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Considero a oferta de pinga (e a pressão grupal para a sua ingesta), depois de duas horas e meia de trabalho voluntário mensal, sob um calor saariano, castigo semelhante ao que se aplica aos cavalos, após oito horas transportando, nas carroças, sacas de açúcar da usina Monte Alegre para a Estação Ferroviária da Paulista.
Maldade pura.
Contudo quero atribuir essa aparente "falta de juízo" ao possível atendimento às solicitações das pessoas que, considerando-se prejudicadas, em algum momento das suas vidas, promoveram ao longo de dez ou doze anos seguidos, atos próprios dos sádicos infames.
Desconsiderando a impropriedade da prática do crime da aplicação da justiça pelas próprias mãos, não posso deixar de notar também algo de cristão nessa "maldade pura".
Entretanto, preciso repetir, já que escrevi sobre o assunto várias vezes nesse vosso blog mais querido que, quando Jesus faz a sua predileção pelos pobres, o faz aos mansos e pacíficos, e não aos turbulentos que se comprazem com o sofrimento alheio.
Os males causados por esta espécie de crueldade brotam, com certeza, das estruturas morfológicas deficientes. Isto é inegável.
É preciso, entretanto, dizer que com a boa educação especializada, todo e qualquer suporte biológico diverso, pode adaptar-se, pacífica e naturalmente, ao meio social em que vive.
Aos defensores do sadismo punidor caberia deixar o orgulho que lhes veda os olhos, reconhecer as omissões e encaminhar as almas "justiceiras" aos bons orientadores pedagógicos.
As leis existem para serem cumpridas, executadas. Que eficácia teriam todas as instituições que as criam se o cumprimento é obstado pela força dos boatos?
Nenhum pedagogo desconhece que as reformas internas, as mudanças de hábitos, são necessárias para a transformação dos atos próprios dos delinquentes em atitudes de civilidade.
Perceba que o aproximar-se a Deus e aos seus ensinamentos fazem parte do currículo desta imensa universidade chamada vida.
Tenho dito que para chegar ao criador é necessário conhecer a Jesus Cristo. E ninguém melhor do que os evangelistas Matheus, Marcos, Lucas e João para o inicio neste mister, neste novo tempo de compreensão, de paz e boa vontade.
Entretendo aos refratários, o sábio e antiquíssimo conceito de que serão entregues aos médicos, está em plena vigência.
O profeta João Batista foi decapitado, a mando de Herodes, porque o denunciava por relacionar-se ilegitimamente com a sua cunhada, a bela Herodíades.
Herodíades era casada com Filipe, irmão de Herodes, e tinha uma filha lindíssima, certamente desejada pelo tio.
Então Herodes pediu para a sobrinha que, numa festa concorridíssima, dançasse para ele; em troca lhe daria qualquer coisa que ela quisesse, inclusive até metade do seu reino.
Então a menina, diante da centena de convidados, dançou.
Em seguida a moça aproximou-se da mãe (Herodíades) e perguntou o que ela deveria pedir em troca, ao rei.
Herodíades, que também estava chateada com as acusações verdadeiras de João Batista, mandou que a menina pedisse ao tio a cabeça do profeta, já preso.
Realmente, Herodes mandou um guarda à prisão e este consumou o crime.
Relacionamentos entre cunhados não são infrequentes. Na história recente da política brasileira, houve o caso de um ex-presidente que se engraçou pros lados da lindíssima esposa do seu irmão.
Irritadíssimo com os avanços, o marido foi a público e denunciou os esquemas financeiros fraudulentos que, comprovados, resultaram no impeachment do mandatário presidencial.
A mãe do presidente deposto, em decorrência da repercussão dos fatos na sociedade brasileira, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), vindo a falecer um ano depois da instalação da doença.
O próprio irmão do deposto, marido da mulher cobiçada, também sofreu um ictus, falecendo em pouco tempo.
Não se enganaria quem dissesse que o causador de todos esses transtornos foi o ciúme.
Esse assunto, ciúme, vem sendo um dos temas centrais da novela Em Família do dramaturgo Manoel Carlos.
Então você pode perceber como Helena (Bruna Marquezine) transtorma a cabeça do Laerte (Guilherme Leican), provocando nele a ebulição do ciúme.
Laerte não se controla, e isso serve de reforço para Helena, que vê nos problemas criados pelo ciumento - brigas e ataques de fúria - uma fonte de prazer.
Assim como na vida real e na dramaturgia, esse tipo de interação, de ação e reação, pode acabar mal. Os dois lados envolvidos carecem de moderação: a manipuladora precisa conter-se, torturando menos o cara que a ama. E ele deve no mínimo, ao ser provocado, não dar tanta relevância às insinuações.
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