ao se aproximarem da mulher e percebendo-lhe a carranca no semblante, silenciaram. Elas a conheciam e sabiam ser daquelas velhotas que gritavam ofendendo os pequenos.
- Se não recebo, como vou pagar? – murmurou K. Utáia, quando o elevador barulhento parou à sua frente.
Ao abrir a porta a velhinha notou que ele trazia pessoas que o tomaram no subsolo, na garagem do prédio.
- Olha, criança não vai, não. Vocês esperem que não cabe mais ninguém. – afirmou a senhora, dirigindo-se às crianças enquanto entrava.
“Sempre lotado. Se alguém peidar aqui dentro, com certeza, vão olhar feio pra minha cara. Mas veja como são mal encarados. Deus me livre!” – cogitava a mulher quando a porta fechou atrás de si.
Os solavancos do elevador serviam para demonstrar o mau estado de conservação.
- Misericórdia! – exclamou a baixinha ao notar a turbulência da ascensão.
- Está mal conservado. O condomínio não pode pagar por revisões mais freqüentes. Está sem dinheiro. – sentenciou um dos cavalheiros que também subiam.
“Eu sabia! Tinham que dar indiretas! Ô gente sem coração” – pensou a mulher apertando com mais força a bolsa debaixo do braço.
Ao chegar ao destino Mara K. Utáia percebeu que esquecera as chaves do apartamento no escritório. Ela se lembrava muito bem. Estavam na porta, penduradas do lado de fora.
- Então é assim, você sintetiza o comissionamento recebido e depois propõe a distribuição a quem de direito. Não podemos acreditar que haja desvirtuamento daqueles princípios propostos. Existem pessoas que crêem nisso. Eles acham que haveria um desvio compensatório. Eu ligarei mais tarde pra confirmar. Mas mesmo assim acho que nada saberemos sobre a verdade. Não há provas nem jeito de flagrar o crime.
Jorge, com lentidão, encaixou o fone no antiquado aparelho telefônico que estava sobre a mesa do escritório. O vermelho já um tanto desbotado não servia de argumento convincente que o levasse a trocar a peça. “Não sei por que você se liga tanto nessas velharias. Existem tecnologias novas no mercado e você não se interessa” – ele recordou-se do que dissera Consuelo. A mulher vivia ao seu lado há quarenta anos.
O homem caminhou até a cozinha quando então ouviu a voz da criança vinda do apartamento vizinho. Ela balbuciava algumas palavras dirigidas à mãe. Uma sensação esquisita apertou o peito de Jorge. “Que ela tivesse cuidado e ofertasse proteção aos filhos. Afinal, havia mães que não imaginavam a possibilidade de estarem seus pequenos, sujeitos ao ódio, que alguns adultos frustrados, não conseguiam descontar nos desafetos”.
Depois de espremer um limão na água, que tirara da geladeira, ele voltou-se para a sala. Os móveis antigos, mas bem conservados, eram de um tempo em que as cristaleiras significavam destaque entre o pessoal da vizinhança.
Segurando ainda o copo de limonada ele se aproximou da réplica do quadro o Grito do Ipiranga de Pedro Américo, que ornava a parede. Apesar do desbotado da figura, ela ainda mantinha os traços que lembravam aquele momento histórico.
Vestido com seu robe-de-chambre azul pavão felpudo, ele se movimentou pela sala podendo observar a mesa estilo colonial, ainda bem conservada. Uma onda de nostalgia tomou-lhe a consciência e ele viu-se ainda criança quando o pai, no meio daqueles rascunhos, desenhos e projetos, tentava ordenar as plantas do iate que tencionava construir.
Réguas, compassos, esquadros e lapiseiras eram as ferramentas que ele manipulava com maestria. Jorge lembrou-se de que quando o pai notava sua presença, ao lado da prancheta, dizia-lhe palavras de carinho.
- A espera. A espera pode ser agoniante, mas inevitável.
O homem caminhou pela sala e notou o sofá que, ao lado da janela aberta, acumulava alguma poeira vinda de fora. Com um gesto delicado ele a fechou. Era perigoso mantê-la aberta nesses tempos em que os pássaros ainda voejavam sem muita direção.
- Já imaginou – disse ele em voz baixa – se um urubu atordoado entra por essa janela adentro despedaçando as coisas? Misericórdia!
Num vaso pequeno Consuelo conservava a muda de acerola que desejava ver desenvolvida no pomar da chácara. Além dessa planta havia também um arbusto de limão. A ida àquele local, quase nunca visitado, excitava-o e, sua impaciência era comunicada pelo jeito com que caminhava pisando firme no soalho, desviando-se dos móveis.
- Olha o vizinho de baixo! Pisa leve, se não já viu né? – esgoelara Consuelo que manipulava, na lavanderia, a velha máquina de lavar roupas.
- Mas será o Benedito? Não vejo a hora de ir para o sítio. Careço de agir com mais liberdade, sem tanto receio de ver gente que se mostra magoada por coisas insignificantes. – Jorge notava que seu rosto enrubescia.
- Pra você escrever censura com “s” não tem problema. Mas pra essa gente cheia de “nove horas” o caso é sério. – ponderou Consuelo.
- Tudo bem, mas não precisava fazer essa onda toda, esse estardalhaço. Por que essa “tolerância zero”? – O tom de voz de Jorge dava a impressão que ele explodiria.
- Deixa de ser maçante, homem de Deus! Para de se preocupar à toa. Vai caminhar um pouco, respirar ar puro. Ô nego chato, seu! - Consuelo falava ao mesmo tempo em que batia, com vigor, a calça jeans no escorredor do tanque.
Jorge ouviu o que esperava. Ele tirou rapidamente o roupão, vestiu a bermuda preta que combinou com a camiseta vermelha e, calçando os chinelos de tiras preto e branco, saiu mais uma vez para caminhar. Ele tinha certeza que encontraria a natureza bela, do jeito que sempre fora.
Naquele tempo, quando ainda afirmávamos ser felizes, nos encontrávamos com freqüência assim, por acaso, na praia. Era um hábito arraigado nosso que nos proporcionava bem-estares intensos.
Numa quinta-feira pela manhã, durante o inverno que amenizava e percebíamos a primavera que já se avizinhava, nos reunimos ali no local de costume. O sol não estava tão abrasador e passava das nove da manhã.
Diferente do que acontecia amiúde, com alguns velhos amigos, que chegavam juntos, nós ao contrario, chegávamos separados e nos juntávamos ali, envoltos pela maresia prazerosa.
Quando pisei na areia notei que havia pouca gente ao redor. Então caminhei até perto da arrebentação onde estendi minha canga. Despi-me da camiseta e do short sentando-me em seguida. Abri a bolsa tirei o protetor solar e espalhei-o pelos braços colo, rosto e pernas.
Ao colocar os óculos de sol percebi a Nandinha que chegava. Ela arfava e ao ingressar na areia sentiu certo desconforto. Apesar do sobrepeso Nanda mostrava uma garra tremenda pra driblar todos os obstáculos que lhe impediam o bem viver.
Quando parou junto a mim ela disse:
- Hum... Já cedo assim, colega? Que chique!
Poderíamos afirmar que Nandinha não tivera lá uma infância assim tão tranqüila. Eu sabia parte da sua história e lhes asseguraria que seus pais passaram por momentos dificílimos durante alguns governos digamos, “linha dura”.
- E ai, chegou bem, na paz? – perguntei-lhe indicando o local ao meu lado, onde poderia estender sua canga.
Nandinha então se despiu mostrando o corpo forte. Ela com certeza teria reservas calóricas por muito tempo, sem que precisasse ingerir uma laranja que fosse.
Minha amiga sentou-se e depois de passar sobre a pele o protetor solar atendeu um telefonema. Eu lhe dissera que não se preocupasse com mais nada que não estivesse sob sua visão naquele momento.
Nandinha se lamentou:
- Nita eu não te falei que pegou fogo no apartamento da minha vizinha? – ao falar ela olhava-me sobre os óculos escuros que pusera para proteger-se.
Respondi-lhe que soube do incêndio ali no centro da cidade. Que tinha sido um corre-corre dos infernos e que os bombeiros demoraram muito pra chegar.
- É verdade que os donos do imóvel precisaram ser retirados de rapel? – perguntei.
- Nita, que desespero! Aquela fumaça que vinha assim sabe? Angustiava a gente, que horror. E imagine que naquele momento eu só lembrava do pernil que tinha sobrado da janta. Eu queria correr pra geladeira e pegar o pernil. É na aflição que eu penso em comer, mas pode uma coisa dessas?
- Ai amiga, se você estivesse lá No Limite, você se daria bem. – arrisquei brincar com ela.
- Por que neném? – ela me olhou com um semblante de censura.
- Porque lá a comida é limitada. Enquanto os magricelas passariam por perrengues terríveis você não ficaria muito frágil.
- Ai, não sei, amiga. Preciso me livrar dessas calorias que me fazem mal. Não farão falta, entende?
Enquanto conversávamos César Ronha, o famoso Cezinha da Rebimboca aproximou-se. Ele cumprimentou-nos com aquele seu sorriso maroto e parando diante de nós, percebeu que Nandinha não se alegrou muito com a sua chegada.
- E ai, moçada, tudo bem? – perguntou César estendendo sua canga e sentando-se.
Nandinha respondeu com mau humor, demonstrando mais uma vez o seu desagrado. César então continuou:
- Vocês souberam que fui eleito síndico do meu prédio?
- A gente sabia que você morava lá há muito tempo. – respondeu Nandinha.
- Pois é. Agora estão me acusando de ter contratado cinco faxineiras, dois eletricistas, e oito vigias que teriam parentesco comigo. Mas essa turma não tem mesmo mais o que fazer. Imagine só: inventaram que eu não contei pra ninguém que tinha admitido esse pessoal. Eles reclamam que pelo regimento do condomínio, eu deveria comunicar aos demais moradores as contratações. Mas eu acho isso um absurdo. Nada a ver. E por que os meus parentes não teriam a mesma competência que qualquer outra pessoa?
- Mas César, qual é o critério que você usou para admitir os funcionários? Todos não teriam as mesmas chances de serem contratados? - perguntei-lhe.
- Nada a ver. Sempre foi assim. O outro síndico também fazia do mesmo jeito. E antes dele também, sempre fizeram dessa forma. Estão procurando chifres na cabeça de cavalo, pêlos em ovo, entende? Tá o maior bafafá. Fizeram até um jornal no qual escrevem tudo o que querem. Imagine! Eu com minha história, com o meu tempo de síndico mereço isso? Mas tá certo uma coisa dessas? Ora, vê se pode: já tem até gaiato me zoando dizendo que pedirá ao prefeito uma lei de imprensa. Isto é, no mínimo, o fim da linha.
- Sabe de uma coisa? Eu acho que você deve renunciar. Pare com essa gandaia. Os moradores têm tantas taxas pra pagar, impostos e mil e uma coisinhas mais. Eles estão indignados com essa sua política. – Nanda foi incisiva.
Ronha não gostou do que ouviu e por isso, sem dizer mais nada, e não querendo criar outra inimizade, levantou-se indo embora. Nanda então continuou:
- Nita essa cara teve muitos problemas na infância. Você acredita que quando tinha uns seis anos ele entrou sem ser convidado, numa casa vizinha, onde três mulheres faziam, no fogão à lenha, uma goiabada num tacho de cobre? Quando as mulheres viram que era o filho do professor, resolveram aproveitar a sua presença. Pediram pra ele pegar algumas toras de lenha e depois o mandaram mexer, com a colher de pau, o doce que estava quase pronto. Elas saíram do lugar deixando o menino trabalhando sozinho. Quando voltaram perceberam que o serviço estava terminado. Disseram a ele que a mãe o chamava. E o camarada foi embora sem experimentar o doce que ajudara a fazer. Isso deve ter deixado seqüelas na moringa do cara, não é possível!
- Como é que você sabe disso? – perguntei com interesse.
- A prima dele me contou. E tem mais: quando ele era mais crescido, foi de bicicleta, junto com outro iniciante de marginal, a um sítio na periferia e lá, com uma espingarda de pressão, acabaram com uma raposa que vivia no oco de uma árvore. Deram tiro de chumbinho no olho da pobrezinha, vê se pode amiga!
- Esse sujeito é terrível. – afirmei.
- E tem outra: quando ele estava já bem crescido e namorava uma lacraia do trecho, ao ouvir da moça que ele não passava de um louco fracote, deu-lhe uma dentada no pescoço que a coitada se arrepia até hoje só de lembrar.
- Nossa, mas esse é ruim mesmo. – concluí.
- É terrível.
E ficamos assim a conversar até o momento em que, vendo o breu da noite que se achegava, resolvemos ir embora pra casa, onde eu na minha, comeria a pizza com guaraná que me aguardavam e, Nandinha na sua, tomaria a sopinha da dieta que fazia.
Carolina Lima.
Vende-se o apartamento 93 do 9º andar no Edifício Araguaia. Contém sala em L, três quartos (uma suíte), quarto para empregada, lavanderia ampla e cozinha. Tratar pelo fone 19 3371 5937. Piracicaba SP. Brasil.
Hoje é primeiro de agosto e Piracicaba comemora seus 242 anos. Realmente segundo consta nos alfarrábios o explorador português Antônio Correia Barbosa, em 1767 chegou por estas paradas e, no lado direito do rio, iniciou um descanso que teria gerado a povoação.
O objetivo do senhor Antônio C. Barbosa, ao sair de São Paulo, navegando – na verdade descendo, deixando-se levar pelas correntes - do rio Tietê, era chegar à foz desse afluente, hoje conhecido como rio Piracicaba.
Bom, depois de recuperadas as energias, restauradas as forças, Antônio C. Barbosa e seus liderados prosseguiram a subida do rio Piracicaba, chegando então à sua nascente que fica no município de Americana.
No local de repouso, utilizado pela expedição de Antônio, formou-se um lugarejo onde se agregaram, aos nativos, alguns homens brancos e também negros. Ao relatar às autoridades portuguesas sobre a formação desse núcleo povoador, existente na margem direita do rio, os exploradores receberam a ordem de mudá-la para a margem esquerda.
O motivador dessa troca teria sido a crença de que as construções deveriam receber os primeiros raios solares ao alvorecer antes de atingirem as águas.
Mas a localização geográfica do local escolhido por Antônio C. Barbosa é a seguinte: 22° 43’ 30” S 47° 38’ 56” copiou? A cidade fica a 547 metros acima do nível do mar e sua área é de 1.369.511 km2, segundo informações da Wikipédia.
O atual prefeito da cidade é o senhor Barjas Negri (PSDB). Um presídio para seiscentos presos é um dos projetos que destacam o seu governo.
Vende-se: Apartamento 93 no Edifício Araguaia. Possui três quartos (uma suíte), sala em L, quarto de empregada, lavanderia e ampla cozinha.
O Papa Bento XVI lançará no próximo dia 30 de Novembro um CD com músicas religiosas e orações à Virgem Maria. Produzido pela gravadora norte-americana Geffen Records, o Ábum intitulado “Alma Mater” conterá também oito peças de música clássica interpretadas pela Royal Philharmonic de Londres, gravadas no lendário Abbey Road Studios da capital britânica.
As canções executadas pelo Papa Bento XVI foram gravadas na Basílica de São Pedro e Sua Santidade foi acompanhada pelo coro da Orquestra Filarmônica romana.
O projeto de produzir um álbum com as músicas interpretadas pelo Santo Padre foi concebido a partir da "Multimedia San Paolo," sociedade Católica que trabalha nos meios de comunicação social. Os lucros serão doados à fundação que promove o ensino da música entre as crianças pobres de todo o mundo.
De acordo com Colin Barlow, presidente da filial britânica da Geffen Records, este álbum é realmente fantástico: "A coisa que mais surpreende é que o Papa tem um bom gosto", diz Barlow ao Times de Londres. O CD terá oito orações. Uma será cantada por Bento XVI, enquanto que as outras serão recitadas por Sua Santidade em latim, italiano, Português, Francês e Alemão.
Bento XVI elogiou o trabalho realizado pelo estúdio: "Recebemos uma carta do Vaticano dizendo que o Papa tinha ouvido as gravações e ficou muito feliz”, disse à BBC o presidente da gravadora Colin Barlow.
Esta não é a primeira vez que um sucessor de São Pedro participa com músicas e cultura. João Paulo II durante seu pontificado, repetidamente demonstrou seus dons artísticos. Em 1994, por exemplo, interpretou "O Terço" e com a gravação feita pela Rádio Vaticana atingiu o topo no ranking internacional. Em 2008, alguns poemas escritos pelo Papa polaco foram gravados e interpretados pelo grande tenor Placido Domingo. (Corriere della Sera)
Vendo apartamento no Edifício Araguaia. 19 3371 5937
Durante esta semana o Brasil pôde ver o baixinho campeão do mundo pela seleção brasileira de futebol, Romário ser detido numa delegacia do Rio de Janeiro. A quizumba aconteceu porque ele não teria pago a pensão alimentícia que se comprometera a pagar, num acordo feito no processo de separação.
Depois de dada a notícia o staff do artilheiro mobilizou-se reunindo a importância reclamada. Satisfeitas as exigências da parte queixosa, Romário voltou à liberdade.
Esse não é o único problema jurídico que o ex-atacante enfrenta: um de seus bens, uma cobertura avaliada em milhões de reais está penhorada e vai a leilão por esses dias. O início do problema, com um vizinho, deu-se porque a reforma do apartamento do ex-jogador, causou uma infiltração na propriedade situada no andar de baixo.
Apesar de ser avisado Romário não teria dado atenção e deixado o processo seguir. Deu no que deu.
Além disso, segundo notas dos jornais do Rio, Romário teria se envolvido numa espécie de pirâmide da sorte, na qual teria perdido muito dinheiro. E para completar, além do IPVA, do IPTU, cerca de R$ 600 mil com Zagalo e outros que tais não adimplidos, o Imposto de Renda rondaria o campeão.