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O Caso

por Fernando Zocca, em 17.03.10

 

       Esse pessoal do PSDB em Piracicaba gosta mesmo é de criar caso. Se já não bastasse o escândalo das sanguessugas em que os Vedoin, proprietários da empreiteira Planan entregaram o prefeito Barjas Negri a Polícia Federal, como um dos participantes do esquema de superfaturamento das ambulâncias, agora nos aparece com a aventura de instalar aqui, uma fábrica de automóveis.
            A multinacional receberia, gratuitamente, toda a área do terreno onde construiria sua sede caipira. Além disso, teria por gerações e gerações, a isenção dos impostos municipais e até estaduais. Sem levar em conta o fato de que o transporte dos carros feitos aqui, até os portos ou aeroportos, os tornaria mais caros, diga-se que os empregos não seriam ocupados por cidadãos piracicabanos.
            Para trabalhar numa fábrica de automóveis, o operário precisaria ter  conhecimentos especializados. A cidade não dispõe de ninguém detentor de tanta experiência no ramo, que impeça a tal indústria de trazer de fora, os trabalhadores necessários.
            Então a pergunta é: Que vantagem teria a cidade de Piracicaba com a instalação da fábrica de automóveis?
            Ora, se a prefeitura não receber os impostos, não embolsar os valores correspondentes à venda das áreas de terras e, se as pessoas nascidas na cidade, não puderem trabalhar na indústria, pra que mais serviria a tal presença aqui?
            Acreditamos que os alugueis pagos pelos funcionários, vindos do exterior aos proprietários das casas, seria muito pouco  em troca do que a cidade daria.
            Bom, como estamos em tempo de eleições presidenciais, cremos que esse assunto, assim como aquele dos trens, que teriam seus ramais reativados, o da construção de presídio e outras balelas, não passaria mesmo de oferta publicitária, semelhante as que fazem os magazines, quando desejam liquidar seus  produtos.
            Ao vermos pela TV e internet a desestruturação do ensino e das escolas públicas, quando assistimos a agonia da mãe que se obriga a acorrentar o filho, escravo das drogas, numa cadeira de rodas, concluímos que haveria muita omissão das autoridades, nesse setor.
            Não saberíamos dizer como viadutos, pontes, asfaltamentos de ruas já calçadas, e outras obras materiais, seriam tão ou mais importantes do que a atenção que os chefes da cidade deveriam prestar aos seus cidadãos.
            É preciso ainda que se diga sobre a enorme preocupação que tem causado a degradação do meio ambiente. Sabe-se hoje em dia que a retirada do mazute do subsolo queimando-o na superfície terrestre tem contribuído para o aquecimento da terra. Esse fenômeno causaria o derretimento das calotas polares aumentando o volume de água dos mares. Com mais matéria em estado liquido, haveria também o aumento da freqüência e intensidade das chuvas.  

 

O caso. Fábrica de automóveis em Piracicaba. A atenção dos cientistas volta-se agora para o desenvolvimento e construção de motores elétricos.

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publicado às 13:03

Até onde vai a tua coragem?

por Fernando Zocca, em 16.03.10

 

               A agressão moral ou verbal indica muito bem quem é o seu autor e a educação que teve. Mas a violência física é terrível. E ela torna-se pior ainda, quando o agente está alcoolizado.
                E pode ter certeza: o analfabetismo possui muito a ver com isso tudo. Agora imagina um sujeito bêbado e violento, que tem dificuldades pra se adaptar à sociedade, por não dispor da felicidade de se educar com a leitura, por exemplo.
                É um problema sério.  Quer mais uma agravante nisso? Além de alcoólatra, analfabeto e violento, o cara se considera muito inteligente. Ai, meu amigo, você está complicado.
                Mas vamos embaçar mais ainda as suposições do leitor: você está diante de alguém analfabeto, agressivo, alcoolizado, que se considera esperto o suficiente para agir em conjunto com gente igual a ele. Pronto, você está ferrado.
                Agora veja: é um grupo, uma turba, uma manada bêbada, analfabeta, agressiva e crente que pode acabar contigo. Já imaginou o tamanho da enrascada?
                Já pensou se eles te param numa esquina, e assim como se não quisessem nada, lhe propõem algo indecente que você, desde o princípio, se negaria a fazer? Até onde vai a sua coragem pra contradizer a opinião da quadrilha, mantendo-se firme nos seus propósitos?
                A violência, a agressividade, o alcoolismo, a consciência de pertencer a um grupo, e o analfabetismo não têm coloração. Podem compor qualquer pessoa, seja ela de que raça for. Além de não serem características principais de algumas raças, esses atributos não são próprios de uma só localidade. Estão distribuídos por todo o planeta.
                Imagine só: você deixaria de repelir um ataque feito por uma pessoa embriagada? Ou seja, por estar bêbado o tal agente de uma agressão física, não deveria ser contido? Você acha que a embriaguez livraria o cidadão da culpa?
                Eu acredito que a defesa própria é um dever. O indivíduo tem de proteger a sua integridade física e a própria vida, mesmo que o meliante esteja completamente encharcado de cana.
                Mas o pior de tudo seria se o meu leitor se visse num enredamento tal que se batesse no bêbado, seria condenado, pela opinião pública, por agredir um coitado. Se apanhasse seria achincalhado por apanhar de um bebum. Já imaginou?
                Tem gente que não vive sem a satisfação que lhe dá presenciar as brigas entre semelhantes. E depois, se afastando, justificam dizendo: “Vocês que são brancos, que se entendam”.
                 
 
 
 
 

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publicado às 15:23

Se segura, malandro!

por Fernando Zocca, em 15.03.10

 

                 A gente se acostuma com tudo. Até mesmo com a tinta spray que os psicopatas lançam diariamente dentro da sua casa. Sabe que já estou gostando? Dá um barato legal. Não consigo mais me ver passando um dia sequer, sem aspirar o produto da obsessão desses seres danosos.
                Que seja coisa do demônio eu não duvido. O tinhoso resolveu incorporar nos fracassados e quando percebem a janela aberta, escancaram logo as válvulas pelas quais vazam os fluídos do inferno.
                O camarada que a comanda é viciado no elemento e acho que procura me fazer ver que o barato, que a coisa provoca, não é tão ruim assim.  Mas com psicopata você precisa ter cuidado. Ele pode sair correndo atrás de você com uma faca, ou encher sua cara de tijoladas. E daí? Você vai reclamar pra quem?
                Já me disseram pra fazer um churrasco, dar pão, cerveja, cigarro e pinga pros loucos. Mas eu não consigo fazer isso. Tem a tal bunduda, de calcanhares rachados, que passa sempre defronte a minha casa, olhando de soslaio, e procurando ouvir os ruídos. Tudo serve pras fofocas do dia, pro fomento da animosidade.  
                A miséria do espírito é muito pior do que a pobreza material. De um jeito ou de outro você pode se rodear de bens materiais. Mas pra sair da ignorância eu não conheço outro jeito que não seja o de estudar, adquirir o conhecimento.
                Como é que o diabo conseguirá isso se é analfabeto de pai, mãe e enfermeira? Então você fica à mercê dos degenerados. A polícia não pode fazer nada. Os psicopatas não cometem crimes. O Judiciário estaria tão aporrinhado, com tanta coisa pra julgar, que a decisão sobre mais uma bagatela seria inócua.
                Matar os psicopatas a pauladas não daria certo. Na cadeia, certamente as noites teriam muito mais tinta do que agora. O que nos resta? Rezar pra que os loucos se emendem e tenham um pouco mais de educação e civilidade? Quem sabe?
                Os milagres acontecem. Mas psicopata é psicopata. O sujeito que deixa de puxar carroças e passa a viver de pensão alimentícia, certamente obteve uma ascensão social. Saiu de baixo pra um patamar acima. Mas não aprendeu as regras seguidas no seu novo núcleo. Ele ainda segue com a mente formada no lixo, na sarjeta, no meio das baratas, das moscas,  no mau cheiro da bosta e do mijo que o rodeava.
                Então o conflito. Como é que você vai ensinar os bons modos dos civilizados aos deficientes ociosos que não precisam trabalhar pra viver? É jogo duro, mano! Você precisa ter um saco enorme, uma paciência de Jó.
                E como diria o Dicró:
                - Se segura, malandro!

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publicado às 20:47

Machos pra caramba

por Fernando Zocca, em 12.03.10

 

          A BBB Fernanda transpôs algumas barreiras morais e soltou-se depois de ter recebido uma carta da irmã. De fato, a cirurgiã dentista vinha contendo-se de um jeito que poderia comprometer a sua participação no programa.
            Depois que a irmã lembrou-a de que era solteira e que estava no início da carreira, a brother soltou as amarras e numa festa, se esbaldou principalmente com Serginho. Teve até beijo na boca.
            A moça tem tanta sorte que conseguiu a liderança por duas vezes seguidas. A Fernanda mais solta, brincalhona é bem mais agradável do que a sisuda que não se compromete.
            Nem Dourado, nem o Cadu e muito menos o Michel, chegaram tão perto do mulherão, quanto o Serginho. Na verdade o garoto, com aquele jeito gay de viver, obteve mais atenção da brother que os marmanjos considerados machos pra caramba.
            Se o Dourado dedicasse o tempo que usa fumando, para tecer aliança com a Fernanda, talvez seu destino no jogo se consolidasse.
            Veja no vídeo o momento em que a dentista, na piscina com Michel e Dourado, imagina como seriam as fotos que faria para uma revista.
 
 

 

Serginho, com seu jeito gay de ser, chegou muito mais perto da Fernanda que o Dourado, Michel e Cadu.

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publicado às 21:05

O Tamanduá-de-colete

por Fernando Zocca, em 11.03.10

 

           O escritor, advogado e blogueiro Fernando Zocca lançou hoje pelo site www.clubedeautores.com.br o seu sexto livro. Trata-se de O Tamanduá-de-colete que promete contar tintim por tintim todas as intrigas e desavenças acontecidas durante os últimos três meses na Vila Independência.
                Os textos, que formam o livro de 131 páginas, foram publicados nos blogs do autor. É uma coletânea de narrativas dos fatos diários do bairro da cidade, que merece fazer parte da sua coleção. Por apenas R$ 56,52 você adquire o seu exemplar. Compre já.

 

Você sabe dar "voadora"? Aprenda com o bicho do vídeo.

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publicado às 19:54

Que vantagem Maria leva?

por Fernando Zocca, em 11.03.10

 

                Os políticos de Piracicaba conduzem a cidade numa direção contrária a do resto do mundo desenvolvido. Nas regiões mais evoluídas o meio ambiente é a prioridade, pois se sabe que com a degradação do local onde se vive, degrada-se também a população ali existente.
                Um veículo usuário de combustível, feito com a matéria orgânica, retirada do subsolo e transformada em gases na superfície, produz o equivalente a cinco toneladas de material tóxico por ano.
                Enganam-se aqueles que acham que não seja nociva, para a saúde, a absorção desse lixo gasoso pelos organismos biológicos. Isso sem falar no espaço ocupado por um carro, geralmente contendo uma só pessoa.  
                Os gênios da política caipira desejam trazer para a província uma fábrica de automóveis.  A justificativa principal é a de que o empreendimento trará aproximadamente 5.000 mil novos empregos.
                Sim. Mas para quem? Para trabalhar numa fábrica dessas é necessário ter experiência, conhecer o manuseio das máquinas utilizadas na produção dos componentes dos veículos. E ao que nos consta, trabalhadores hábeis nas oficinas mecânicas,  especializadas na fabricação e manutenção de usinas e peças de usinas de açúcar e álcool, não seriam os mais indicados.
                Na engenharia também o processo é o mesmo. Os projetistas e desenhistas  experts  na criação de maquinário utilizados pelos usineiros nas suas propriedades, não teriam o mesmo preparo que os profissionais das fábricas de automóveis.
                Isso ocorre também com o pessoal da burocracia. Os trabalhadores de colarinho branco, encarregados dos trâmites relativos aos escritórios, das usinas de açúcar, teriam uma rotina completamente diferente, na indústria automobilística. As experiências são diversas.
                Portando para a fábrica, que pretende se instalar em Piracicaba, mesmo recebendo gratuitamente as áreas de terras e a isenção de impostos por muitas gerações, seria mais lucrativo trazer, de fora, os trabalhadores de que necessita.
                Então, que vantagem levaria a nossa querida província com instalação desse empreendimento, se ele não proporciona direito a impostos, não emprega as pessoas nascidas no local e não contribui para a melhoria do meio ambiente?
                É suficiente para o ego do cidadão piracicabano dizer: “Esse carro foi feito em Piracicaba”?
                Além do prestígio para os políticos, que atualmente ocupam os cargos eletivos, aliás, há um bom tempo, em nada mais serviria esse projeto pobre. Na verdade isso se compararia a um espetáculo de palco, a um show pirotécnico,  onde os “Maquiavéis” do PSDB exercitariam suas capacidades prestidigitadoras.
                Aos homens públicos interessa a manutenção dos cargos por causa dos lucros. Em tempo de eleição não se pode duvidar da existência de prefeitos que inaugurariam até pontes de safena, se isso lhes rendesse votos.

 

A proteção do meio ambiente conduz a indústria automobilística a desenvolver projetos que utilizam energia limpa.

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publicado às 12:58

BBB 10: Eliéser está fora

por Fernando Zocca, em 10.03.10

 

                   Neste quinquagésimo oitavo dia do BBB 10 a casa amanheceu sem outro dos seus componentes. Eliéser foi eliminado ontem à noite, durante o paredão que enfrentava junto com Dicesar e Dourado.
                   Preferindo um discurso curto, Bial comunicou a escolha do público que decidiu ser o Eliéser o candidato a deixar a casa. O total de votos optando pela saída do brother foi de 59%.
                   “Moçada, o jogo vai começar agora. E, caramba, quase esqueci de dizer o eliminado. Seu paredão foi semana passada, vem pra cá Eliéser”. Com essas palavras Pedro Bial chamou o catarinense.
                    Dourado permanece, tendo recebido 27% dos votos e também Dicesar cuja soma das escolhas chegou a 14%.

 

O gaucho Dourado é um dos preferidos do público. Existem possibilidades de que ele seja o vencedor desta décima edição do BBB. No vídeo Marcelo no momento em que, sentindo a pressão desumana, chora desafogando suas mágoas.

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publicado às 21:13

As Contas do Condomínio

por Fernando Zocca, em 09.03.10

 

                  Mara K. Utáia deixara vencer mais uma conta do condomínio sem que pudesse pagá-la.  E essa negligência toda repercutia no bolso dos demais moradores do prédio. Os valores não recolhidos pela esquecida seriam acrescentados aos boletos dos vizinhos.
                  Por isso quando a mulher entrava, átrio adentro, desejando descansar os pés calejados e libertar os joanetes das contenções opressivas, daqueles seus sapatos velhos, percebia os olhares tortos do porteiro de plantão.
                   “Esse maluco é da turma do síndico safado. Fazem contas fantasiosas e procuram tomar o dinheiro de quem trabalha honestamente” – pensava K. Utáia ao transitar pelo hall gelado e sem vida, buscando a porta do elevador.
                   “Inventam despesas, inflacionam o consumo de água, de luz, de gás, os cambau. Querem mesmo prejudicar. E depois ainda dizem que não cumprimento ninguém, quando estou no prédio. Ò gente ruim da cabeça”. – ruminava Utáia esperando a chegada do elevador.
                   Um grupo de crianças se aproximou da mulher que, segurando com força a bolsa azul, mantida sob  o sovaco do braço direito, demonstrou desprezo ao vê-las.
                   “Essa molecada sem educação. Não sei onde vai parar tudo isso. No meu tempo de menina, se falasse merda já levava o maior cacete. Agora não. Veja como são mal educados. Ô gentinha”. – Mara transpirava. Seu pulso denunciava problemas circulatórios  que a incomodavam.
                   “E esse dente agora? `Mardito`! Justo agora  que deu pra doer? Assim não tem quem agüente. E aquele morfético que não paga a pensão? O desgraçado atrasa de propósito, só pra chatear. Ô camarada ruim!”
                   As crianças ao se aproximarem da mulher e percebendo-lhe a carranca no semblante, silenciaram. Elas a conheciam e sabiam ser daquelas velhotas que gritavam ofendendo os pequenos.
                   - Se não recebo, como vou pagar? – murmurou K. Utáia, quando o elevador barulhento parou à sua frente.
                   Ao abrir a porta a velhinha notou que ele trazia pessoas que o tomaram no subsolo, na garagem do prédio.
                   - Olha, criança não vai, não. Vocês esperem que não cabe mais ninguém. – afirmou a senhora, dirigindo-se às crianças enquanto entrava.  
                   “Sempre lotado. Se alguém peidar aqui dentro, com certeza, vão olhar feio pra minha cara. Mas veja como são mal encarados. Deus me livre!” – cogitava a mulher quando a porta fechou atrás de si.
                  Os solavancos do elevador serviam para demonstrar o mau estado de conservação.
                   - Misericórdia! – exclamou a baixinha ao notar a turbulência da ascensão.
                   - Está mal conservado. O condomínio não pode pagar por revisões mais freqüentes. Está sem dinheiro. – sentenciou um dos cavalheiros que também subiam.
                   “Eu sabia! Tinham que dar indiretas! Ô gente sem coração” – pensou a mulher apertando com mais força a bolsa debaixo do braço.
                   Ao chegar ao destino Mara K. Utáia percebeu que esquecera as chaves do apartamento no escritório. Ela se lembrava muito bem. Estavam na porta, penduradas do lado de fora.
                     

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publicado às 22:14

As Feijoadas

por Fernando Zocca, em 08.03.10

 

                  Charles Bronchon chegava em casa cansado todas as tardes. Depois que tomava banho ele saia pra rua e ficava na calçada observando o movimento.
                   Sentado num pedaço de pau ele observava os calcanhares que estavam rachados, a barriga enorme que o impedia de ver as unhas encravadas e os tornozelos inchados.
                   Charles perdera os pêlos das pernas e dos braços há muito tempo. Apesar de manter tufos de cabelos na testa, ele percebia que, no alto do cocoruto, eles escasseavam.
                   Por ser tabagista inveterado ele se alimentava muito bem. Seu prato favorito era a feijoada. Diziam os fofoqueiros de plantão, que Charles regozijava deglutindo latas e latas do tal alimento durante a semana.
                   A quem dissesse ser ele um glutão, respondia que precisava estar sempre forte para enfrentar as dificuldades da vida. Então Charles mandava goela adentro, usando colheres, porções imensas das massas nutritivas.
                   Se alguém reclamasse por ele comer tudo sozinho, não deixando nem um pouquinho pra ninguém, Charles mandava caçar sapos; e que fosse pra esquina ver se ele se encontrava lá.
                   - Vá ver se eu estou na esquina. – dizia ele com a cabeça quase enfiada na lata, na qual introduzia colheradas rápidas, sacando-as cheias.
                   E depois então, de saciada a fome, Charles arrotando, tirava um cigarro do maço, que deixava sobre a TV e, arrancando dele o filtro, acendia-o aspirando profundamente a fumaça quente.
                   De vez em quando Charles punha na boca o palito de fósforo que usara pra acender o pito. Ele não o mastigava, por não ter os dentes, mas aliviava-o a sensação que lhe causava o cavaco nas gengivas; era triste ver que delas emergiam os cacos podres,  que um dia, há muito tempo, foram seus dentes.
                   Depois que coçava o saco, soltando-o dos apertos, olhava pra patroa barriguda e silencioso igual a um felino, saia pra calçada por onde caminhava até o boteco.
                   Por não gostar de água e só beber cerveja, Charles tinha mais prejuízos do que lucros  no seu negócio. Chegaria o dia em que ele, muito cansado, desejaria parar com aquilo tudo.
                   Charles queria descansar. Descansar em paz.
 

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publicado às 17:25

Beatles no BBB 10?

por Fernando Zocca, em 07.03.10

 

       Ontem, sábado à noite no BBB 10, tentando proporcionar uma noite agradável aos brothers e ao público que acompanha o programa, uma banda cover dos Beatles se apresentou, não deixando boa impressão.
         Os homens da casa, vestidos com ternos típicos dos anos sessenta e as gatas também com figurinos que remetiam àquele tempo, não se divertiram muito com as cinco músicas apresentadas, pela banda Black Bird.
         Os componentes do grupo não disseram uma única palavra aos integrantes da casa. Nem na entrada, nem durante a apresentação e muito menos depois, no encerramento.
         Estava mesmo muito esquisita a situação. Cadu, que demonstrou seu descontentamento explicitamente, ao tirar os sapatos disse que a camiseta recebida de um integrante da banda, serviria para treinar.
         - Tiro a manga dela e serve para treinar. – afirmou o brother sentando-se no sofá e tirando os sapatos.
         Foi Anamara quem percebeu “uma tristeza” nos “meninos”, tendo expressado sua percepção aos demais residentes.
         Contrapondo-se ao descontentamento manifestado por Cadu, Dourado disse que era fã dos Beatles e que a banda fora bem na apresentação.
         Fernanda não gostou muito não. Os sons do tema “Love, Love, Love” da festa, serviram pra sacolejar mal e mal a anatomia, mas não causaram o arrebatamento visto em outras festas.
         Enfim, o clima deixado pela banda, depois da apresentação não foi dos melhores. Não que eles não tocassem bem. Não é isso. Não houve empatia,  troca afetiva, entre os músicos e os brothers.
         Talvez, numa próxima oportunidade a impressão que eles deixem seja melhor.  

A Banda de Liverpool tocava assim. Dificilmente eles são imitados.

 

Dicesar atende o Big Fone e precisa escolher dois brothers, um de cada casa, menos a líder Fernanda, para ficarem algemados até a votação. No domingo, um dos dois será indicado ao Paredão pelo maquiador.

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publicado às 23:39



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