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Donizete Pimenta quando conheceu Dani Arruela não sentiu grandes emoções que o fizessem abandonar aquela sua vida de vadio em troca da constituição dum santo lar conjugal.
À primeira vista a mocinha desengonçada, cuja fama de barraqueira e volubilidade chegaram bem primeiro do que ela, ao mancebo, não despertou tanta sanha libidinosa, que, entretanto, aflorou no íntimo do cidadão, quando Arruela, numa tarde, se aproximou dele com a filhinha.
Pimenta, de queixo caído, bocarra aberta, vislumbrou a possibilidade da ocupação de, no mínimo, dois papéis naquela que poderia ser a melhor chance, o gol do jogo, da sua vida.
Ele seria padrasto e também sogro se tudo acontecesse como, num átimo, ele imaginou.
- Mas como assim? Isso é imoral, não pode – garantiu Delsinho Espiroqueta quando, intuitivamente, sacou as intenções do mancebão malvado.
- Ih, meu nego, ocê não sabe de nada; nem imagina as ocorrências, no fundinho daquele quintal, depois da chegada da noite – rebateu Zé Laburka que, ainda com dores no cangote e costados, ouvia a lengalenga do parceiro.
- Ou é uma coisa ou outra. Ou ele é o padrasto da mocinha ou genro da mãe dela – continuou, com firmeza, Delsinho demonstrando indignação – poligamia, incesto, isso não pode!
- É, meu neguinho, mas as coisas não são assim não. Depois das pingas, das latas e mais latas de cerveja e até dos endiabramentos advindos daqueles cigarrinhos do demônio, não tem funileiro que detenha os quasquasquás; até a concubina se lança nas estripulias sensuais – definiu Zé Laburka, esfregando o bigode fininho.
- Minha santa mãe. Isso é perigoso; é crime na lei dos homens e moralmente destrói a saúde dos envolvidos. Eles podem ter um derrame cerebral, um infarto ou sei lá o quê... – a intransigência do Delsinho deixava Laburka cada vez mais nervoso.
- Você não sabia, meu lindinho fabuloso, que a própria mãe da Arruela mandava a filha pro trottoir quando lhe faltava o dindin pra pagar as contas? No começo a mocinha, de cabelos pretos e compridíssimos, por não ter experiência, aceitava até hambúrgueres em troca dos michês – completou Laburka demonstrando certa satisfação ao ver as reações que o resultado das suas investigações causava no parceiro.
- Aí, não sei. Mas pra quem acredita que o vácuo é o marido da vaca até pode ser. Se isso for mesmo verdade, esse tal de Donizete Pimenta não deixará de se tornar o mais tremendo e encacarecado pinguço tupinambiquence – profetizou Delsinho.
Matraqueando mais do que repique de tamborim, Van de Oliveira Grogue entrou no bar do Bafão, naquela noite de domingo, e com o indicador da mão esquerda ereto, apontando pra cima, foi logo pedindo:
- Seu Bafão garanta já a sua noite de insônia e me conceda o mais precioso combustível sem o qual o nosso particular show da folie à deux não prospera.
Bafão que já estava nervoso com a papelada das contas mensais que se acumulavam dentro de uma caixa, num dos cantos do balcão, esfregou nervosamente o guardanapo no tampo da mesa em que o pinguço se sentaria e respondeu:
- Vossa pessoa veio pra beber ou pra conversar?
- Delícia de ambiente, todo bem decorado. O senhor caprichou hein bebê? Esta tudo muito bem. Só o seu sotaque está um tanto quanto que destoante.
- Que mané sotaque, meu? Sempre falei desse jeito e ninguém, até aqui, pôs reparo. Não é a partir de agora que isso será um problema – respondeu Bafão sem se preocupar com o fato de que poderia desagradar o freguês.
Saindo em direção ao freezer onde estocava a cerveja, Bafão percebeu que seu nervosismo, naquele momento, poderia embaraçar o relacionamento comerciante-freguesia prejudicando-o.
Mais pessoas chegavam conversando; paravam defronte ao balcão e assim que percebiam a atenção do proprietário do boteco, faziam os seus pedidos. Alguns se acomodavam às mesas, outros permaneciam em pé dispostos à bebericação.
Grogue murmurou, depois de obter seu litrão, colocado na mesa por um prestativo, mas estressado sofredor de halitose, também conhecido como Bafão:
- Tem certos momentos na vida que a pessoa passa a sofrer de ridiculite aguda. Essa inflamação no senso de ridículo demonstrando aquele estado de “sem noção”.
- Não me enche o saco Grogue.
O zunzunzum no ambiente estava denso; o ruído de copos e garrafas entremeava o som das vozes dos que conversavam. De repente, um cachorro preto, peludo, também conhecido como “o doidinho ululante da vizinhança” invadiu o boteco latindo a torto e a direito.
Correndo atrás do cão Delsinho Espiroqueta esgoelava o nome do bicho:
- Vem Magna, vem! Ai, minha Nossa Senhora!
Apesar do embaraço provocado pelos sapatos, bem maiores do que os pés do aflito perseguidor, ele ainda conseguiu alcançar o impulsivo cachorro, pondo-o no colo.
Zé Laburka que a tudo observava da sua janela estrategicamente semi-aberta numa parede lateral da sua casa de esquina murmurava com voz grave:
- Eu falei pra ele não usar minhas roupas e nem meus sapatos. Olha que coisa feia. Sapatos, calça e camisa bem maiores do que ele. Que vexame.
Sem conseguir dominar o cão latidor Delsinho soltou-o no meio da rua. Pra agonia dos transeuntes “o doidinho da vizinhança” viu-se, mais uma vez livre, bem leve e solto, pra atormentar as pessoas.
Henriqueta Fossa e Elisa Buffa conversavam na esquina:
- E aí, amiga? Sarou da ressaca? - perguntou Elisa.
- "Mardita" pinga aquela que me deram... Me fez um "mar" terrível - respondeu Henriqueta.
- Toma um chá de boldo, comadre. Você vai ver tudo melhora - consolou Elisa. E depois concluindo:
- A senhora já passou dos 82 anos. Não seria bom parar com a talzinha?
- Que nada filha... O que é que a gente vai fazer numa quiçaça dessas? Se não tem o boteco, o que a gente faz?
- Mas dona Henriqueta... E o crochê, minha nega? - provocou Elisa.
- E lá eu sou velhota de crochê? Ora faça-me o favor dona Elisa. E me dê licença que meu feijão está no fogo; parece que a panela tá bufando.
- Vai dona Henriqueta... Vai... Vai tomar... Lá na sua cozinha, conta do seu feijão.
Depois do almoço, lá pelas três horas da tarde, Henriqueta saiu de casa e foi direto ao armazém da esquina onde pretendia comprar o leite e o pão para o café da tarde.
Como não gostava de caminhar pela calçada, a velhota, alta, magra, desengonçada, que falava grosso devido a um problema na garganta, iniciou o percurso pelo meio da rua.
Enquanto caminhava um automóvel vendendo pamonha anunciava pelo alto-falante:
- Olha a pamonha, senhora dona de casa. É o legítimo creme do leite. É a pamonha de Tupinambicas das Linhas. Venha conferir minha senhora...
Henriqueta sentiu-se incomodada. Teria sido aquela funesta Elisa Fossa, a vizinha maledicente a responsável por essa gandaia toda no quarteirão? Quem é que aguentava tanta judiação?
Não teve tempo de concluir o seu raciocínio porque já tinha chegado ao armazém.
Havia um pessoal aglomerado, esperando numa fila, a vez de pagar o que comprara, no caixa.
Sentindo-se insegura Henriqueta imaginou que se estivesse na sua cidade natal, Salvador, na Bahia, estaria bem menos nervosa.
- Seu Messias, eu quero 24 pães. Me põe em dois sacos, faz o favor. E me dê também um litro de leite de caixinha. De saquinho já ando cheia.
Messias conhecia bem a figura. Olhou-a por cima dos aros dos óculos e disse:
- Ô Almeida: atende a dona Henriqueta. Que ela tem pressa.
Almeida, atrapalhado com as suas 1001 ocupações no armazém, deixou o que fazia e atendeu a freguesa dando a ela o que pedira.
Saindo com os embrulhos Henriqueta sentenciou:
- Põe tudo na minha conta, seu Messias, lindinho da vovó, que no final do mês a gente pagamos.
Messias tirou a caneta que estava equilibrada na orelha direita e anotando a despesa numa folha de papel, passou a receber o dinheiro dos demais que estavam na fila.
Na volta, caminhando pelo meio da rua Henriqueta sentiu-se obrigada a usar a calçada porque um caminhão vendendo gás de cozinha passava anunciando, tendo ao fundo a sinfonia Für Elise, do compositor alemão Beethoven, a mercadoria pelo alto-falante:
- É o gás, meu amigo, minha amiga e senhora dona de casa. Aproveite a promoção. Leve agora o seu gás e ganhe um brinde lindo.
Chateada Henriqueta chegou a sua casa. Quando se preparava para tomar o café alguém tocando, com insistência a campainha foi logo lá de fora gritando:
- Como é sua velha safada!!! Quando vai pagar os 182 reais que me deve?
Era Elisa Buffa que, acarinhando a barbicha branca de um bode velho, parada defronte ao seu portão, incomodava-a mais outra vez.
Existem certas perturbações mentais que desproveem seus portadores de todo e qualquer tipo de sono.
Esse tempo livre e desconfortável, durante as madrugadas, enseja também, dentre outras, aquelas manifestações conhecidas como as DR ou "Discutir a relação".
As tensões daqueles momentos sofridos fluem nos lamentos, mas também nas brincadeiras que se faz com o ronco da vizinha gorda.
O insone doido possui tanta energia que considera ter poderes para controlar até o pobre cachorro pernas curtas do velho besouro desocupado.
Há os que, depois das arengas das madrugadas, se aquietam, diferentemente dos hiperativos incansáveis, querelantes reinvidicativos, na verdade psicóticos incuráveis.
Sob a análise do especialista, desnuda-se a origem genética do mancebo ignóbil, acrescida à má educação, ao analfabetismo, ao uso dos estupefacientes e da acumulação de toda a crueldade do mundo.
Com exceção dos "loucos de todo gênero", dos menores e incapazes, todos são responsáveis e respondem por seus próprios atos.
Essa positividade legal decorre da presunção do legislador de que a pessoa comum teria o chamado livre arbítrio. Ou seja, o sujeito diante da escolha entre o bem e o mal, é livre pra decidir.
Assim, o bater com violência, frequentemente a porta da tapera, tossindo ruidosamente, sem ter doença nenhuma, com a intenção, única e exclusivamente de mexer com a vizinha roncadora, não teria outra motivação do que a escolha da maldade existente nas próprias entranhas abusadoras.
Da mesma forma o velhote, besouro antigo, que durante as madrugadas insones se dedica a praguejar e a amaldiçoar os proprietários da casa da qual ele - o inseto coleóptero - deve pagar os alugueres, tem como motivador a escolha das próprias malignidades que lhe habitam o íntimo.
Os equívocos ou erros de quem quer que seja não são autorizadores das ações vingativas.
O chamado "exercício arbitrário das próprias razões" é crime e faz parte dos linchamentos vergonhosos decorrentes do descrédito nas autoridades constituídas.
Mesmo que os eleitores desejem jogar no lixo aquele politico sanguessuga, ou espancar o padrasto irresponsável, que violentou o enteado e deflorou a enteada - menores de idade -, não convém que isso seja feito.
Aos trogloditas idiotas, as consequências legais das suas idiotices.
Você já foi confundido com alguém enquanto caminhava pela rua?
Às vezes, isso acontece.
É muito comum uma pessoa, ao ver outra, de certa distância, achar que seja sua conhecida e esboçar o cumprimento que se transforma em frustração, depois que chega perto.
Pode ser que o confundido esteja procurando algo que lhe subtraíram como, por exemplo, uma bicicleta ou fios de cobre.
Já imaginou o cidadão conquistar um emprego dependendo do bem, que lhe é furtado, logo depois da assinatura do contrato?
A situação é semelhante ao do Estado que, para produzir alimentos, ou assentar seus cidadãos, precisa do território ocupado por estrangeiros.
Ou do grupo de herdeiros que, ansiando pela venda dos imóveis do espólio, frustram-se ao ver um deles ocupado por quem não poderia fazê-lo.
Ou do "atordoado" fisgado pela beleza da moça previamente industriada - pela "pedagogia" de um deputadozinho e sua quadrilha - a lhe dar o maior "toco", jamais visto em toda a história do imbecil.
Mas há os encontros em que o reconhecimento é imediato; rendem bons papos como naquele em que se soube do suposto bloqueio da sexualidade da moça, originado nas consequências da separação dos pais - causada pelo adultério da mãe - que poderia diluir-se com a vivificação da situação existente nos conflitos precedentes da ruptura do casal.
Mas não é que a mãe zelosa, justificando sua aversão ao marido, não deixaria de permitir que a filha compartilhasse, por alguns momentos, a cama, com alguém considerado agressivo, objetivando exemplificar o que o pai dela fazia à esposa tão sofredora?
Mas vá saber o meu querido leitor, se a intenção do quadrilheiro bicudo federal não seria a de confrontar, para fins "terapêuticos" e "pedagógicos", um suposto pedófilo e uma vítima dessa afecção?
Pra manter um mandato regiamente pago pelo povo, durante tanto tempo, vale tudo, até vender a mãe.
Dizem as más línguas, que político "turco", para ganhar a eleição vende sim, a própria progenitora. Mas que não a entrega por ser a promessa descumprida a verdadeira questão de honra pro bom homem do povo.
Todo mundo sabe, e nos meus textos essa temática é praticamente dominante, que "o cabeça de jegue" faz as malvadezas dele pra impressionar os familiares, mantendo assim a admiração e o respeito daqueles que o rodeiam.
Sem as "aprontadas", "o boca de sapo" é logo desrespeitado pelos ingênuos, podendo até perder a posição de chefe do ninho.
Veja que o tal "xarope" age mais com as hostilizações aos vizinhos, para entreter os dependentes (geralmente oprimidos também pela violência física e abuso sexual), do que com o uso de qualquer outro meio de distração.
Por trás dessa criatura há sempre aqueles familiares, religiosos, políticos, apoiadores e cúmplices dos crimes cometidos também contra as crianças indefesas.
Razão versus emoção? Cérebro versus coração?
A razão seria um atributo do intelecto que se desenvolve com o uso das palavras. Sem as palavras o sujeito torna-se móbile só das emoções e, nos casos bizarros, há o predomínio de algumas fixas, tais como o ódio, a inveja, o ciúmes e o desejo de vingança.
Na verdade, o tal que reverbera estereotipias, desrespeita os mais velhos, os mais novos e não está nem aí com as simples regrazinhas da boa educação, não passa de um legítimo representante do fracasso da pedagogia, da orientação política, e também da religiosa, proposta pelos senhores "responsáveis".
Portanto a compaixão que muitos sentiriam quando se denuncia as ações criminosas desse tipo psicótico, deveria transformar-se em algo mais concreto, como levá-lo pra casa, cuidando das suas sandices, das suas alucinações.
Por que não?
O senhor deputado federal (um verdadeiro tucano júnior) "representante" do município e suas pretensas entidades assistenciais receberam, do povo, muito mais do que o necessário pra acomodar a situação vergonhosa, que se arrasta há décadas.
Como é que se pode justificar a subserviência de alguns funcionários do estado (que mentem, falsificam documentos, tentam deturpar os ritos burocráticos), a esse político desonesto, se não for pela retribuição ao favor que lhe concedeu o emprego público?
Afinal, meu amigo leitor, o que mais pode significar aquele velho argumento de que a razão deve dar lugar à emoção, se não à vergonhosa desculpa pelo fracasso na frenação das atitudes hostis do tal psicótico?
Basta de balelas, de lero-lero pra boi dormir.
É chegada a hora de atender as políticas que sirvam ao bem-estar do povo e não só ao das elites.
Muitas pessoas têm dificuldades para, mudando o comportamento, tornarem-se mais amistosas, mansas, pacíficas e socializadas.
Uma das causas impeditivas do amestramento eficaz seria a crença equivocada de que os bons são ingênuos, tolos e passíveis de serem enganados. Daí o exercício da crueldade.
A hereditariedade influi muito na conduta do indivíduo insistente na pratica dos malefícios a enteados, irmãos, mãe e vizinhos. O sujeito inquieto, querelante, espelha-se na figura do pai que também agia sem compaixão nenhuma com os filhos, a mulher e os vizinhos.
Para se tornar um líder respeitável no quarteirão a pessoa deve demonstrar sensibilidade e muito tato no trato com as pessoas, a começar consigo mesma.
O líder do quarteirão deve conhecer o alfabeto, interpretar corretamente as escrituras sagradas, permanecer atento às notícias dos jornais e estar sóbrio a maior parte do tempo, a fim de que suas percepções sejam reais.
O indivíduo que deseja ser influente num quarteirão deve conhecer as leis, evitar os motins de rua, os crimes, não usar drogas e respeitar a mãe viúva.
Não é o tempo de permanência num determinado local da cidade que habilita o indivíduo a ser o digamos... ”Xerife” do trecho. É preciso muito mais do que isso. É necessário, além das qualidades elencadas acima, ter alguma inteligência e bons propósitos.
Sem essas características o tal pretenso líder permanecerá lá no fundo do quintal onde só há choro e ranger dos dentes.
28/09/11
O médico vovô garanhão, proprietário da maior clínica de reprodução assistida do Brasil, Roger Abdelmassih 65, acusado por 56 pacientes de as molestar sexualmente durante os procedimentos que objetivavam a fertilização, teve sua inscrição no Conselho Regional de Medicina de São Paulo suspenso e continua preso.
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