É comum dizer que está tudo azul, quando tudo vai bem. Mas como podemos afirmar que nada está mal, se com esse frio, as doenças respiratórias, agravadas pela poeira, podem complicar ainda mais a vida da gente?
Pois agora se imagine participando de uma festa ou de uma solenidade, tendo ao seu lado um ir e vir incessante de veículos que levantam aquela poeira toda na rua.
E depois então, que a tal se assenta como você se sentiria vendo os móveis que ocupam a sua sala, o seu quarto, e a sua cozinha quase que “soterrados” por tantas partículas? Mal, não é?
E não adianta reclamar. Quem você acha que, recebendo as queixas, solucionaria o problema? Se vivesse essa situação terrível, você faria um requerimento ao senhor prefeito contando o caso e pedindo providências?
Ou você solicitaria ao deputado estadual que conversasse com o alcaide, para que ele visse com mais carinho o drama daquelas pessoas?
Se você fosse daqueles que tem relativa sorte, talvez recebesse como resposta algo semelhante a: “Olha, nós sabemos que naquele local existe mesmo a necessidade de providências urgentes, mas por enquanto, temos outras prioridades”.
Essa situação se assemelha àquela em que havendo a urgência para a construção de uma passarela, o governo municipal não a faz por achar não haver na obra todos os seus méritos. Ou seja, o prefeito não constrói a dita cuja por temer que digam ser a obra feita por iniciativa de um adversário político. E não dele.
Quando isso acontece você pode concluir, sem medo de errar, que o pessoal do partido valoriza mais o prestígio do político, e não a necessidade da população. Você está me entendendo?
Então enquanto a providência divina, não tocar o coração do poderoso chefão, é bom que antes das refeições todos fechem suas portas e janelas porque não é mesmo nada saudável alimentar-se nessas condições tão primitivas e bem precárias.
Fernando Zocca.
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