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Na casa de orates a discórdia atravessa a noite e pela manhã acirra os ânimos. Agridem-se uns aos outros os insanos e atribuem a alguém a causa de tanta loucura.
Eles não têm sossego. Não passam um minuto sequer usufruindo a paz que teriam, não fosse a doença neles inserida. Mal sabem o que fazem na terra. Insultam-se mutuamente por não terem alguém de fora a quem lesar.
Buscam nas fontes incompetentes as explicações de tanto pesar, porém nunca se satisfazem. O bem estar dos insanos estaria no sofrimento expresso das vítimas incautas.
Destroem os parentes próximos, logo em seguida os vizinhos e se não interrogados, surgem nas câmaras municipais e prefeituras donde perpetram a mesma odienta política.
Os mais loucos valem-se da imaturidade e fraqueza dos enteados e animais, no lombo dos quais descarregam o mau humor. São viciados; num eterno circulo de agredirem a si mesmos com substâncias tóxicas lançando depois a maldade nos indefesos, voltariam à toxidez perpetuadora da loucura.
Limitados por alguns princípios religiosos não chegam a cometer delitos nem contra a pessoa nem contra o patrimônio. São loucos que não se aceitam a si mesmo. Não se conformam com os quinhões genéticos herdados.
Em defesa deles a certeza de que são criaturas feitas por Deus, mas contra tais mentes assassinas, portadoras das atitudes infames, a certeza de que não estão com Deus. Os malignos buscam na sujeição alheia a própria satisfação. As pessoas do entorno que se cuidem.
Tomados pela inveja, ódio e muita ignorância, os vampiros influem nas desistências, nos abandonos e no insucesso dos que neles causam sentimentos de inferioridade.
Ao invés de melhorarem a si próprios, procuram destruir os que lhes sugeririam a pequenez. Não é raro essas mentalidades encontrarem apoio nas lideranças políticas decadentes e comprometidas com a corrupção.
A teimosia impede-os de admitirem os equívocos próprios, de reconhecerem a própria culpa e por isso mesmo seguem causando transtornos. Esses tranca-ruas, tranca-caminhos, não saem eles mesmos do lugar e praguejam contra quem queira ver as normas obedecidas por todos.
Não se pode negar serem esses espíritos os resíduos do autoritarismo, do mandonismo, da prepotência equivocada que se propunha a decidir os destinos alheios. Não passam de loucos desejosos de se saciarem com a danação alheia.
São os vampiros, os mortos-vivos habituados às trevas, que tudo tomam e nada fazem por si mesmos.
O contabilista bêbado, a bancária neurótica e os funileiros assassinos
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