por Fernando Zocca, em 07.12.09
O funileiro Carlos Harder de Morais, vulgo “Carlão” (foto) residente à Rua Napoleão Laureano, 164 bairro Vila Independência, em Piracicaba, continua agredindo o meio ambiente, ao permitir que a tinta automotiva usada na pintura de automóveis vaze da sua oficina, prejudicando também o bem estar, o sossego e a saúde dos vizinhos.
Os atos de incivilidade do homem se repetem impunes ao longo do ano. No dia 13 de Novembro próximo passado, o Blog publicou (ver na categoria polícia) matéria sobre esse mau uso da propriedade por parte do funileiro. Na ocasião reclamou-se que na oficina não há regras e muito menos observância de horários de trabalho e descanso. A emissão de poluentes ocorre inclusive durante o período das refeições. Não são raras as vezes em que durante o almoço e a janta é-se surpreendido pelo odor forte de tinta e solventes prejudiciais à saúde.
No dia 27 de Dezembro de 2007 na esquina das Ruas Fernando Febeliano da Costa e Napoleão Laureano “Carlão” agrediu com tijoladas um dos seus vizinhos. Na ocasião, sob surto psicótico, depois de jogar pedras no morador, o agressor chamou seus dois filhos para também perseguirem e agredirem a vítima.
Os agressores Carlão, Gabriel e Carlinhos perseguiram o homem, que se queixava do mal estar provocado pelos poluentes, até a Lan House situada à Rua do Trabalho 356 onde, com muita violência quase derrubaram o portão da garagem.
Um dos agressores conhecido como Carlinhos que é usuário de drogas, já tem passagem pela polícia pela prática do crime de furto.
A omissão das autoridades municipais responsáveis é atribuída à represália às criticas, que a administração vem recebendo do Blog, por suposta participação do mandatário municipal, no chamado escândalo das sanguessugas.
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por Fernando Zocca, em 05.12.09
Tanto os loucos filmados recebendo propina no Distrito Federal, quanto os que roubam bancos, usando a violência, e o jogador de futebol que põe a mão na bola, pra conseguir o gol, têm em comum algo que a grande maioria da população não consegue fazer: violar as regras.
Mas por que dizer serem loucos aqueles corruptos filmados descapitalizando o Estado brasileiro e os ladrões de banco? Porque louco é o excêntrico, o que está fora do contexto, das regras e que por isso é a exceção.
Mas o que acontece quando todo o sistema, conduzido pela intenção de ver vitoriosa a impunidade, é levado à corrupção? Ou melhor: O que pode acontecer quando o quebrantar as regras torna-se modelo?
Quando o transgredir as regras do agir, transforma-se em procedimento aceitável, ocorrerá com o Estado o mesmo que sucede ao corpo animal acometido pelas desordens metabólicas. Ou seja, instala-se o desconforto geral e o tempo de vida se reduz.
O sujeito portador do tipo de personalidade que elege prioritários os seus valores próprios, desmerecendo o bem estar do todo, dos demais, é capaz de, nas licitações de ambulâncias, por exemplo, apoderar-se da coisa que não lhe pertence, sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento.
Mas num bairro, numa comunidade, num condomínio, como saber se um sujeito tem a consciência do todo, do coletivo, do conjunto em que está inserido? Percebe-se que um cidadão tem o espírito, digamos comunitário, quando procura respeitar também a paz alheia.
Pode-se dizer então que o maluco bebedor que perturba a vizinhança, com suas festas, fora de horário, tem o mesmo germe que formata o ladrão de bancos e o louco descapitalizador do Estado. O que há de comum nesses extravagantes é o desprestigiar os valores alheios.
Para o doidão que leva o dinheiro público tanto faz, se ele fará falta na aquisição do equipamento hospitalar, se impedirá o asfaltamento das ruas empoeiradas ou se estorvará a instalação da rede de esgoto.
Em outros termos para o doido que enruste o dinheiro da administração, tanto faz se ele fará falta na aquisição do conforto daquelas pessoas que ele nem ao menos conhece.
Da mesma forma, para o psicótico que festeja durante as madrugadas, tanto faz se os ruídos que ele promove, causarão desconforto nos vizinhos que ele nunca viu ou com quem não simpatiza.
É comum nesse tipo de personalidade o fluxo verbal que busca justificar os comportamentos criminosos. A impunidade precisaria, durante algum tempo, uns dez anos talvez, ser substituída pela extirpação sumária. Do mesmo jeito que o agricultor desarraiga a erva daninha da sua horta, à sociedade caberia extrair do seu convívio, esses exemplos de crueldade.
Percebe-se perfeitamente a distinção entre o joio e o trigo, de modo que não haveria perigo de confundir um com o outro, durante o saneamento.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 04.12.09
Glauco Nergam, no sábado à noite, na praça central de Tupinambicas das Linhas, sentado num daqueles bancos sujos, desgostoso, dizia ao atento Van Grogue:
- Então eu falei para a solteirona: o que mais poderia você fazer, minha amiga, do que maldizer seus vizinhos?
Van Grogue sabia que quando Nergam começava a falar sem interrupções, o tempo preenchido seria de no mínimo duas horas. Por isso era aconselhável redirecionar sua linha de raciocínio, trocando rápido de assunto. Então Grogue mandou:
- Quem procura acha: Sandra Gogo parente da Amélia benzedeira, cheia de curiosidade, foi xeretar num consultório médico. Presa pelas teias do destino só saiu depois de vinte anos. Acorrentada por antidepressivos, a infeliz contribuiu mensalmente com metade do seu salário, para o enriquecimento desarrazoado do excelentíssimo senhor professor doutor Asclépio. As idéias da seita maligna do pavão-louco serviram para mobilizar muitos ingênuos na fustigação da Sandra Gogo considerada por vizinhos como doente moral.
Glauco percebeu que seu próprio facho arrefeceu. Então ele perguntou:
- Sandra, que Sandra... a do lombo?" Grogue respondeu:
- Sim.. a do lombo... E que lombo!
Enquanto ambos trocavam idéias, luzes, lembranças, as pessoas passavam apressadas diante deles. Alguns traziam nas mãos exemplares do jornal mais lido na região.
A cidade provinciana não produzia novidade que justificasse a presença de muitos veículos de comunicação social. Por isso o Diário de Tupinambicas das Linhas, comandado pelo poeta Zé Cílio de Morais influía soberano em todos os assuntos. Na política, quem tivesse a sorte na obtenção da simpatia do proprietário, teria meio caminho andado no conseguimento dos objetivos. Na moda, a mesma coisa. Uma verdade era certa: sem o Diário de Tupinambicas das Linhas era impossível difundir idéias, conceitos e vender produtos.
- Numa ocasião alguns adversários políticos do Zé Cílio, não encontrando outra forma de fazer frente ao seu domínio, lançaram no caminho dele a Sandra Gogo. Eles se conheceram no dia 17 de julho, um domingo.
Glauco Nergam perguntou cheio de curiosidade:
- Por que escolheram justamente a Sandra Gogo?
Van respondeu rápido:
- Por causa dos pés dela. Zé Cílio era fetichista. Gostava de pé.
Van continuou:
- Depois do envolvimento emocional de ambos, a mulher do Zé o abandonou. Então, só naquele momento, o Diário de Tupinambicas das Linhas balançou. Quase foi a pique. A história foi registrada como o pé que, por pouco, não demoliu um império jornalístico, o pé da Gogo. Rarará.
Grogue e Nergam acendiam seus respectivos cigarros, quando viram Narcíseo M. Artelo encostando o Volks branco placas MFA 1990 ao meio fio. Narcíseo aproximou-se e falou a novidade:
- Internaram o Edbar B.I. Túrico de novo. - Nergam quis saber mais sobre o assunto:
-Mas por que motivo? Narcíseo respondeu categórico:
- Dizem que ele é doente moral. Ele mostrou o bilau pra filha do motorneiro e depois se recusou a casar. - Foi então que o Van Grogue arrematou:
- Pô, mas por causa de um cacetinho tão insignificante daqueles, internaram o cara duas vezes? Deve ter havido estupro. - Narcíseo honesto respondeu:
- Não houve; ele não pôs nem a cabeça do pintinho. Só mostrou pra ela. E pelo jeito ela não se constrangeu. O que ela queria era casar. - Glauco num tom professoral sentenciou:
- A moral do trecho é assim mesmo. Pelo menos poderia ter fincado a vara. - Narcíseo disse:
- O pai da menina é fera. Ele freqüenta as sessões noturnas da seita maligna do pavão-louco. Deu no que deu, tá vendo? Arrumaram fumo pro cachimbo do cara, pensando que ele fez maldade pra ela. Eu soube que a vereadora D.Tinha Pénellas e o prefeito parente do Jarbas influíram facilitando a internação do Edbar.
Muitos consideravam Tupinambicas das Linhas um lugar onde se praticava injustiças graves. Glauco Nergam encerrando o assunto revelou:
- Vejam como é a justiça imperante aqui no trecho: Pitirim Zorror com o desabamento do seu sobrado destruiu tanta gente e não lhe aconteceu nada. Por outro lado um pobre infeliz que por ter mostrado um pintinho de merda sofreu toda essa perseguição descabida. Mas pode uma coisa dessas?
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por Fernando Zocca, em 03.12.09
Veja você o tamanho das encrencas que esses loucos arrumam. O sujeito que deixa seu animal latindo no quintal por horas, dias, semanas e meses seguidos, procurando depois, a pretexto de ensaio de banda musical, perturbar ainda mais o sossego dos vizinhos, tem algo em comum com essa gente flagrada recebendo propina no Distrito Federal: o desprezo pelo próximo, pelos valores que não sejam os próprios.
O bandido que transtorna a paciência da vizinhança pensa antes de tudo em si mesmo, pouco se importando com o bem estar ou a paz de quem está ao lado. O egoísmo é preponderante no maluco bebedor de cerveja, que passa as tardes instigando seu animal a latir e a perturbar a harmonia alheia.
Predomina o princípio do “Dane-se. Os incomodados que se retirem”. Tanto na mente do maluco perturbador da periferia, quando na do calvo mandatário político, a noção de que a formação de um grupo maior, cúmplice, traria imunidade contra as possíveis punições, parece ser idêntica.
A irresponsabilidade herdada dos ascendentes, também devassos, reforçada pelas notícias de impunidade, estimularia gente desse tipo. Por meio dos boatos, falsos testemunhos, eles aliciam muita gente ingênua, formando um grupo totalmente equivocado que procura defender a postura criminosa.
O transtornador seduz parentes, colegas de trabalho da concubina, gente de sindicatos, de casas comerciais e outras entidades civis da cidade com churrascos festivos nos finais de semana, durante os quais dissemina atoardas e falsidades referentes ao antipatizado.
Na busca da formação da opinião pública negativa contra a vítima, tanto o maluco recebedor de propina, quanto o miserável tocador de teclado na periferia da cidade, objetiva negar a existência de qualquer necessidade que não seja a própria.
Então, o doente mental que rouba o dinheiro público não consegue conceber que ele fará falta nas ações que visam suprir as carências da população, enquanto que o doido que martiriza com ruídos, não concebe que o silêncio pode ser imprescindível para as crianças e idosos.
Ora, quem pode assegurar que esses criminosos, tanto os ladravazes dos dinheiros do povo, quanto os atormentadores de periferia, sejam inconscientes da gravidade dos danos que causam? Seria ingenuidade afirmar que os violadores desconheçam a importância dos bens por eles atacados.
A vingança cabe ao Estado que aplicará a reciprocidade. O bandido que subtraiu terá também seus bens subtraídos e o perturbante do sossego público, terá contra si, no devido tempo, o mal que ele gerou.
Os ladrões seguirão roubando e sendo roubados, enquanto que o maluco bebedor periférico prosseguirá pelas veredas do alcoolismo até encontrar pela frente a psicose. É claro que essas insignificâncias, durante o trajeto, não deixarão de projetar, nas suas pobres vítimas as qualidades percebíveis em si mesmo.
O governante que não atentar para a nocividade desses focos infecciosos ou que incentivar a disseminação, com certeza será reconhecido como infrutuoso e desnecessário para o bem comum.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 02.12.09
O que não faz uma câmera oculta hein? Barbaridade! E depois quando todos que garantem a existência da corrupção desbragada, têm sua credibilidade sob suspeita, o crime recrudesce sendo ainda reforçado pela impunidade.
Esquemas criminosos como o das ambulâncias, do Detran, e milhares de outros servem para enriquecer a apenas alguns, enquanto que a maioria formadora do conjunto, do coletivo, sofre com os males da miséria.
Esses derrames do sangue nutridor da nação poderiam ser punidos de forma mais sucinta, rápida e indolor. A supressão desses carcinomas tenderia a proporcionar, talvez, alguns séculos de sobrevida à civilização brasileira.
Quando você passeia pela periferia do Distrito Federal, pode ver o estado lamentável da população e do meio habitado por ela. E você poderá indignar-se ainda mais ao saber que os bilhões e bilhões de reais carreados para os bolsos, bolsas, meias, cuecas e pastas dos espertos, seriam insuficientes para proporcionar um padrão mais digno do eleitor pagador dos impostos.
A cirurgia objetivando a extirpação dos tais tumores cancerígenos, nos países mais rigorosos como a China, por exemplo, equivaleria à execução sumária sem nem mesmo ouvir as desculpas esfarrapadas.
Como reagiriam governos como os da Coréia do Norte, do Japão, de Cuba e de outros países menos dispostos a escutar os discursos escusadores fajutos? Será que a impunidade, que reveste esses casos não teria o condão de despertar nos julgadores a idéia de que “eu também quero e posso conseguir muito mais”?
Ou melhor: será que a impunidade que encapsula esses casos não teria como suporte a noção de que “eu também quero e posso conseguir muito mais do que esses babacas pegos com a mão na cumbuca”?
Não se sabe. É do conhecimento público que a corrupção é uma aberração hoje com a incurabilidade semelhante a do câncer. Esse desarranjo entranhado no âmago das instituições públicas desequilibra a distribuição da seiva, propiciando o gigantismo de algumas áreas e o definhamento de outras maiores e também importantes.
Num grupo criminoso destaca-se o mais cruel. Ou seja o mais destrutivo será mais respeitado, mais temido e bajulado. Nessas quadrilhas de bandidos de colarinho branco, recebem os respeitos e deferências os que mais conseguem burlar os sistemas defensivos institucionais.
E olha, é comum os tais larápios fazerem a opinião pública das pequenas cidades, de onde eles vêm, acreditar que eles são vencedores e não derrotados. Na visão dessa gente, que leva a grana de todo mundo, na maior cara de pau, o derrotado é a população que nem sabe da lesão que sofreu durante todo esse tempo, durante todas essas gestões.
Derrotado é o povo. Derrotada é a população que paga ingenuamente os impostos. Derrotada é a gente da periferia que, quando procura por serviços públicos não encontra.
Vencido é o povo que por meio das suas leis e autoridades competentes não consegue castigar os infratores e impedir a ocorrência de novos surtos.
Se eu pudesse escolher entre ser um vencedor que amealha sua fortuna subtraindo para si a coisa pública, ou um derrotado ciente de que os ladrões serão punidos, eu escolheria a segunda hipótese.
Além de ter a consciência de que o ladrão que rouba o ladrão tem cem anos de perdão, eu ainda consigo crer que a justiça tarda, mas não falha.
Fernando Zocca.
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por Fernando Zocca, em 01.12.09
- Van Grogue, carniça do inferno! Carroceiro analfabeto! Cortador de cana e bicha velha enrustida, então você acha que pode fugir das obrigações de sustentar o filho que arrumou durante as farras que fazia? Você acha, retardado mental, que por ser dono de uma empresa de transporte, com centenas de caminhões, o cara pode se livrar de um reconhecimento de paternidade e de pagar pensão alimentícia? – gritou à entrada do bar do Bafão, Anermínica a baranga de canelas finas.
Os presentes cessaram as conversas e durante o silêncio que se instalou a mulher magérrima, que vivia movida por moderadores de apetite, continuou:
- Pisa retardado! Pisa na esperança de reconhecimento da criatura ilegítima que você fez vir ao mundo! Besta inútil, comendador do demônio! – Anermínica parada na porta aguardava a reação violenta do homem instigado, mas o que ela via era a troca de olhares de espanto entre os bebedores.
- Mexa-se derrotado! Chicana não apaga a verdade escrita na sua consciência. Múmia caipira! – enquanto falava a mulher mantinha o punho direito, a exemplo do cabo de uma caneca, dobrado na altura da cintura. Entre os dedos indicador e médio da mão esquerda, ela premia um cigarro do qual aspirava a fumaça de tempos em tempos.
- Mas o que se passa? – indagou ao Bafão o atordoado Van Grogue.
- Eu é que vou saber? Vocês arrumam confusão e ainda não sabem de nada? – respondeu o dono do boteco.
- Vou botar o Aníbal carroceiro na sua cola, sua besta! Você vai ver o que é bom pra tosse! – prosseguiu a mulher. Você não me escapa. Nem ouse pensar em beber água daquela sua caixa d´água! Você não sabe o que te espera, corintiano sujo!
Adam Oly que encostado no balcão, bebericava sua segunda cerveja, não escondia o desagrado que as palavras berradas pela mulher, causavam nos circundantes.
- Mas que chateação. – resumiu ele.
De repente Anermínica sentiu-se mal. Ela jogou o cigarro e levando a mão esquerda à cabeça, procurou com a direita apoiar-se no balcão.
- Um cardiologista! Depressa, um cardiologista! Socorro, misericórdia! – gritava ela com a cabeça baixa. Ante a inércia dos homens assustados ela prosseguiu com voz tremula:
- Bando de lesados! Ninguém me ajuda? – queixava-se Anermínica - Ah, é assim? Vou jogar uma praga em vocês!
Bafão temendo que os fregueses debandassem por causa do escândalo da mulher, por ele considerada bastante descompensada e saliente, ligou o rádio, visando abafar o alarido desconfortável. Mas a lengalenga prosseguia:
- Van Grogue, bicha velha aidética! Vai ficar louco! Vou fazer você andar enlouquecido pelas ruas e estrada da cidade, você não perde por esperar. No-jen-to!
Enquanto pronunciava a imprecação Anermínica notou que Luisa Fernanda entrava no boteco. Ela vinha toda serelepe e faceira. O rosto avermelhado, era sinal de quem, já pela manhã, fizera uso da água-de-cana.
- Mas o que você está fazendo aqui, querida? Nossa, você está bem? – indagou surpresa Luisa Fernanda, depois de pousar uma garrafa de cerveja sobre o balcão.
- Então você não sabe, neném? – respondeu com outra pergunta a magricela de canelas finas.
- Não lindinha, não sei de nada, não.
- É esse tal de Van Grogue. O cara pensa que não vai pagar pensão alimentícia pra filha que teve. – Anermínica estava bastante indignada.
- Ah, ele até parece o Célio Justinho, que achava que ia se livrar do peso na consciência por causa da morte da primeira mulher dele.
As comadres davam a impressão de que a conversa se prolongaria por tempo ilimitado e por isso Bafão aumentando o volume do rádio fez com que todos ouvissem a festa de uma torcida organizada que se manifestava:
- Ão, ão, ão, o Flamengo é campeão!
Van Grogue e Bafão se olharam quando o primeiro perguntou:
- Será?
Fernando Zocca.
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