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O falador compulsivo

por Fernando Zocca, em 19.09.10
 

            O falador compulsivo é o maluco incansável que passa mais de 72 horas falando sem parar. Suas palavras são quase sempre as mesmas e ele busca com isso a homeostase.

 

       A compulsão é a mesma que leva um sujeito à bebida alcoólica, a fumar desesperadamente ou entregar-se aos jogos de azar. É uma força incontrolável que pode trazer desconforto para os parentes mais próximos e vizinhos.

 

       As chamadas estereotipias compõem o vocabulário do paciente, que por ser iletrado, não consegue se livrar da tensão, fruto do meio ambiente, de outra forma que não seja a tal fala automática.

 

       Da mesma forma que alguns acometidos pela tuberculose criam que para sarar, precisavam passar a doença para outras pessoas, não é incomum encontrar a mesma certeza, no doente portador desse transtorno mental.

 

       Na idade média o tratamento para tal tipo de afecção era o exorcismo. Mas nos textos do velho testamento encontram-se alusões à língua e aos males que ela pode proporcionar.

 

       Conhecidos também como “obsessores”, os indivíduos portadores dessa anormalidade, são muitas vezes encarados como “médiuns” que manifestariam espíritos malignos.

 

       O analfabetismo impeditivo do contato intelectual e emocional com outras pessoas serve para a proliferação das crendices e superstições. Observa-se também o uso de estupefacientes no ambiente familiar desorganizado, carente de higiene e totalmente controlado pela personalidade cruel.

 

       As crianças, impedidas de brincar, são imobilizadas pelo falar incessante. O tal controlador, muita vez conhecido como “babá”, busca a credibilidade, com a qual obtém a obediência dos infantes, “prevendo” os fatos que ocorrem no dia a dia do quarteirão.

 

       Não exageraria quem dissesse ser a existência desse tipo de anormalidade do inteiro conhecimento das autoridades competentes do município. Acontece que por razões de ordem política, ao invés de sanarem os tais núcleos infecciosos, elas os incentivariam, por meio dos seus representantes chamados “religiosos”.

 

       Crianças, pessoas idosas ou debilitadas da vizinhança, podem adoecer gravemente por causa desse tipo de agressão – incivilidade - que extravasa quintal afora.

 

       Se nos tempos passados – antiguidade e idade média – usavam o exorcismo ou a imolação nas fogueiras, para acalmar o tecido social febril das cidades, hoje em dia, os neurolépticos são mais eficazes.  

 

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publicado às 11:40



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