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O pior cego é o que não quer ver

por Fernando Zocca, em 28.04.15

 

Geraldo Alckimin mesmo diante dos fatos, nega a existência da greve dos professores, da mesma forma que negava o racionamento de água há algum tempo atrás.
Talvez o que explique esse tipo de reação do governador seja "a defesa do ego", muito bem definida pelo psicanalista Sigmund Freud.
Segundo o médico austríaco, por não ter como resolver o problema, o paciente nega a sua existência.
Pode ser que a noção preconizada pelos nazistas de que a repetição de uma inverdade tornava-a verdadeira, motivasse o governador a negar a existência da seca, do racionamento, e da greve dos professores, até que tudo se tranformasse nos seus opostos.
Talvez a postura do governador seja a manifestação da sua fé, consistente em ter como já existente, algo ainda bem indefinido.
Os fatos porém demonstraram a estiagem, o racionamento de água e a greve dos professores.
Por falar em tucanos, lembrei-me de que na sessão de 23/04 os vereadores aprovaram - com 19 votos - as contas de 2011 do ex-prefeito Barjas Negri.
Esse ato politico retificou a sentença do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que reprovou as tais contas por não ter o então prefeito Barjas, aplicado os 25% do total da arrecadação dos impostos, na educação municipal.
Então você percebe que praticamente o legislativo municipal todo, foi levado a votar contra determinações constitucionais. Ou seja, a câmara decidiu contrariamente às leis maiores.
É claro que o fim - objetivo - definido como "o encerrar um capítulo", da história de uma administração tucana, em Piracicaba, não poderia justificar esse meio de o conseguir.
Da mesma forma que o objetivo de contrapor o avanço da ideologia comunista, na Alemanha da década de 1930, não justificava o favorecimento da ascensão dos nazistas ao poder.
Mas foi exatamente o que aconteceu. Tanto na Alemanha quanto em Piracicaba, a sociedade, por meio dos seus legisladores, validou acontecimentos repletos de incertezas.
Na Alemanha, a escolha do povo, das suas instituições, e dos politicos, resultou naquilo que todos nós sabemos.
Aqui em Piracicaba, em que pese a danação dos bens públicos, dos "jeitinhos" nas licitações, queira Deus que as consequências não sejam tão dolorosas quanto foram para os alemães em 45.

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publicado às 15:13

O Grande Príncipe

por Fernando Zocca, em 27.04.15

 

O historiador e poeta italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) afirmava em O Príncipe, sua obra mais famosa, sobre a política do seu tempo, que "os fins justificam os meios".
Essa tese é observada quase que diariamente em algumas condutas dos cidadãos comuns. Os resultados podem tanto trazer consequências graves como nenhuma.
Entretanto quando quem a usa ocupa o poder, administrando o bem público, os desdobramentos podem afetar milhares de pessoas.
A câmara de vereadores de Piracicaba, "tratorando" a decisão do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que reprovava as contas de 2011, do então prefeito Barjas Negri, aprovou-as na quinta-feira (23/04), por 19 votos.
Ou seja, a casa de leis piracicabana ratificou as falhas cometidas por Barjas Negri, que destinou somente 24,32%, da arrecadação dos impostos, ao ensino.
Desta forma Barjas Negri, e a câmara de vereadores, transgrediram a Constituição Federal, que determina ser o percentual de 25% da arrecadação, o mínimo necessário, a ser empregado no ensino municipal.
Por mais honrosos que fossem os fins que levaram o então prefeito a redirecionar os 0,68% faltantes, os meios para atingí-los, não foram nada legais.
Da mesma forma que não é legítimo o ato da pessoa que, com fome, ao invés de comprar o seu alimento, furta-o.  O fim - saciação - não justifica o meio - furto - de consegui-la.
Entretanto, reforçando ainda a atitude da casa, o vereador José Aparecido Longatto disse, numa reportagem do Jornal de Piracicaba sobre o assunto, referindo-se às sucessivas reeleições do PSDB ao executivo, que a avaliação de uma administração "é feita nas urnas".
A administração tucana atual contratou um escritório de advocacia por cerca de R$ 300 mil, com o objetivo de defender as atitudes questionadas de Barjas Negri pelo TCE.
A previsão de que as contas seriam aprovadas, por ter o PSDB maioria na câmara, nos dá a certeza de que os R$ 300 mil poderiam ser melhor utilizados em obras públicas do que somente nas particulares de alguns poucos.
Na idade média os políticos podiam tudo. Hoje em dia as leis limitaram as ações deles. Eles não podem fazer o que querem, o que bem entendem. A não ser que seja um grande príncipe, é claro.



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publicado às 16:18

Crime e castigo

por Fernando Zocca, em 27.04.15

 

 

 

 

"fortuna magna magna domino est servitus" (Uma grande riqueza é para quem a possui um pesado cativeiro), dizia o escritor latino da Roma antiga Publilio Siro (85 a.C. 43 a.C.).
Quando você lê, ouve e se inteira sobre os caras que acumularam grande fortuna, pode imaginar que a vida deles não seria só "um mar de rosas", como aparentaria.
A existência do sujeito, detentor de muita grana, costuma ser pior até do que aquela do pobre saudável e feliz.
É que quando a pessoa ajunta muita verba, as preocupações em mantê-la podem ser tão intensas que limitam, ou tornam desprazerosas, as suas ações futuras.
Ele então fica praticamente temeroso de se mexer, a mercê dos fatores alheios a sua vontade.
Imagine como ficam as emoções do sujeito dono de, por exemplo, uma empreiteira, que digamos, devido a um "equívoco do destino", amealhou bilhões e bilhões de dólares provenientes das ações fraudulentas com o governo federal.
O cara pode consumir vinhos e champanhes caríssimos, caviar, passear de iates, comprar carros importados exclusivos, residir nas mansões adquiridas em cidades distintas, comprar aviões onde, durante os voos, toca piano, faz amor e come espaguete, sem se preocupar com as investigações da polícia?
O sujeito que ajunta muito cobre pode ser dono de milhares de cabeças de gado, possuir canaviais imensos, usinas de açúcar, indústrias de equipamento pesado e fábricas do que ele achar que deve ser fabricado, assim, despreocupadamente, sem receio de que, um dia, toda aquela grana possa ser "repatriada"?
Como o camarada que acumulou o suficiente para a vida nababesca, durante uma ou duas décadas, formando nesse período uma família com vários filhos, parentela enorme, amigos e popularidade, reagiria ao saber que seus esquemas fraudulentos foram todos desvendados?
Já pensou no vexame, na vergonha, que a descoberta pública do que aparentava ser não era?
Há quem considere ser o esclarecimento dos fatos o elemento de maior importância, para a saúde do malfeitor, do que os esforços usados por ele, para manter as aparências de legitimidade.
É que as forças empregadas em negar a existência das irregularidades, podem tirar o sono do cara, mexer negativamente com a libido, desequilibrar o metabolismo, danando-o para sempre.
Tudo pode aos que estão no poder. Mas será que os prazeres obtidos compensariam as penas posteriores?
O bom senso nos assopra que, em não havendo a impunidade, os bônus dos crimes não seriam mais vantajosos do que os seus ônus.

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publicado às 12:48

Lambança de gente grande

por Fernando Zocca, em 19.04.15

 

Não são confortáveis as lembranças que podem trazer os cocos e os coqueiros, especialmente para aqueles que, quando crianças, foram coagidos a cavalgar no pelo, por um longo percurso, um caquético cavalo branco.
- Mas o que teriam a ver os cocos, e os coqueiros, com os galopes desenfreados do cavalo magro na estrada rudimentar de terra? - perguntaria meu leitor inteligente.
Para o pessoal habituado com a TV e internet quase nada. Mas para os que ouviam as radionovelas, na década de 1960, a percussão das cuias (meia casca do coco), pelo pessoal da sonoplastia, dava a ideia do galope dos cavalos.
Dai então, o sofrimento.
O bater no bumbum das crianças traquinas, naquele tempo, era prática comum. Mas esfolar o fiofó do cara, numa cavalgada longa, denotava sofisticação na arte de castigar.
Mais sublime seria ainda o castigo, se o "delito" praticado pela criança, fosse forjado por adultos ressentidos.
Você sabe que numa relação adulto/criança, a parte mais vulnerável, fraca, é sempre a criança.
E que quando os adultos frustrados, desgostosos, vingativos, não conseguem "descontar", nos causantes dos seus desprazeres, os maus humores terríveis, acabam cometendo injustiças com os pequenos seres, justamente aqueles, que não teriam nada a ver com a lambança da tal gente grande.
Procurar repetir no adolescente, os traumas sofridos por ele, quando bebê, só pode ser coisa de maluco.
Sabe aqueles doidos especialistas em simular situações constrangedoras principalmente nos banheiros? Os caras mostram-se motivadíssimos nas tais práticas, se uma figura importante, do mundo dos negócios da cidade, cometeu o suicídio num local daqueles.
Para quem furtava dinheiro do caixa dos açougues do pai e avô, botando a culpa nos outros, a tessitura das artimanhas comprometedoras, contra a gente inocente, não era complicada.
A elaboração das patranhas todas, era mais fácil até do que navegar com os barquinhos feitos de junco ou pilotar aeromodelos a cabo.

 

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publicado às 16:59

Os braços

por Fernando Zocca, em 14.04.15

 

Redução da maioridade penal significa aumento do alcance dos braços punitivos do estado de tal forma que atinjam o criminoso, antes isento das penas, por sua pouca idade.
Uma das bases sobre as quais a legislação penal vigente funda-se é a de que a compreensão do ato delitivo não pode ser própria de quem tenha menos do que 18 anos.
Esse sustentáculo pode até ser verdadeiro, mas para a década de 1940, quando o Código Penal foi promulgado.
Hoje em dia com todas as informações trazidas pelas TVs, rádios, telefonia celular e, principalmente a Internet, não é admissível haver alguém com 16 anos, ou menos, que não saiba discernir o que seja certo ou errado, lícito ou ilícito.
A sociedade defronta-se também com o fato de que criminosos, usando o argumento "menores de idade não respondem criminalmente por seus atos", induzem-nos frequentemente aos cometimentos delituosos.
Não podemos deixar de notar que as idades cronológicas e as mentais, às vezes, não são simultâneas.
Ou seja, há adultos com 30 anos, ou mais, agindo como crianças, e menores de 16 anos, com conhecimentos próprios das pessoas mais vividas.
Conclui-se então haver crianças sabedoras do que seja certo ou errado, lícito ou ilícito, e adultos sem a noção de que o que fazem seja reprovável pela sociedade.
Portanto redução da maioridade penal objetiva inclusive a possibilidade do enquadramento - punição - daquelas pessoas com idades cronológicas avançadas, mas portadoras de comportamentos próprios dos pré-adolescentes cruéis.
Em outras palavras, "o retardamento" mental, não teria tanta importância na excludência da antijuridicidade.
O pensamento mágico, as crenças e as superstições componentes das personalidades imaturas (adultos que agem como crianças), quando fomentam os atos antissociais como a agressão, os danos morais e materias, careceriam de esclarecimento, sob pena de os pais, os educadores, ou os políticos relacionados com o problema, serem coniventes com a situação desagregadora.
Quando os braços amorosos evangelizadores não forem capazes de trazer para si as almas atormentadas, os da lei teriam a função de, pelo menos, com a redução da maioridade penal, manter a ordem.

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publicado às 14:03

Delegando poderes

por Fernando Zocca, em 11.04.15

 

 

 

Cremos ser bastante equivocado dizer que o líder, por exemplo, de uma grande empresa, perdeu o controle dela, ou desistiu dos seus objetivos, quando delega poderes.
Ao incumbir parceiros para algumas ações, na verdade, está o líder sinalizando que não é um déspota, tirano, um injusto a submeter tudo e a todos à sua vontade.
Nas organizações empresariais podem as politicas da diretoria não agradar a maioria dos seus colaboradores. E é claro que as opiniões discordantes sempre existirão.
O autoritarismo instala-se quando a paixão pela unanimidade não se adapta bem à realidade que, veja bem, não é burra.
Você pode acreditar que nem mesmo nas ditaduras mais ferrenhas há o "nemine discrepante" (sem ninguém discordar).
O tirano submete os governados com o terror, ameaças, mentiras; ele faz questão de desagradar. E isso, na maioria das vezes, provoca revoltas, rebeliões que objetivam, no mínimo, a tomada de consciência; obtenção de um pouco mais de bom senso, de equilíbrio.
Você percebe também a imaturidade politica do administrador, quando ele demonstra aversão total, imotivada e preconceituosa, às opiniões contrárias.
Há ocasiões em que o mandatário não quer nem saber, ouvir ou analisar, qualquer argumento contrário ao que ele propõe. Nestes casos, não é raro a rotulação dos adversos com adjetivos pejorativos.
Haveria maior demonstração de coerência, da presidenta Dilma, com as orientações cristãs, quando pede a libertação dos prisioneiros políticos na Venezuela?
Não fazer aos outros o que não deseja para si, ou fazer a alguém o que dejaria para si mesmo, faz parte de todo aquele rol das atitudes mantenedoras da tolerância, da coesão social.
Dilma no seu governo faz o que o PSDB não fez: apura os delitos de corrupção e, garantindo o direito à mais ampla defesa, opina pela punição dos culpados.

 

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publicado às 01:25

Orgulho e ostentação

por Fernando Zocca, em 08.04.15

 

Barjas Negri.jpg

 

Quantas dentaduras a secretaria municipal de saúde financiaria com R$ 6.375?
Pode o meu querido leitor ter a certeza de que não seriam poucas e nem poucos desdentados, desta cidade de Piracicaba, se sentiriam tão felizes com o cumprimento da mais sigela obrigação constitucional promovida pelo município.
Essa verba toda pode vir, em pouco tempo, dos bolsos do ex-prefeito de Piracicaba, sr. Barjas Negri (foto), que foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a pagar a importância de R$ 6.375, a título de multa por irregularidades licitatórias.
As inobservâncias da lei em 2009, quando Barjas Negri (PSDB) firmava o contrato, e seus aditamentos, com a empresa Nutriplus Alimentação e tecnologia Ltda, no valor de R$ 4,6 milhões, levaram o TCE a apontar os erros em março de 2014, e aplicar as penas cabíveis, reiteradas agora, com a confirmação da sentença condenatória.
As pesquisas deficientes dos preços, exigências indevidas de supostas irregularidades fiscais, cotação de preços das frutas não condizentes com as ofertas de abacaxi, maçã ou mamão, e notas de empenho, com números iguais/valores diferentes, foram alguns dos deslizes cometidos pelo prefeito, ainda nos editais da licitação.
Note que em fevereiro de 2015 a atual administração municipal homologou o contrato com a Nutriplus no valor de R$ 18,6 milhões.
Barjas Negri ocupou cargo relevante no Ministério da Saúde, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era presidente. Na ocasião um tremendo escândalo financeiro envolvendo o superfaturamento dos preços das ambulâncias desencadeou uma operação da Polícia Federal denominada "Sanguessugas".
Houve abertura de inquéritos, instalação de CPIs, mas ao contrário do que ocorre hoje, quando os crimes dos coarinhos brancos são investigados, e os culpados punidos, o então procurador da república Geraldo Brindeiro, opinou pelo arquivamento das investigações.
Esses jeitinhos, ocultações das falcatruas "debaixo dos tapetes", nos dão a certeza de que toda a fortuna, riqueza, ostentação, orgulho, saúde e felicidade de alguns senhores políticos, só são possíveis com a miséria e o sofrimento de milhões e milhões de outros irmãos brasileiros.

 

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publicado às 15:11

Cargos e salários

por Fernando Zocca, em 05.04.15

 

 

 

Já contei pra você sobre os sofrimentos pelos quais passam as pessoas necessitadas de atendimento odontológico, oferecido pelo poder público, em Piracicaba.
Considero ser indispensável recontar esta verdadeira via-crúcis; quem sabe surgem algumas ideias alternativas facilitando, deste modo, a peregrinação do carente.
A todos os que acham ser esta questão, parte daquelas atribuíveis aos vereadores, não discordo, mas não deixa de ser verdade também, que os interessados, mais do que ninguém, teriam maiores percepções do problema, em função de vivê-los plenamente.
Para ser atendido pelo serviço municipal de saúde, o cidadão precisa apresentar-se no posto de saúde do seu bairro. Ele deve levar o RG, o CIC e o comprovante do endereço.
O cidadão será cadastrado e, logo em seguida, munido de um comprovante deste seu fichamento, deverá comparecer ao Poupa Tempo gerido pela prefeitura. O tal serviço é prestado na instalação situada na Avenida Armando de Salles Oliveira, esquina com a D. Pedro II.
Neste local o eleitor receberá um cartão que o qualifica a ser atendido, às expensas do SUS, em qualquer lugar do Brasil.
Bom, depois de ter a posse deste bendito cartãozinho, o carente deverá voltar ao posto de saúde (lá do bairro dele), onde lhe será marcada uma consulta com o clínico geral.
O prazo para a entrevista, com o médico, pode não passar de 30 dias.
Depois de constatada - pelo generalista - a real necessidade da atenção do especialista, seja ele dentista ou oftalmologista, começa o início do tempo de espera do dia da consulta com eles.
Segundo alguns funcionários, o aguardo pelo atendimento do setor de próteses dentárias, não deixa de ser menor do que 6 meses.
Já afirmei em outras ocasiões que, longe de mim, desejar a supressão de cargos ou empregos, mas a passagem pelo clínico geral poderia ser suprimida.
Ou então que o atendimento feito por este profissional ocorresse logo que o cidadão chegasse ao posto do bairro.
Em não sendo essa alternativa possível haveria a possibilidade do poder municipal contratar mais médicos.
O governo federal, neste sentido, tem feito a sua parte. Primeiro contratando médicos cubanos, depois, especialmente atendendo Piracicaba, instituindo a faculdade de medicina.
Portanto caberia agora, aos senhores vereadores, as providências necessárias para a criação, por meio das leis, dos cargos a serem ocupados pelos profissionais comprometidos antes de tudo, com o bem estar da população.

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publicado às 21:08

O burrinho do freio

por Fernando Zocca, em 02.04.15

 

Quem tem computador, e usa a Internet, sabe muito bem o que representa o perigo das ameaças dos vírus.
O receio de sofrer danos pode se concretizar quando o navegante incauto, ao clicar em determinadas exibições, recebe a invasão das manifestações capazes de provocar perturbações no comportamento do computador.
Os vírus têm a pretensão de tirar esta ou aquela virtude do hardware/software das máquinas.
As pessoas que atuam, disseminando a peçonha, agem dolosa ou culposamente, mas sempre produzindo o dano.
Os legisladores já elaboram as regras que nortearão as ações de repressão, e reparação dos danos deste crime cibernético.
Usando a analogia podemos inferir que os ataques dos vírus assemelham-se às agressões das bactérias aos organismos vivos.
Dependendo da intensidade do digamos "constrangimento", não haveria salvação para as vítimas, tanto PCs, quanto humanas.
Ainda usando a analogia, podemos equiparar os efeitos danosos, aos computadores, com os produzidos na pele dos mecânicos, quando lavam as peças com gasolina.
Quando eu era criança trabalhei algum tempo numa oficina mecânica.
O proprietário era um senhor alto, gordo, careca; um verdadeiro titã no ofício; ele ostentava um bigodinho fino que lhe margeava o lábio superior; apesar de estar sempre com as maçarocas de estopa nas mãos, com as quais buscava livrar-se dos efeitos da gasolina, notava-se as consequências malignas da dita cuja na pele.
Um outro colega que, por muito tempo foi dono de oficina mecânica, também sofreu com a abrasão do combustível.
Este mecânico excelente teve de se aposentar mais por causa da debilidade na saúde, do que pela chateação incessante por chamarem-no de pintor de rodapés ou jóquei de pônei, devido a sua baixa estatura.
Os laudos médicos periciais apontavam senilidade precoce incapacitante.
Mas alguns garantiam que o baixinho calvo, especialista em "burrinhos de freio" - por suas atitudes estranhas, como o permanecer defronte a sua casa, na esquina do quarteirão, sentado numa cadeira de rodas, e portando muleta, sem a necessidade real disso, - demonstrava indubitável demência senil.
Alguns mais chatos e ousados comparariam os tais vírus aos "fura-olho", ou os sujeitos que namoram mulheres casadas.
Mas isso, meu amigo, já é outra história, ficção, que pode até gerar livro ou livros, tantos, que encheriam estantes e estantes dos sebos e bibliotecas.

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publicado às 16:24


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