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O Portão

por Fernando Zocca, em 28.12.16

 

 

 

 

Bodão.jpg

 

Henriqueta Fossa e Elisa Buffa conversavam na esquina:
- E aí, amiga? Sarou da ressaca? - perguntou Elisa.
- "Mardita" pinga aquela que me deram... Me fez um "mar" terrível - respondeu Henriqueta.

- Toma um chá de boldo, comadre. Você vai ver tudo melhora - consolou Elisa. E depois concluindo:
- A senhora já passou dos 82 anos. Não seria bom parar com a talzinha?

 - Que nada filha... O que é que a gente vai fazer numa quiçaça dessas? Se não tem o boteco, o que a gente faz?
- Mas dona Henriqueta... E o crochê, minha nega? - provocou Elisa.

- E lá eu sou velhota de crochê? Ora faça-me o favor dona Elisa. E me dê licença que meu feijão está no fogo; parece que a panela tá bufando.

- Vai dona Henriqueta... Vai... Vai tomar... Lá na sua cozinha, conta do seu feijão.

Depois do almoço, lá pelas três horas da tarde, Henriqueta saiu de casa e foi direto ao armazém da esquina onde pretendia comprar o leite e o pão para o café da tarde.

Como não gostava de caminhar pela calçada, a velhota, alta, magra, desengonçada, que falava grosso devido a um problema na garganta, iniciou o percurso pelo meio da rua.

Enquanto caminhava um automóvel vendendo pamonha anunciava pelo alto-falante:

- Olha a pamonha, senhora dona de casa. É o legítimo creme do leite. É a pamonha de Tupinambicas das Linhas. Venha conferir minha senhora...

Henriqueta sentiu-se incomodada. Teria sido aquela funesta Elisa Fossa, a vizinha maledicente a responsável por essa gandaia toda no quarteirão? Quem é que aguentava tanta judiação?

Não teve tempo de concluir o seu raciocínio porque já tinha chegado ao armazém.

Havia um pessoal aglomerado, esperando numa fila, a vez de pagar o que comprara, no caixa.

Sentindo-se insegura Henriqueta imaginou que se estivesse na sua cidade natal, Salvador, na Bahia, estaria bem menos nervosa.

- Seu Messias, eu quero 24 pães. Me põe em dois sacos, faz o favor. E me dê também um litro de leite de caixinha. De saquinho já ando cheia.

Messias conhecia bem a figura. Olhou-a por cima dos aros dos óculos e disse:

- Ô Almeida: atende a dona Henriqueta. Que ela tem pressa.

Almeida, atrapalhado com as suas 1001 ocupações no armazém, deixou o que fazia e atendeu a freguesa dando a ela o que pedira.

Saindo com os embrulhos Henriqueta sentenciou:

- Põe tudo na minha conta, seu Messias, lindinho da vovó, que no final do mês a gente pagamos.

Messias tirou a caneta que estava equilibrada na orelha direita e anotando a despesa numa folha de papel, passou a receber o dinheiro dos demais que estavam na fila.

Na volta, caminhando pelo meio da rua Henriqueta sentiu-se obrigada a usar a calçada porque um caminhão vendendo gás de cozinha passava anunciando, tendo ao fundo a sinfonia Für Elise, do compositor alemão Beethoven,  a mercadoria pelo alto-falante:

- É o gás, meu amigo, minha amiga e senhora dona de casa. Aproveite a promoção. Leve agora o seu gás e ganhe um brinde lindo.

Chateada Henriqueta chegou a sua casa. Quando se preparava para tomar o café alguém tocando, com insistência a campainha foi logo lá de fora gritando:

- Como é sua velha safada!!! Quando vai pagar os 182 reais que me deve?

Era Elisa Buffa que, acarinhando a barbicha branca de um bode velho, parada defronte ao seu portão, incomodava-a mais outra vez.  

 

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publicado às 17:26

    A Casa é Minha

por Fernando Zocca, em 02.07.15

 

Da mesma forma que aquele que não vê a remela no próprio olho apontando, com insistência, o formato do olho alheio, a oposição, descuidando dos delitos praticados por si, cacareja os supostos desvios do governo.
E se, é claro, a oposição inquieta, reivindicativa e querelante pratica (ou praticou) o que condena, será indubitavelmente, também condenada.
Faz parte do ônus da vitória ter de suportar o descontentamento dos vencidos. Mas vem cá… Criticar só por criticar, não tem outro sentido do que o de demonstrar certa inquietude patológica.
Imagina se tem cabimento culpar o defensor pela condenação do réu, sabida e comprovadamente, cometedor do crime?
A pena do delito criminal é circunscrita ao criminoso. Por exemplo: não pode ser isento do castigo aquele que, por ter alguém xingado sua mãe, dentro do ônibus, atropela propositalmente um cachorro, rouba a corrente de ouro de uma transeunte ou dispara contra o proprietário do trailer de lanches.
Imagine se “cola” justificar os crimes dizendo que fez isso tudo por estar ofendido, sua mãe foi xingada, ou blasfemaram.
Da mesma forma, ressalvadas as devidas proporções e os nexos, que culpa teria o administrador público, nos crimes praticados por alguém nomeado antes, por ele, com base nas informações de que era um ótimo funcionário?
Num destes dias o presidente dos Estados Unidos Barack Obama discursava, na Casa Branca, sobre a aceitação, pelos tribunais norte-americanos, dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Durante a sua fala alguém começou a protestar insistentemente, quando então o presidente disse que ele – o que protestava – estava na casa dele – Obama – e que portanto deveria calar-se.
E é mais ou menos isso; é por aí. Enquanto o ocupante do cargo estiver legalmente exercendo a função, é ele quem manda. A casa é dele.
E não adiantam as tentativas de desalojamento com calúnias sob temas de pedofilia, inadimplência ou blasfêmia. Se querem a devolução da casa, o desalojamento dos seus ocupantes, é melhor procurar as vias legais, tipo impeachment, se houverem motivos, é claro.
Hoje o cidadão com 16 anos já tem noção do que seja certo ou errado, lícito ou ilícito, portanto deve responder criminalmente por seus atos. A ignorância – desde os tempos da Roma antiga – não exime ninguém das penas.
Cabe ao Judiciário, diante dos casos concretos, reais, analisar as provas, tanto as contrárias, quanto as favoráveis, existentes em relação aos acusados com 16 anos.

 

 

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publicado às 20:57

Zen

por Fernando Zocca, em 25.03.15

Piracicamirim.jpg

 

Já faz algum tempo que estou sem ver televisão. Não que tenha sito tomado por aversão ou desgosto. Nada disso. É que a minha "lindinha" pifou, veja bem, de repente, de uma hora pra outra.
Então, como a grana, nestes tempos, está assim como mangas para os coletes, a alternativa é ouvir o rádio no computador.
Adianto àqueles que sugeririam ver a TV no notebook que isso aqui, não dá certo por algumas razões.
A primeira é que a tela é invadida por banners insistentes de publicidade e não há o que os faça recuar.
A segunda razão consiste no travamento constante das imagens, gerando a assincronia entre elas e o som.
A vida sem TV é triste. Então a gente aproveita para aumentar o tempo dedicado às atividades físicas.
Para quem pesava quase 90 kg, era fumante, sedentário e que só dormia sob efeito daqueles remediozinhos receitados pelo doutor, e que agora, depois de ter mudado completamente o quadro, vivendo sem as chamadas "muletas", tendo emagrecido, e dormir naturalmente, há um bom tempo, a alegria é imensa.
Dentre as atividades físicas como o caminhar, pedalar e correr, prefiro as três. Mas há ocasião em que uma ou duas delas são mais favoráveis do que as outras.
Por exemplo: se a bike está com os pneus furados nada como caminhar ou correr para manter a saúde.
Você sabe muito bem que as atividades físicas são importantes para a manutenção do equilibrio metabólico do corpo.
O estresse, o nervosismo, a raiva, geralmente passam depois de duas ou três horas - por semana - de caminhada ou corrida.
Imagina como seria a vida do sujeito que tivesse de enfrentar situações de adultério, invasão de domicílio, barracos homéricos, imensos, agarrões, puxões e xingamentos, tudo isso por muito tempo, temperados com maços e maços de cigarros.
Você pode acreditar que não haveria coração capaz de manter-se íntegro.
A indignação que a traição provoca é terrível. Mas o pior não é só isso. O pior ocorre com as reações daqueles todos que foram vítimas das agressões produzidas pela perfídia.
O sujeito fica praticamente louco. É capaz de agredir a uma mocinha, uma velhinha e até mesmo a um homem adulto. O atordoado, neste estado de sofrimento, é capaz de dar uma "voadora" no peito do adverso, fazendo-o cair no chão, perder os chinelos e os óculos.
É terrível.
No momento presente, não vejo outro modo de alcançar o estado zen, que não seja pela atividade física constante.
Eu recomendo, viu?

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publicado às 23:28

A atriz e o bolo

por Fernando Zocca, em 06.12.14

 

 

 

 

 

 

 

Quem não gosta de bolo, não é verdade? Ainda mais se for daqueles dos quais saem de dentro uma loura

exuberante. Já imaginou?

Como assim? Sai mulher de dentro do bolo? 

Pode não ser comum, mas não é mentira ou invenção minha. O fato aconteceu de verdade.

Na comemoração do 45º aniversário do então presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy, a atriz Marilyn Monroe saiu esfuziante de dentro de um bolo imenso, cantando "parabéns a você".

A festa aconteceu com antecedência de dez dias, em 19 de maio de 1962, no Madson Square Garden.

John F. Kennedy (29/05/1917 - 22/11/1963) foi o 35º presidente dos Estados Unidos. Eleito em 1960 aos 43 anos, tomou posse em 1961, e governou até ser assassinado, aos 46 anos, por Lee Harvey Oswald em Dallas, Texas, no dia 22 de novembro de 1963.

O nome de batismo de Marilyn, nascida no dia 1 de junho de 1926, em Los Angeles, Califórnia, era Norma Jeane Morteson.

Marilyn Monroe tinha outros codinomes, foi casada várias vezes e participou de inúmeros musicais. Destacou-se também no drama Bus Stop de 1956.

Em 1963 eu tinha 12 anos de idade. Lembro-me perfeitamente da matéria sobre o assassinato do presidente, exibida em preto e branco, pela TV. 

John Kennedy e sua mulher Jacqueline, no dia 22 de novembro de 1963 (sexta-feira) eram conduzidos, num desfile em carro aberto, pela Praça Dealey, na cidade de Dallas, quando às 12:30, foi atingido por dois disparos feitos por Lee Harvey Oswald. 

O assassino era empregado de um armazém chamado Texas School Book Depository situado sob o número 411, na esquina das Ruas Elm Stret e Houston, de onde efetuou os disparos. 

Hoje, no local há um museu. 

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publicado às 23:30

Coisas que enojam  

por Fernando Zocca, em 03.12.14

 

Não seria difícil concluir que, por baixo - na região do subconsciente - dos surtos psicóticos que induziram - por exemplo - a agressões da filha do pai adúltero, ou das reações histéricas, durante a recepção das notícias do falecimento de parente próximo, haveriam traumas dolorosos terríveis.

Essas reações emocionais violentas seriam formas de protesto - de indignação até -, contra o que se pode chamar da repressão agressiva considerada injusta.  

Poderíamos compará-las ao rompimento de uma barragem, quando então toda aquela enxurrada emocional transbordaria causando as consequencias condenáveis. 

Até mesmo alguns autores do crime de rixa que, cercando a casa do vizinho, promovendo o maior banzé-de-cuia, quase derrubando o portão da casa de quem não tinha nada a ver com as quizumbas familiares antigas, teriam em suas mentes, de "pavio curto", históricos de trauma.    

É indispensável que, com o objetivo da manutenção da paz na rua, no quarteirão e no bairro, haja a participação mais ativa de alguns segmentos importantes da sociedade.

Um deles seria o responsável pela segurança pública. As autoridades policiais, tanto civil, quanto militar, devem estar atentas para a identificação dos verdadeiros psicóticos criminosos do local.

Ao poder Judiciário cabe o julgamento dos casos levados ao seu conhecimento, tendo em consideração que o exercício arbitrário das próprias razões, ou o linchamento, não podem, de forma alguma, substituir a prestação jurisdicional, mesmo que os promotores das rixas aleguem serem culpadas as vítimas, ora assediadas.

Nos regimes democráticos todos têm direitos. Inclusive os loucos. Mas, é claro, com algumas restrições impostas pelas leis. Por exemplo: o cidadão não pode, ao instalar um compressor de ar, junto à parede do imóvel do seu vizinho, provocando trepidações e rachaduras nas paredes, só porque teria três filhos pra criar.

Por causa dessa sua incumbência - de criar os filhos -, não pode também o tal vizinho, fazer todos os demais moradores do local, respirar a tinta com as quais ele pintaria os automóveis na sua funilaria.

E o que dizer do doido que, invadindo as madrugadas, fazendo o maior escarcéu com aquele projeto de banda musical, induzindo depois os parentes, e demais autoridades a acreditarem que os incomodados deveriam se retirar?

Está certo o maluco, ou deficiente auditivo, achar que por ele gostar de um determinado gênero musical, todos os demais à sua volta também gostarão? 

E com esse tipo não haveria escolha: se não gosta desta ou daquela música tem de gostar, na marra.

E o que falar da tese enojante de que os prejudicados devem ficar quietos sob pena de tudo piorar?

A gente não pode deixar de crer que esse comportamento opressor, autoritário e injusto seja o resto daquele que governou o Brasil de 1964 até 1985.

Chega de opressão. Chega de loucura.    

 

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publicado às 12:59

O Médico e a Secretária

por Fernando Zocca, em 03.09.13

 

 

 

A vida imita a arte; quase todos sabemos disso. Mas não é errôneo dizer também que a arte imita a vida.


Podemos então concluir que as situações cômicas ou dramáticas assistidas nas obras da teledramaturgia seriam fundamentalmente, espelhadas nas experiências vividas ou testemunhadas dos seus autores.


Por exemplo: o triangulo amoroso entre o médico César Khoury (Antônio Fagundes), a secretária Aline Noronha (Vanessa Giácomo) e Pillar Khoury (Suzana Vieira) na novela Amor à Vida, do Walcir Carrasco, é tão comum que não poderia causar estranheza, mesmo que uma das pontas da tal figura geométrica tenha sido loura, de olhos azuis, recém-casada e que logo depois da patuscada pediu demissão, formando-se em pedagogia.


Quando a “queda” ocorre, geralmente a mulher arrependida procura induzir irmãs ou cunhadas a tal prática com a intenção de ter a quem se referir quando o assunto doloroso lhe tocar.


A cumplicidade pode também amenizar aquele sentimento de unicidade, de ser a única a ter feito o tal ato reprovável na família.


A quem teria praticado o tal deslize não deixa de ser bastante dolorosas as referências ao fato. Daí as atitudes repressivas e cerceadoras daquele que, por meio da arte, expressa os tais momentos antes prazerosos.


Olha, digo-lhe que a pressão para o silenciamento é tão forte e intenso que os angustiados tentam até derrubar-lhe a casa.


Neste momento penso que seja preferível ao equivocado, que aquele que o faz lembrar-se dos seus erros, erre também. O consolo é que ele - artista - falará de si quando referir-se ao prevaricador.


A opressão, muita vez é fundamentada no argumento de que as expressões artísticas serviriam para a disseminação de comportamentos reprováveis é muito mais forte e usual do que a compreensão do chamado livre arbítrio.


Queremos entender o livre arbítrio como a capacidade do discernimento que teria a pessoa comum do povo de escolher entre duas alternativas sendo uma delas boa e a outra muito má.


Por exemplo: quando alguém sugere a outrem que coloque sua mão no fogo ou que salte de um muro onde vive arvorado, acredita-se que ninguém em sã consciência faria isso, pela capacidade que teria de escolher entre o que lhe faria bem e mal.


Nesse sentido seria insano impedir alguém de falar ou criar, argumentando que tal obra levaria pessoas a cometer atos contrários ao senso comum.


Mas você, meu amigo leitor sabe como é: para os que devem e temem, qualquer argumento é válido para embasar comportamentos repressivos.


Quando a personalidade é desse jeitão esquisito, vale até oprimir, com gases mortais, todos aqueles a quem antipatiza.


É claro que toda forma de violência e opressão devem ser condenadas. Assim tanto o ditador que mata seu povo usando gases tóxicos, quanto o vizinho maluco que, a pretexto de defender suas “virgens”, pratica agressão com tinta spray, ou tenta derrubar-lhe a morada, devem ser punidos exemplarmente para que a paz e o progresso subsistam.

  

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publicado às 10:49

Pagando com Ingratidão

por Fernando Zocca, em 27.12.12

 

 

Mas não é mesmo verdadeira a afirmativa de que demonstra incoerência e muita ingratidão, aquele que usufruindo de todos os benefícios dos favores recebidos, dispõe contra o benfeitor?


Agir assim é, seguramente, o mesmo que atraiçoar aquele que proveu o traidor com muita honra e abastança material.


Não comete ato mais vil e covarde a adúltera que engana a quem deveria respeitar.  O comportamento de quem age desta forma assemelha-se à corrupção da gasolina, dos remédios, da falsificação de documentos e da instalação insidiosa da doença.


Por outro lado, aquele que alçou a pobre alma infeliz ao topo, na escalada da ascensão social, não teria cometido ato mais incauto do que ingerir bebida "batizada", mutilar-se ou ter disparado contra o próprio peito.


Não é absurdo afirmar que as ações do ingrato incoerente assemelham-se às do artilheiro que, no jogo final do campeonato, marca nos acréscimos da partida, o gol contra da derrota.


O que desejaria provar o ingrato? Que é mais realista que o rei?


Aqui em Piracicaba a politica praticada pelo PSDB, especialmente pelo senhor Barjas Negri e apoiadores, pode-se dizer com muita segurança, quase enlouqueceu uma cidade inteira.


Nesses oito anos consecutivos, em que todas as verbas doadas pela união e estado, foram usadas no consumo e manipulação do concreto, tanto o ensino, como a segurança e o transporte coletivo, arruinaram-se de maneira jamais vista em toda história desta cidade.


As reprovações das contas municipais, pelo tribunal competente, e as consequentes multas aplicadas ao senhor Barjas Negri, são provas irrefutáveis de que as destinações das verbas recebidas não foram acertadas.


A politica do executivo tucano anulou completamente o poder legislativo tendo mantido a casa de leis, dirigida especialmente pelos senhores José Aparecido Longatto e João Manoel dos Santos, tão amarrada quanto subserviente.


Para os desavisados é bom noticiar que na lista das prioridades do município, não consta o indispensável bem-estar da população, só obtido com a melhoria da segurança pública, dos transportes e do atendimento nos postos de saúde.


Veja no vídeo uma entrevista concedida pelo presidente Lula aos blogueiros de Brasília.


 

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publicado às 07:17

Os Bad Romances

por Fernando Zocca, em 30.07.12

 

 

Corno é corno e não tem conversa. As reações diante da consciência do fato é que variam muito.

 

Tem aquele que fica vermelho que nem um peru, entregando-se ao álcool e ao tabaco, procurando depois a separação na justiça; tem aquele que, bastante irado, busca armar ciladas para matar o  amante da traidora; tem aquele que dá uns sopapos na tal, diante de todo mundo, conseguindo com isso, nada mais do que um escândalo e muita briga na justiça; tem aquele que finge que não é com ele e tem também aqueles que substituem a vergonha e a humilhação públicas pela condição de homicida.

 

Sim, meu querido amigo leitor, há quem prefira trocar toda a sua raiva pela certeza de que a malvada morreu, do que recomeçar um outro bad romance objetivando sublimar a frustração maligna.

 

Um caso típico de cornitude você vê em Gabriela, novela exibida pela Globo, na qual o Coronel Jesuíno Mendonça (José wilker), é traído por sua legítima esposa a Sinhazinha Mendonça (Maitê Proença), que cansada da grosseria do marido, bota-lhe as galhadas homéricas com o dentista Osmundo Pimentel (Erik Marmo).

 

Nem todas as frustrações causadas por traições podem virar arte. E saiba que a legítima defesa da honra autorizaria atos extremos contra a vida. Pelo menos é o que prevê o atual Código Penal.

 

Não é à toa que os legisladores procuram agora, depois de tanto tempo da vigência do Código Penal, (ele é de 1940), adaptá-lo a nova realidade brasileira.

 

A Lei Maria da Penha é específica para a proteção da mulher que sofre agressões dentro do lar, praticadas por homens bêbados, doentes, e frustrados.

 

Os desentendimentos diários, a ausência de carinho e muita agressividade, componente também do machismo, levam a agressões contra a mulher que, às vezes, não tendo outra forma de se vingar do agressor, atraiçoa-o como castigo.

 

Vimos recentemente, pela televisão, o caso célebre do ator de "Crepúsculo’ Robert Pattinson, cuja mulher Kosten Setwart, foi flagrada aos beijos com o diretor Rupert Sanders.

 

Esse caso hollywoodiano ainda não terminou, e o traído, segundo os sites especializados, deseja agora ter uma conversa de homem para homem com o traidor, que teria lhe ferido a honra.

   

Já no Rio Grande do Sul uma série de cinco homicídios praticados por homens traídos, chama a atenção da sociedade sobre a gravidade das traições, das provocações e da violência. 

 

Com facadas violentíssimas ou tiros certeiros, os homens que não conseguem sublimar a frustração, o ódio e o desespero suscitados pela dissídia,  lavam com o sangue da vítima, a honra ultrajada.

 

As separações podem hoje ser feitas nos cartórios de notas, com  a simples presença dos interessados. Apesar de todas as vantagens de viver com alguém, há sempre quem diga que "antes só do que mal acompanhado", seja a melhor solução.

 

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publicado às 14:10

Roubando o Cachorro

por Fernando Zocca, em 26.07.12

 

Criança mimada não deixa de ser um problema. Chega um momento da relação genitora filho, por exemplo, que diante do "emburramento" do guri, a mãe, às vezes, vê-se obrigada a prometer coisas ou a fazer concessões nem sempre legais.


Quando as vontades se opõem, e a fim de obter a anuência do infante, se a mamãe concordar com os desejos feridores dos direitos alheios, sinalizará uma certa fraqueza moral, servindo também de exemplo negativo para a criança que tenderá, no futuro, a repetir o comportamento.


Essas atitudes complacentes da mamãe contribuirão também para a má formação do seu descendente, se diante das situações conscientes de cleptomania, não corrige o filho, no momento exato do deslize.


O senso de justiça da progenitora responsável, certamente rejeitaria, por exemplo, que o filho, tomado pela paixão avassaladora, tentasse levar para casa um cachorro que lhe aparecesse pela frente, na rua, durante um passeio.


E não deixa de agravar a situação, a atitude materna que ao invés de reconhecer o erro, procura atribuí-lo a quem não tem nada a ver com o babado.

É claro que o quadro se complicaria ainda mais se o tal cachorro é mal tratado e ainda por cima abandonado na rua.

Seria muito mais fácil para a mamãe "bondosa" suportar as crises de teimosia do filhote mimado, do que aguentar depois, todas as consequências terríveis da sua benevolência.


Há quem ache que não pagar o café consumido num balcão seja semelhante a levar, “às ocultas”, no porta-malas do carro, o cachorrinho estimadíssimo por seu dono legítimo.


O reconhecimento do equívoco, tanto pela mamãe quanto pelo filhote, e o firme propósito de não cometê-lo novamente, contribuiriam para a vivência de momentos mais livres das influências negativas que certamente procurariam tirar proveito do caso.


Existem mulheres que, para vingar-se das surras dadas por maridos alcoólatras, enfeitam-lhes a testa com galhadas imensas.


Mas isso já é outra história e fica para uma nova oportunidade.  

 

 

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publicado às 12:36

A Percepção do Criador

por Fernando Zocca, em 20.09.11

 

 

 

                        A criação artística e o artesanato são atividades quase semelhantes. A primeira, mais elaborada, possui um conjunto de técnicas que possibilitam o conseguimento dos seus objetivos.

                        Assim, para a composição de uma sinfonia o músico seguirá determinadas diretrizes, da mesma forma que o pintor obedece as regras e os usos, para a elaboração dos seus quadros.

                        O artesanato, que também não deixa de ter um conjunto básico de procedimentos, não teria tanta abrangência social quanto uma obra literária, um filme ou uma telenovela.

                        O elemento comum entre essas atividades é a criação. E esta nada mais é do que a expressão do comportamento livre do criador. Veja que um operário não tem, dentro da fábrica, os movimentos libertos que experimenta o autor da obra artística.

                        Na empresa o trabalhador está realmente sujeito às determinações do empregador e não pode fazer “o que lhe dá na telha” sob pena de incorrer na classificação de inservível.

                        Veja que a arte reproduz a realidade do seu autor. Nos romances, nos filmes, nas novelas, a percepção do criador se expressa na existência dos seus personagens.

                        Então quando vemos numa telenovela – Fina Estampa, por exemplo -, uma pessoa como Tereza Cristina Velmont (Cristiane Torloni), você pode ter a certeza de que essa individualidade autoritária, arrogante, prepotente, aristocrática, monárquica, pode ser encontrada em nosso meio, em nossa sociedade.

                        Note que o não gostar de novelas só porque mostrariam “coisas ruins” seria o mesmo que deixar de assistir aos telejornais por apresentarem as mazelas do mau caratismo político.

                       E perceba meu querido leitor, que o deixar de ler jornais, ou ver televisão, para esquivar-se dos maus momentos, poderia ser comparado ao fechar os olhos para as nossas próprias culpas, nossos erros, nossas secreções, que insistimos em deixar, às ocultas, debaixo dos lençóis.

                        Quantas Teodoras Bastos da Silva (Carolina Dieckmann) você já não encontrou durante a sua vida? Eu conheço várias delas. Muitos gostariam de não ter pecado algum para enchê-las de pedradas.


20/09/11


Veja a aristocrática, arrogante, prepotente e monárquica Tereza Cristina, no vídeo abaixo.


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publicado às 20:13


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