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Quando um quarteirão está sob as influências malignas daquelas pessoas que se sentem os xerifes do lugar, podemos presenciar alguns frutos das suas ações: calçadas sujas, árvores podadas ou mortas, muros queimados, pixados e provocações inúmeras.
Percebe-se também, nos vizinhos de boa índole, a incidência de doenças tais como a depressão, o câncer e as cardíacas.
Os chamados xerifes do quarteirão, não chegam a distinguir os comportamentos dos seus contíguos. Ou seja, a implicância com alguém ocorre não por ser ele (esse alguém) muito mau ou prejudicial à coletividade.
A implicância nasce por diferenças de costumes. Por exemplo: se os xerifes do lugar que têm o hábito de beber, fumar e consumir drogas reunidos defronte suas casas, não forem imitados por algum desavisado que chegou ao trecho, instala-se contra ele uma verdadeira campanha expurgatória.
Os xerifes podem até ter parentes frequentadores das igrejas e por isso mesmo, se não houver atenção, a boataria defenestrante pode recrudescer. Geralmente os xerifes cruéis de um lugar não crêem em Deus.
Os malignos podem até freqüentar os cultos e celebrações, mas nota-se que logo reiniciam suas arengas hostis contra quem não conseguem nutrir simpatia. É uma questão de química. Os semelhantes se atraem. Ou melhor: os pássaros de penas iguais andam juntos.
Portanto para que não haja tanta discórdia você deveria participar das rodas de bebedores, fumar sua maconhazinha de vez em quando e, tragar mostrando satisfação no seu rosto, a fumaça cinza daquele cigarro paraguaio que podem lhe oferecer.
Então só assim, digamos “vibrando na mesma freqüência” haveria mais aceitação e menos embates entre as preferências.
É conhecidíssima a noção de que “pau que nasce torto, morre torto”, ou em outros termos, que os maldosos seguem com suas maldades até o final. De que adianta você banhar o porco, preocupando-se com a sua higiene? Ele não retornaria logo para a lama?
Quem poderia impedir os cães de voltarem para os seus próprios vômitos? É assim com o bêbado, com o usuário de drogas.
Você pode não se preocupar em tirá-lo da imundície na qual se encontra. Mas com muita certeza, ele se preocupará em trazer você para o lado promíscuo em que se acha.
Para você entender alguém, saber realmente quem ele é basta ver o que ele faz ou diz. Pode uma árvore ruim dar bons frutos? Se o quarteirão vive sujo, as pessoas ao redor estão doentes, a conclusão sobre as influências dos xerifes no trecho podem não ser das melhores.
Em alguns quarteirões a maioria da violência que se pratica é a verbal. São raras as hostilizações físicas tais como espancamentos cometidos por famílias inteiras e até apedrejamento. Quando isso ocorre você pode concluir que os agressores agem assim por não dispor de qualquer outro argumento que possa defender as posições condenáveis.
Uma cidade só será próspera e feliz quando os xerifes cruéis dos quarteirões tiverem suas ações malignas, praticadas nas trevas, conhecidas pela sociedade toda. É bom relembrar que os políticos insensatos que protegem os agressores morais terão a mesma sorte que eles.
Se Deus é amor, podemos concluir que os xerifes prezadores do assédio moral não conseguiram ainda chegar até Ele e, que as influências no quarteirão são mesmo feitas pelos tais adoradores das trevas.
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Para atazanar a vida, a saúde ou o bem estar de uma pessoa que se destaca, a excrescência vale-se de todas as formas.
A utilização de tudo o que desassossega é a regra norteadora de quem não se sente muito bem com a luminosidade alheia.
Acredite que até o vodu serve de meio pra atingir a felicidade de uma pessoa linda, sarada, deliciosa e de bem com a vida.
É claro que se deve saber que as lesões causadas pela atividade física constante e intensa, se não passam com o uso dos medicamentos, tornaram-se, provavelmente crônicas.
Então seria bom que a prática do vôlei, do tênis, do ciclismo, da corrida ou de outro esporte, se limitasse de modo a não agravar o desconforto.
Mas que o olho grande quebranta a pessoa, nem duvide. Existem porém as formas tradicionais de lidar com esse tipo de problema.
Uma delas é a adoração do sagrado, do divino; em outras palavras, a louvação daquele que lhe possibilitou receber toda essa formosura e beleza: Deus.
Afinal, o que é que temos que não seja dado por Ele? Então louvando, bendizendo e agradecendo ao Criador do Universo pelas graças recebidas, seguiremos adiante enquanto ficam pra trás, estagnadas, as tolices da maledicência boba.
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Luisa Fernanda experienciava momentos difíceis naquele já distante princípio de janeiro. Diziam as más línguas que o banco em que ela trabalhava demitiria muita gente e que ela, considerada funcionária inábil, seria uma das que estavam na lista das demissões.
O estado emocional disfórico predominante na Luisa Fernanda contaminava os que viviam ao seu redor e por isso mesmo, naquela manhã de segunda-feira, Célio Justinho, ao notar os resmungos da parceira, achou melhor não dar-lhe um bom dia com aquele entusiasmo característico de quem tivera uma boa noite de sono.
Justinho lembrou-se que Luisa Fernanda tentava descontar no filho do barbeiro vizinho, os dissabores sofridos com a figura maligna. Realmente na noite passada a mulher, com identidade falsa, passara algumas horas na Internet dialogando com o menino.
Célio Justinho achava que Luisa Fernanda procurava atormentar o garoto para que ele brigasse dentro de casa, punindo dessa forma, o barbeiro malvado.
- Não vai comprar o pão e o leite hoje? - perguntou bastante tensa Luisa Fernanda ao Célio que, depois de escovar os dentes, ligara a TV.
Por ser o Célio dependente da Luísa Fernanda, fazia ele tudo o que ela mandava. E mal pudera acomodar-se para ver os telejornais matutinos, quando sentira os maus humores da mulher que o faziam mexer-se.
- Vai vagabundo, faça alguma coisa! Você pensa que minha vida lá no banco é fácil? Retardado mental! Faz dois mil anos que tenta tocar o hino do Corinthians e não consegue! Nem pra isso você presta!
Já passava das oito da manhã quando Célio entrou no bar do Maçarico. Num canto Virgulão, o homem que vendera de uma só vez, duzentas e sessenta e quatro máquinas de escrever pra Prefeitura de Tupinambicas da Linhas e que gostava de tocar cavaquinho pra periquito engaiolado ouvir, bebericava da sua segunda garrafa de cerveja.
Célio Justinho ao pegar os pães, embalando-os viu que também entrava no recinto o Van Grogue. Foi então que Virgulão disparou:
- Van Grogue carrapato de capivara tuberculosa; pó de bosta de urubu catinguento; coprofágico inaugural da maior cidade do estado de São Tupinambos. É verdade que você é adepto da coprofagia?
Van de Oliveira já estava atordoado e não pudera evitar o abalo maior que lhe produziu a detonação daquelas palavras.
Van Grogue aprumou-se, tirou um cigarro do maço e, com gesto exagerado, com a mão direita pediu o seu produto preferido. Então ele se voltou para Virgulão e se defendeu:
- Isso tudo não passa de brutalidade dessa gente incompetente. São pessoas paranóides; elas têm delírios de referência; são incapazes de fazer qualquer coisa. Essa turma só sabe falar mal de quem faz. Eles não conseguem produzir nada e por isso inventam essas grosserias pra desqualificar quem provoca a inveja neles. As indelicadezas são ditas pra desmerecer a quem sabe fazer.
Virgulão riu e convidou Grogue para sentar-se ao seu lado.
Célio Justinho pagando o pão e o leite que pegara, saiu apressado. Ele tinha que chegar rápido em casa, antes que esquecesse o que ouvira. Ele precisava contar logo pra Luisa Fernanda que Van Grogue era mesmo um besouro coprófago.
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25/05 dia do vizinho: siga os segredos da boa convivência
Donizete Pimenta era um líder por natureza. Ele não era fácil; consideravam-no bastante cruel, danoso. O bandoleiro convenceu todos à sua volta de que deveriam destruir o Van Grogue. E por ser aquela gente muito simples, não lhes restou alternativa a não ser a de obedecer ao chefe.
Pimenta era amasiado com Cristina, uma ex-prostituta que, numa tarde, após um programa num motel, ao perceber ser possível construir um relacionamento duradouro, substituiu as atividades de marafona, pelas de catadora de papelão, nas ruas da cidade.
Depois de a ter tirado da vida devassa que levava, Donizete propôs-se a dar à Cristina uma ocupação lícita num boteco. A direção estaria a cargo da concubina.
Mas por ser imatura, desconhecer o alfabeto, ter o vício do tabagismo e alcoolismo arraigados, Cristina não se deu bem no trato com os homens, que chegavam todas as tardes, para beber e jogar conversa fora.
Além disso, a ex-catadora de lixo precisava conciliar as receitas e despesas do boteco. Da féria diária tinha de sair os valores para cobrir as despesas com a bebida, o cigarro e as demais imprevistas, que surgissem durante o dia.
As dificuldades para somar 2 + 2, toda vez que precisava negociar a mercadoria do boteco, constrangiam a mocinha de cabelos longos e pretos, que vendo-se sem graça, logo notou quebrantada sua disposição para o comércio.
Bom, o que fazer então pra ganhar a vida, se o bar que tinham não lhes dava o sustento? Foi Donizete quem teve a ideia de processar o pai das duas crianças da Cristina. Com as pensões alimentícias manteriam-se no imóvel que fora de seus pais. Eles não pagariam aluguel.
Mas foi ai que apareceu Van de Oliveira Grogue para ocupar uma casa vizinha a do Donizete. A antipatia foi imediata.
Começaram então as provocações. Cristina mandava suas filhas, logo pelas manhãs, jogar defronte a casa do Grogue, partes do lixo que furtara dele nos dias anteriores.
E por acharem-se moradores antigos do bairro, Donizete e Cristina convenceram-se de fazer com que aquele vizinho esquisito se mudasse logo dali. Uma das estratégias do casal era provocar muito barulho durante as refeições.
Assim toda vez que Grogue sentava-se para almoçar ou jantar, logo um cachorro iniciava os latidos que duravam o tempo exato das refeições.
Sucediam-se os trotes pelo telefone. Pelo correio não paravam de chegar folders e outras chateações. Quando saiam à tarde para beber nos botecos do bairro o casal Bonnie and Clyde tupinambiquence não deixava de espalhar boatos sobre o novo morador indesejado.
As provocações sucederam-se até o momento em que a dupla de meliantes, arregimentando outros delinquentes, cercou a casa do Grogue e tentou agredí-lo.
A pancadaria foi memorável. Mas como toda arruaça logo cessou. Nem as autoridades do município de atreviam a intervir em tão tenebroso caso.
Donizete Pimenta era um babá muito complicado. Ele tinha sob seus cuidados quatro crianças, mas quem o conhecia podia garantir ser ele incapaz de cuidar de si próprio. Como ter a certeza de que os infantes tutelados por alguém que confundia “a Leila na Câmara” com “a lei lá na câmara” seriam pessoas normais?
Se a causa dos equívocos fosse a mania de beber, como ocorria com o Van Grogue, pelo menos havia a esperança de que a supressão do elemento danoso, equilibrasse o seu comportamento.
Mas não era bem assim. Donizete tinha alguns parafusos a mais, entornos e contornos menos acentuados, que o diferençavam das demais pessoas do quarteirão. Semelhante a um rádio defeituoso que não se podia desligar, Pimenta com uma dinâmica irrefreável, delirava dia e noite.
Os surtos alucinatórios que o acometiam deixavam sua velha mãe numa situação de dúvida. Como proceder diante daquele estado que já perdurava quase uma década? Afinal seu filho era tomado por maus espíritos, estando portanto obsedado, ou sofria mesmo de uma doença psiquiátrica?
A senhora idosa, um tanto quanto que barriguda e de calcanhares rachados, não podia garantir ser aquele homem, do seu ventre nascido, um exemplo de saúde mental perfeita, mas não admitia a ideia de que convivia com um psicopata agitado.
Para a mamãe do Pimenta a culpa da intranquilidade do fiho era de uma vizinha que o fazia confundir “a Paula traz” com “ a pau lá atrás”. A velha senhora viúva, que “perdera o marido oleiro para a pinga”, desconfiava que não teria tantos momentos felizes, depois que o Donizete decidiu trazer para dentro de casa a fogosa Helena Cristina.
A nora vinha de outro relacionamento e trazia consigo três filhos de pais diferentes. A consciência de que a nova companheira tinha direito a três gordas pensões alimentícias, pagas pelos pais biológicos, foi muito mais preponderante, na decisão do Pimenta de aceitar a mulher, do que propriamente os seus encantos físicos.
Portanto diante de uma situação financeira confortável, Pimenta pôde dispensar o trabalho. E como permanecia dentro de casa sem ter o que fazer, foi incumbido pela mãe e amásia, de entreter as crianças. Donizete era então o babá oficial da família.
Mas como as crianças educadas pelo Pimenta já apresentavam problemas de saúde e comportamentais, tanto sua mãe como a mãe das crianças passaram a confabular, com mais frequência, sobre uma possível deterioração mental do pobre Donizete.
O fato de Pimenta agir com muita agressividade contra os enteados fazia os parentes mais próximos acreditarem que um dia ele mesmo seria espancado com força semelhante ou até maior.
Mas se o Pimenta seria ou não esculachado, do jeito que fazia com quem não podia se defender, era um problema que não cabia a ninguém decidir. A não ser por suas vítimas, é claro.
Padre dá catequese através da Internet
O Ministério Público exigiu do Poder Executivo Municipal de Campestre que seja criado uma casa de passagem para abrigar menores em situação de risco no município. A exigência tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e foi motivada pela existência um grupo de meninas que estão se prostituindo e drogando em uma casa na cidade.
A denuncia foi realizada pelo Conselho Tutelar ao Ministério Público, que constatou que a menor E.M. C. de 17 anos estava usando sua residência como ponto de consumo de drogas e prostituição. A menor foi abandonada pela mãe, que não suportou mais a filha envolvida com as drogas. A casa onde reside a menor foi então transformada em um ponto de bordel freqüentada por homens e traficantes.
A garota chegou a ser internada, mas liberada 45 dias depois voltando ao convívio de traficantes e vivendo da prostituição. Diante da situação, o MP, enviou a prefeitura de Campestre um ofício para que crie com urgência uma casa de passagem para resgatar as adolescentes que estão se drogando e prostituindo na pequena cidade. (06/03/2010 12h00min. Blog Mozart Luna)
Vítima de prostituição infantil acusa jogadores franceses
Porteiro da escola de Leandro sujeito a processo disciplinar
Quando um quarteirão está sob as influências malignas daquelas pessoas que se sentem os xerifes do lugar, podemos presenciar alguns frutos das suas ações: calçadas sujas, árvores podadas ou mortas, muros queimados, pixados e provocações inúmeras.
Percebe-se também, nos vizinhos de boa índole, a incidência de doenças tais como a depressão, o câncer e as cardíacas.
Os chamados xerifes do quarteirão, não chegam a distinguir os comportamentos dos seus contíguos. Ou seja a implicância com alguém ocorre não por ser ele (esse alguém) muito mau ou prejudicial à coletividade.
A implicância nasce por diferenças de costumes. Por exemplo: se os xerifes do lugar que têm o hábito de beber, fumar e consumir drogas reunidos defronte suas casas, não forem imitados por algum desavisado que chegou ao trecho, instala-se contra ele uma verdadeira campanha expurgatória.
Os xerifes podem até ter parentes frequentadores das igrejas e por isso mesmo, se não houver atenção, a boataria defenestrante pode recrudescer. Geralmente os xerifes cruéis de um lugar não crêem em Deus.
Os malignos podem até freqüentar os cultos e celebrações, mas nota-se que logo reiniciam suas arengas hostis contra quem não conseguem nutrir simpatia. É uma questão de química. Os semelhantes se atraem. Ou melhor: os pássaros de penas iguais andam juntos.
Portanto para que não haja tanta discórdia você deveria participar das rodas de bebedores, fumar sua maconhazinha de vez em quando e, tragar mostrando satisfação no seu rosto, a fumaça cinza daquele cigarro paraguaio que podem lhe oferecer.
Então só assim, digamos “vibrando na mesma freqüência” haveria mais aceitação e menos embates entre as preferências.
É conhecidíssima a noção de que “pau que nasce torto, morre torto”, ou em outros termos, que os maldosos seguem com suas maldades até o final. De que adianta você banhar o porco, preocupando-se com a sua higiene? Ele não retornaria logo para a lama?
Quem poderia impedir os cães de voltarem para os seus próprios vômitos? É assim com o bêbado, com o usuário de drogas.
Você pode não se preocupar em tirá-lo da imundície na qual se encontra. Mas com muita certeza, ele se preocupará em trazer você para o lado promíscuo em que se acha.
Para você entender alguém, saber realmente quem ele é, basta ver o que ele faz ou diz. Pode uma árvore ruim dar bons frutos? Se o quarteirão vive sujo, as pessoas ao redor estão doentes, a conclusão sobre as influências dos xerifes no trecho podem não ser das melhores.
Em alguns quarteirões a maioria da violência que se pratica é a verbal. São raras as hostilizações físicas tais como espancamentos cometidos por famílias inteiras e até apedrejamento. Quando isso ocorre você pode concluir que os agressores agem assim por não dispor de qualquer outro argumento que possa defender as posições condenáveis.
Uma cidade só será próspera e feliz quando os xerifes cruéis dos quarteirões tiverem suas ações malignas, praticadas nas trevas, conhecidas pela sociedade toda. É bom relembrar que os políticos insensatos que protegem os agressores morais terão a mesma sorte que eles.
Se Deus é amor, podemos concluir que os xerifes prezadores do assédio moral não conseguiram ainda chegar até Ele e, que as influências no quarteirão são mesmo feitas pelos tais adoradores das trevas.
ANJO GUARDIÃO OU ESPÍRITO PROTETOR
Mariel Ardeu Demorais na tarde de quinta-feira entrou já bastante cansado, no bar do Bafão pra comprar o seu costumeiro maço de cigarros. Assim que o recebeu leu a tarja “CIGARRO PROVOCA IMPOTÊNCIA SEXUAL”. No mesmo instante devolveu-o perguntando:
- Você não pode trocar este por aquele que PROVOCA SÓ CÂNCER?
Bafão considerou as altas taxas de pinga contidas naquele corpo, evidenciadas pelo olhar zonzo, rosto afogueado e pés inchados, como as motivadoras dos disparates. Mas mesmo assim respondeu:
- Já está mais do que na hora de você encomendar o espírito. O corpo já foi. É ou não é, Mariel?
- Ah, deixa disso, mano! Trabalho o dia inteiro naquela oficina e quando vou refrescar a goela tenho que ouvir essas loucuras? Ora, faça-me o favor. Ocê sabe que se eu só fumasse corria o risco de ficar doente. Mas não. Ocê não vê que eu gosto de tomar muita cerveja? É isso que me livra a cara.
- Hum... Tá bom. Vai querer pinga antes da cerveja? – no mesmo instante em que falava Bafão asseava o tampo do balcão com uma toalha branca.
- Bota o de costume.
Bafão percebeu que Mariel estava irritado. Talvez o serviço na oficina não estivesse muito agradável. As cobranças eram constantes e o esperado retorno financeiro não se mostrava à altura de produzir a satisfação plena.
- Você não ficou sabendo o que aconteceu com o Van Grogue? – perguntou Bafão, ao servir o freguês com a pinga.
- Faz tempo que não vejo o Grogue. Por onde anda aquela desgraça?
Bafão tirou da geladeira uma garrafa geladíssima de cerveja, abriu-a a vista do consumidor e ao ajeitar um copo limpo ao lado da vasilha, continuou:
- Van Grogue esteve trabalhando como colocador de carpetes. Foi por isso que não apareceu mais por estas bandas. Dizem que está ganhando muito dinheiro.
- Ele esteve lá na oficina, no mês passado. Reclamou do barulho, mas depois foi embora. A turma diz que ele voltou a beber. Será verdade?
Bafão respondeu:
- Olha, que eu saiba, o Grogue nunca parou de beber. Foi o pessoal que deixou de ver ele encharcando a cara. Disseram que um dia ele estava tão louco, mas tão louco de vontade de fumar, que depois de ter colado o carpete na sala do Cidão Boyola, viu uma elevação que se destacava bem perto do meio. Ele achou que era o maço de cigarros que havia esquecido ali. Com preguiça de refazer o serviço, ele simplesmente pegou o martelo e amassou, à pancadas, o calombo. Bom, quando já se preparava pra ir embora, a mulher do Cidão Boyola apareceu trazendo o maço de cigarros dele, - do Grogue - esquecido em cima da mesa da cozinha. Depois que Van o guardou no bolso, a mulher lhe perguntou se não tinha visto o filhote de gato que viera para a sala. Ocê acha que o Grogue teve a coragem de responder que tinha visto o filhote de gato?
- Eu acho esse Van Grogue um tremendo chato. Dizem que ficou amigo do Jarbas. É verdade? – Mariel demonstrava, já com a voz embargada, interesse inusitado em saber algo a mais sobre o famoso pinguço de Tupinambicas das Linhas.
Bafão emendou criticando:
- Imagine que o Grogue fez amizade com o Jarbas! É mais fácil uma vaca voar! Depois que a seita maligna do pavão-louco, a serviço do prefeito caquético testudo, “sujou a água” dele na cidade, o Grogue tem medo até de ir à praça ao entardecer. Ocê sabe muito bem Mariel: gato escaldado tem medo de água fria.
- Pois eu acho que fez muito bem esse prefeito! – enquanto falava Mariel Ardeu segurava o copo de cerveja suspenso diante dos olhos – Tinha mais é que dar uma sova nesse cara sujo.
Aquietadas as emoções, depois da ingesta de mais um gole generoso da cerveja que já não estava tão fria assim, Mariel Ardeu Demorais pôde ver a beldade loura que entrava no recinto. Era Luisa Fernanda, a gerente que tentava “há séculos”, tocar de orelhada o hino do Corinthians naquele seu teclado vetusto.
Rebolando aquela sua bundinha flácida Luisa disse categórica:
- Seu Bafão, me embrulha, por favor, 360 gramas de mortadela da boa. Mas olha: é da boa, hein! Não quero enganação.
- Sim, senhora. É pra já. – Respondeu Bafão solícito.
Notando que o silêncio do ambiente o incomodava Mariel Ardeu estendeu a mão em direção à mulher dizendo:
- Olá, como vai dona Luisa? E a greve já acabou?
Luisa Fernanda afastando-se do homem, como alguém que se afasta de um cão fedorento, murmurou algo parecido com “o que é isso?”, mas disse em voz alta:
- Não ponha a mão em mim!
Sem impedir a vazão dos sentimentos horríveis que lhe bagunçaram a alma naquele momento, Mariel Ardeu de Morais disse às costas de Luisa Fernanda enquanto ela saia carregando o embrulho.
- Vai ficar louca!
Bafão anotando o débito na conta da freguesa, nem deu tanta importância ao fato. Sabia que aquilo era ainda o reflexo da quizumba antiga, havida entre aqueles pobres “cachorros pequenos”.
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Cindy Crau, quando criança, em Tupinambicas das Linhas sofrera abuso sexual praticado por um motorista de caminhão basculante. O sujeito era completamente calvo e tinha um bigode basto e peludo. Ele andava com a camisa aberta no peito e fora da calça.
O degenerado bebia pinga no bar da esquina, onde também fazia jogo do bicho. Zé de Quincas gostava daquele ambiente, pois se via livre das amarras e opressões que sofria no seu trabalho e lar.
Zé padecia com a insônia, abusava do álcool e fumo. Vivia sem barbear-se e levara um duro golpe da vida quando a mulher danou-o, corneando-o com um colega seu.
A raiva que o dominava transformou-o num misógino obcecado. Mas a libido que o perturbava, esvaia-se de vez em quando, nas safadezas contra crianças inocentes.
Era muito chato e não gostava de andar a pé pelas ruas. Por isso comprara um Monza velho, esburacado pela ferrugem e, com o IPVA atrasado.
Ele conhecia o Gera que não era outro senão aquele do qual já lhes contei inúmeras passagens e historietas.
Eu soube, por meio do Gera, que o Zé de Quincas possuíra muito dinheiro, quando fora casado com sua primeira esposa. Eles tiveram um filho, mas a mulher cansou de apanhar, por isso buscou em outros braços os carinhos que o Zé não lhe dava.
Ao separarem-se, Zé de Quincas desejou ficar com o filho, que naquela altura do campeonato apresentava já sinais de esquisitice preferindo usar roupas de meninas. Os trejeitos delicados indicavam que ele se sentia melhor vestido como mulherzinha do que igual aos garotos.
Ao ver aquilo, Zé teve a certeza absoluta que teria um viegas pra conferir. O fiofó dos escolhos, produto daquela união, com certeza não lhe daria as alegrias que teriam os pais dos outros moleques da vizinhança.
Os cabelos curtos, voz de contralto e a crença de que não poderia mesmo contar com aquele seu rebento, levaram o Zé de Quincas a arrepender-se de todos os males que causara durante toda sua vida malévola.
Mas a criança sabia que a exibição da sua imagem diariamente seria uma forma de dizer: “Olha aí, estão vendo? Vocês me encheram o saco, mas agora estou aqui fazendo e acontecendo, enquanto que vocês, os zombadores, continuam nessas vidinhas de murmuradores covardes”.
A Cindy Crau uma das inúmeras vítimas do Zé de Quincas tremia ao ver aquela figura sinistra ali na sua frente. Ela tinha sincopes e chiliques só de ouvir falar o nome do tarado.
Publicado originalmente em 03/03/2004 no usinadeletras.com. br
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