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O burrinho do freio

por Fernando Zocca, em 02.04.15

 

Quem tem computador, e usa a Internet, sabe muito bem o que representa o perigo das ameaças dos vírus.
O receio de sofrer danos pode se concretizar quando o navegante incauto, ao clicar em determinadas exibições, recebe a invasão das manifestações capazes de provocar perturbações no comportamento do computador.
Os vírus têm a pretensão de tirar esta ou aquela virtude do hardware/software das máquinas.
As pessoas que atuam, disseminando a peçonha, agem dolosa ou culposamente, mas sempre produzindo o dano.
Os legisladores já elaboram as regras que nortearão as ações de repressão, e reparação dos danos deste crime cibernético.
Usando a analogia podemos inferir que os ataques dos vírus assemelham-se às agressões das bactérias aos organismos vivos.
Dependendo da intensidade do digamos "constrangimento", não haveria salvação para as vítimas, tanto PCs, quanto humanas.
Ainda usando a analogia, podemos equiparar os efeitos danosos, aos computadores, com os produzidos na pele dos mecânicos, quando lavam as peças com gasolina.
Quando eu era criança trabalhei algum tempo numa oficina mecânica.
O proprietário era um senhor alto, gordo, careca; um verdadeiro titã no ofício; ele ostentava um bigodinho fino que lhe margeava o lábio superior; apesar de estar sempre com as maçarocas de estopa nas mãos, com as quais buscava livrar-se dos efeitos da gasolina, notava-se as consequências malignas da dita cuja na pele.
Um outro colega que, por muito tempo foi dono de oficina mecânica, também sofreu com a abrasão do combustível.
Este mecânico excelente teve de se aposentar mais por causa da debilidade na saúde, do que pela chateação incessante por chamarem-no de pintor de rodapés ou jóquei de pônei, devido a sua baixa estatura.
Os laudos médicos periciais apontavam senilidade precoce incapacitante.
Mas alguns garantiam que o baixinho calvo, especialista em "burrinhos de freio" - por suas atitudes estranhas, como o permanecer defronte a sua casa, na esquina do quarteirão, sentado numa cadeira de rodas, e portando muleta, sem a necessidade real disso, - demonstrava indubitável demência senil.
Alguns mais chatos e ousados comparariam os tais vírus aos "fura-olho", ou os sujeitos que namoram mulheres casadas.
Mas isso, meu amigo, já é outra história, ficção, que pode até gerar livro ou livros, tantos, que encheriam estantes e estantes dos sebos e bibliotecas.

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publicado às 16:24



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