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Absolvendo culpados, condenando inocentes

por Fernando Zocca, em 16.07.09

 

Você já percebeu a existência de pessoas que se sentem as donas da cidade? O sujeito pode achar-se o “dono do pedaço” quando por obra da corrupção vê-se reeleito cinco ou mais vezes para o exercício do mandato parlamentar.
                        O “proprietário” da cidade age como se realmente estivesse agindo dentro da sua própria casa ou da sua fazenda. Os contumazes ocupadores dos cargos eletivos atribuem o seu sucesso, mais ao “carinho” que podem ter do eleitorado, do que às manobras corrompedoras da vontade do eleitor.
                        “Mas, espera um pouco ai...” - pode tentar contestar nosso arguto leitor - “De que forma corromperiam os tais homens a vontade do cidadão?”.
                        Algumas pessoas sabem que o nobilíssimo presidente do legislativo piracicabano, numa audiência pública, havida há algum tempo em Piracicaba, discursou defendendo a tese de que se o candidato não ofertar mimos aos seus simpatizantes, certamente não se elegerá.
                        Dizia naquela ocasião, o preclaro homem político interiorano, que se o postulante não pagasse as contas de água, luz, oferecesse dentaduras, cestas básicas e conseguisse vagas hospitalares aos necessitados, ele não teria chance de ser alçado ao cargo pretendido.
                        Então o que vemos ai não deixa mesmo de ser a realidade anunciada pelo presidente da casa de leis piracicabana. O político tem que praticar bastante o seu lado “assistente social”.
                        Se o meu leitor esperto fizer uma conta bem simples, notará que os benefícios que os ocupantes dos cargos eletivos causam aos mais pobres são muito inferiores ao que lucram no final de doze meses de salários.
                        A perpetuação no poder vicia as instituições que passam a funcionar como se fossem propriedade do seu tutor, benfeitor, em detrimento do caráter impessoal que deve ter toda e qualquer instituição pública.
                        Então, especialmente numa cidade pequena, qual funcionário de repartição se negaria a conceder favores ao político que ocupa a vaga há quinze ou vinte anos? Ai está a base, o cerne, do tráfico de influencia.
                        E o que pode a lei ante o tráfico de influência? Você pode ter todos os argumentos, razões, provas e formas de expressão de um litígio do qual faça parte. Mas numa cidade onde as instituições estão cancerosas e disfuncionais de que lhe valeria o direito?
                        Não é difícil você mesmo constatar que o “jeitinho” brasileiro nada mais é do que a utilização da amizade pessoal e da opinião pública, para a solução injusta de problemas.
                        Com esse tipo de filosofia, com muita facilidade, absolve-se com freqüência o culpado e condena-se o inocente. Que maldita justiça é essa?
                        E sabe o que acontece depois? Os corruptos tentam enfiar-lhe goela abaixo outra solução “semelhante”. Os poderosos agem assim igual ao farmacêutico criminoso que não tendo o remédio que a receita lhe pede, procura empurrar-lhe outro similar.
                        Assim vamos indo. Eles lá saciados, satisfeitos, irônicos,  enfadados, com os cofres e contas bancárias transbordantes e nós, da mundiça catinguenta, aqui a observar sem poder fazer nada.
                        Falta muito para que o MST comece a praticar a ordem unida?
 
Fernando Zocca.
 
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