Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O desenvolvimento econômico e a liberdade

por Fernando Zocca, em 21.03.11

 

 

                                             O presidente norte-americano Barack Obama, nesta recente visita ao Brasil, fez entender também, dentre outras coisas, que a liberdade não impede o desenvolvimento econômico.

                            Nos arquétipos de um sistema secular em que o progresso de alguns significava o sofrimento de milhares, esse lembrete presidencial veio reforçar a noção de que a liberdade não só facilita a expansão da economia, como também a promove.

                            A repressão das iniciativas, por outro lado, como ocorre nos países árabes, estimula a estagnação local e também a dependência das ações vindas do exterior. Em qualquer lugar do mundo a miséria é terrível, mas a miséria sem liberdade é bem pior.

                            A liberdade é o caminho por onde se aprende a se virar sozinho, e pelo qual também se desatam as amarras do paternalismo governamental.

                                Perceba que uma das funções dos poderes políticos capitalistas é a de estimular as iniciativas econômicas individuais e não reprimí-las, por temor de que corrompam as instituições tradicionais.

                            Pode até demorar um pouco, mas a mentalidade “o que o estado pode fazer por mim”, arraigada no inconsciente coletivo nacional, será substituída, sem dúvida, pela “o que eu posso fazer pelo estado” que é a ideal.

                            Então note que o estado deve ser parceiro nas iniciativas solidárias, filantrópicas e combater, sem dó nem piedade, os que sujeitam, oprimem, humilham e cerceiam os indefesos, em nome das vantagens e privilégios próprios.

                            Essa vintena de anos em que a sociedade brasileira viveu sob a censura, deixou resquícios que ainda são identificados no comportamento de alguns senhores políticos mais antigos.

                            Uma característica dessa forma de governar era a fala única, o ditado, o falado de cima pra baixo. Não há a possibilidade de contestação, de réplica ou tréplica.

                            Nesse contexto cadafiano qualquer sinal de oposição pode significar o ostracismo, a morte. Isso ocorre devido à incapacidade argumentativa dos ocupantes do poder. Da tentativa de nivelar “por baixo” o conhecimento distribuído numa sociedade, surgiriam as omissões que deteriorariam o ensino público.

                            A história do Brasil e a dos Estados Unidos assemelham-se em certos pontos e diferem em outros tantos. Ao amenizar as barreiras fiscais aos produtos brasileiros exportados para lá, o governo americano feriria os interesses dos produtores locais. Da mesma forma, quando as normas fiscais facilitam a entrada dos produtos importados, há a deterioração da indústria nacional.

                            Portanto, com muito bom senso, equilíbrio e diálogo franco, cada país deve cuidar do seu interesse próprio, em benefício da sua sociedade e instituições.

                            Na atual conjuntura os Estados Unidos desejam vender aviões de caça ao Brasil e este, por sua vez, quer o apoio norte-americano para obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

                            Seriam interesses inconciliáveis?

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:45



Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D