Já publicamos matéria, há um tempo passado, sobre a intenção do governador José Serra (PSDB) de construir um outro presídio em Piracicaba. A conclusão do assunto foi a de que tendo o governador decidido, estava determinado e pronto. Ninguém podia sequer dizer ser contrário ao projeto.
Ora, se o executivo municipal representado hoje por Barjas Negri do PSDB, e do Legislativo nestes dias, simbolizado por José Aparecido Longatto, também do mesmo partido concordam, quem poderia discordar?
Sabe o meu queridíssimo leitor, amante das samambaias e proprietário da história, quantos munícipes representam esses cidadãos no poder? Em tese a aceitação das vontades do governador pelos dirigentes de Piracicaba, significa o consentimento de todo eleitorado que votou neles.
E depois tem mais: onde Barjas Negri e José Aparecido Longatto buscariam forças ou poder para contrariar o governador do Estado? É notório o fato de que aceitando os desejos de Serra, tanto Barjas quanto Longatto possam ter um local de destaque na futura caminhada dele rumo à presidência.
Em outros termos: que justificativa os dois políticos piracicabanos usariam para fazer pedidos ao provável presidente José Serra, depois de terem impedido a construção do presídio?
Portanto conforme já foi mencionado antes, nem a Câmara Municipal e nem mesmo o Executivo piracicabanos têm equivalência política para demover o governo estadual dos seus intentos de construir por aqui, o que ele deseja.
Enquanto os políticos se vêem manietados por forças maiores do que as próprias, eles não conseguem nem ao menos ver os fatos banais do dia a dia da cidade, como por exemplo, o sofrimento dos moradores da periferia, onde não existe ruas asfaltadas.
O problema é muito sério para aquele pessoal. Nos dias de estiagem, predomina a poeira a danar os pulmões dos moradores. Nos dias de chuva, a lama atazana a paciência de quem luta para manter os pagamentos do IPTU e outras taxas municipais, em dia.
No confronto das vontades municipais e estaduais vê-se, por enquanto, que o jogo feito pelo pelos políticos da cidade não é tão duro assim. Não deixa de ser até bem flácido, mole mesmo.
Fernando Zocca.
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